sábado, junho 23, 2007

154-morreu o Freddy...

Perguntarão vocês ? quem é o Freddy ? Se há coisa que me tem sido difícil ultrapassar, esta é uma delas... Morreu o Freddy, meu companheiro de tantas caminhadas. Algumas das pessoas que visitam este Blog o conheciam, várias vezes amigos me falam dele e das suas brincadeiras. Recordo o dia, era a minha filha pequena, quando uma das minhas irmãs numa festa de aniversário , irrompeu pela casa com um cão ao colo, com uma enorme mancha castanha que lhe apanhava os olhos e se prolongava até a parte da barriga, e o deu como prenda de anos .
Foram muitos os anos de habituação , as brincadeiras que nos proporcionou, e a ajuda que foi para nós, sobretudo na minha recuperação. Morreu o Freddy, as caminhadas agora tornaram-se mais vazias sem a sua presença, parece que oiço as crianças da escola quando se aproximavam de nós e diziam, "lá vem o Sr ou a Srª do cão" tal era a presença nas nossas caminhadas diárias. Desde que vim para casa, e já lá vão 18 meses, raro era o momento em que conseguia estar indiferente á sua presença, pois , a sua agilidade, esperteza, companheirismo tornaram-no de facto num dos meus melhores amigos.
Sábado passado, juntou-se a nós na sala junto á televisão, era dia de festa nas redondezas e o barulho do rebentar dos foguetes o apavoravam, cada vez que isso acontecia , procurava o nosso aconchego, mais uma vez ele ali estava. Notamos porém que ele se encontrava nesse dia bastante murcho para o que nos habituara, já pela noite dentro desatou em vómitos consecutivos.
Passámos horas junto dele o qual já denotava uma agonia que se aproximava. Já alta madrugada procuramos dormir, após nos termos apercebido das suas aparentes melhoras.
Mal clareou a nossa preocupação virou-se para o Freddy, para nossa tristeza fomos encontrá-lo em adiantado estado de convulsão, já sem se mexer, cujas reacções nós procurávamos por todos os meios despertar mas que seriam em vão. Ali, entre os nossos braços, que á vez procuravam confortá-lo a sua vida expirou.
Procuramos indagar a causa da morte, e tal como já vinhamos suspeitando , teria comido qualquer coisa préviamente envenenada . Um dos moradores de uma das casas vizinhas tinha por hábito colocar veneno nas comidas que subtilmente colocava na rua para matar gatos que dizia ele "serem uma praga" , já por várias vezes a suspeição se havia tornado numa cruel realidade. Desta vez coube ao Freddy, cão amigo, companheiro, que vivendo solto, fácilmente saía para a rua, pois apesar de estar conosco, vivia em liberdade de movimentos. Senti pena, muita pena, socorri-me dele , das suas brincadeiras e da sua presença, contributo deveras valioso em toda a minha recuperação, sem ele, torna-se dificil para nós fazer as nossas caminhadas diárias, o tempo em casa demora mais a passar, com a sua morte foi na verdade a partida sem regresso de um dos meus melhores amigos...
(É esta Postagem de âmbito pessoal, raramente aqui o faço, procurando sempre deixar algo que "toque" a todos, no entanto as circunstâncias me levaram a esta partilha)

Boa semana a Todos

domingo, junho 17, 2007

153-Onde estão ?..

Situações há que quando se nos deparam , nos trazem á ideia a verdadeira dimensão do facto. Tantas vezes , porque lemos algures, ou porque ouvimos na televisão, somos despertados para sofrimentos tão dolorosos como será o desaparecimento de uma criança, e, refiro-me a uma criança, por estar tão presente em nós o desaparecimento da pequena Madeleine. Poderemos ser talvez egoístas por só nos momentos de aflição nos preocuparmos, e não agirmos tantas e tantas vezes numa preocupação constante de cuidados, prevenção e esclarecimento entre nós , enquanto cidadãos do mundo.
Pelo que verifiquei em algumas leituras que fiz, só no último ano, mais de um milhar de crianças e/ou jovens foram dadas como desaparecidas em Portugal . Segundo estudos revelados, serão as idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos , uma das grandes dor de cabeça , para os serviços de investigação , os quais num trabalho contínuo , muita vez levado á exaustão , andarão próximo de uma taxa de 100% na localização e reintegração desses mesmos jovens.
É certo que não podemos descurar casos como o de Madeleine , o Rui Pedro, a Claudia e tantos outros não encontrados, mas, uma grande parte dos casos relacionados com desaparecimentos, referem-se a situações vividas e encetadas entre amigos , muitas das quais de duração inferior a 2 dias .
Situações por detrás de tais atitudes e consequências , estarão o insucesso escolar, e até o querer efectuar uma "fuga" que os possas levar a marcar presença em eventos , que de outro modo saberiam estar condenados a não assistir.
Depois há situações que nos deixam a pensar, o porquê, se há outras pessoas envolvidas, a falta de indícios ou suspeitas, como aconteceu com o Rui Pedro, desaparecido já passaram 9 anos , que são raras , pelo facto de nada nos indicar seja o que for para tal ter acontecido, cujo paradeiro continua incerto. Em cinco meses deste ano, já há perto de 500 crianças dadas como desaparecidas, algumas com um final feliz, mas outras que, por muito que nos custe , nada se sabe e possívelmente nada se virá a saber.
Cada uma situação é tão igual e tão diferente, cada caso é um caso, os quais se tornam numa preocupação constante, apesar de podermos considerar sucesso na maioria dos casos solucionados.
Nos desaparecimentos que não envolvam sequestro, e que têm origem tantas vezes no finalizar das aulas, nos maus aproveitamentos escolares, primeiros namoros não aceites, há que estarmos atentos, muitas das situações surgidas poderão estar na mira de um modo de manipulação, apelando à boa vontade dos Pais, cuja fuga, será seguida de um regresso em que se sabe de ante-mão estar-se na maioria dos casos perdoados, e daí esses mesmos desaparecimentos estarem localizados em certa época do ano, o que sendo sazonais, os fázem regressar a casa.
No que diz respeito às idades até aos 5 ou 6 anos, acredito que aqui a situação é muito mais complicada, o desaparecimento estará quase sempre associado a um sequestro para posterior pedido de resgaste, ou por rapto para fins ilícitos de negociação, e pior ainda , para abusos de ordem sexual, levando quase sempre a maus tratos, que ficarão para toda a vida, quando são deixadas com vida...
O estar alerta e cada vez mais, sensibilizando-nos para estas situações e para o estado de dor de quem vive de perto com estes casos, apelando ao mundo que respeitem mais as nossas crianças e sobretudo que as amem.

Um abraço a todos,

domingo, junho 10, 2007

152- eu ... "juro"

Eu..."juro" . Não, não é o que estão a pensar, nem eu sou uma pessoa dada a "juras" , não levado pelo facto de não vir a cumprir algo, mas porque qualquer situação deve ser tomada em conta , de livre vontade, sem pressa, sem apostas, sem antes de tudo sabermos se podemos ou não levar a cabo tal tarefa de tanta responsabilidade.
Refiro-me sim aos tão malfadados juros que no dia-a-dia nos atormentam de tal modo e efeito , transportando-nos a um desespero de tal ordem, colocando-nos entre-mãos situações de tão dificil resolução.
A qualquer momento numa cavalgada desenfreada, não direi de modo surpreendente, porque não é surpresa nos dias que correm, os juros aumentam, taxas muitas das vezes "escondidas" em letra miudinha de tão dificil leitura, colocadas quase sempre em entre linhas que escapam aos nossos olhos. É verdade e quanto a mim não o posso negar , tendo também aderido a créditos para tudo e mais qualquer coisa, a custo consigo transpor barreiras que permitam fazer uma vida desafogada, noto porém que situações as há que se plena consciência tivessemos de tais actos, concerteza faríamos um inventário, esse mesmo inventário tão necessário em nossas vidas, tendo a noção do que é estritamente necessário para viver e só depois pensarmos nas outras coisas, sobre as quais talvez conseguíssemos abdicar.
Recorre-se ao crédito para tudo e mais alguma coisa, seja de extrema necessidade ou não, seja de utilidade imediata ou seja de simples prazer, e até muitas vezes pelo simples facto de vermos os "outros" fazer uma vida melhor que a nossa.
Se o endividamento é demasiado, também em outros tempos o era. Há 25 / 30 anos quando construímos a nossa casa, recordo que a mesma me custou cerca de 386 ordenados mensais (considerando o meu vencimento) , e hoje, aos preços actuais a mesma habitação me custaria 146 meses de vencimento, tendo em consideração o auferido por mim em 2006. As dificuldades eram mais notórias então e ultrapassamos, gerindo de outra forma os recursos que tínhamos, a verdade porém é que não havia 4 ou 5 Tvs espalhadas pela casa, o 1º carro foi comprado já com uns 7 anos em cima , não fomos ao Brasil ou a Cuba, dividia-se transportes, e na verdade , dificilmente saíamos dos arredores para usufruir de umas férias por mais pequenas que fossem.
Hoje, tudo se quer, tudo se exige e, não estou a colocar-me de parte como se fosse o "espertalhão" , também eu em determinados momentos recorri a créditos que tanta dor de cabeça me deram. O custo do dinheiro é outro , bem sei, mas as mentalidades face ao consumo desmedido também são outras. Hoje, em primeiro lugar preocupamo-nos em usufruir e só depois em conseguir satisfazer as exigências de tais condições...
Pois é eu "jurava" que iria conseguir, só que.... há sempre um "que", há sempre um "mas", atormentando a nossa cabeça no momento da verdade.
Façamos o tal inventário, como se tratássemos de arrumar as nossas necessidades, tendo a noção correcta das nossas prioridades, será que não há coisas que são dispensáveis para o nosso bem estar e que podem ficar para depois ?

Boa semana para todos

domingo, junho 03, 2007

151-ser solidário

Se calhar não tenho nada que estar para aqui a debitar palavras, se calhar estou com esta atitude de hoje, a meter-me onde não sou chamado, se calhar se eu mesmo passasse por situações tão diversas, aí já pensaria de outra forma, no entanto, não querendo melindrar opiniões, a verdade é que me apetece aqui deixar um sentimento pessoal.
Há dias num canal de TV , falava-se de uma criança com dificuldades motoras, o qual , não tendo em Portugal o acompanhamento julgado conveniente , viu em terras de Fidel Castro , o possível minimizar do seu sofrimento. perante o caso, e muito bem , apela-se á generosidade dos portugueses, abre-se uma conta e cada um, tocado mais ou menos por uma sensibilidade já característica do nosso povo, ajuda como pode para que os custos fiquem ao alcance da família já por si , de rendimentos parcos.Nesse mesmo programa, num dos passatempos mais que diários, através de linhas de valor acrescentado, uma senhora, também ao que me pareceu com algumas dificuldades financeiras doou o prémio que lhe saiu em proveito da criança , cujo apoio se tem apelado. chegando ao ponto de afirmar no programa, que apesar de o valor ganho lhe fazer falta, era verdade que mais falta fazia à criança em causa. Ela, disse, não ficaria mais pobre sem o prémio, mas sim muito mais rica interiormente... gesto lindo. É certo que também eu não colaborei para este caso específico, mas, muito sinceramente não é tanto pelo facto de colaborar monetáriamente, mas mais pelo silêncio verificado...
Sentado numa cadeira bem relaxado, estava um convidado do programa, pessoa falada ultimamente nos média, pela razão de ser o até hoje único português inscrito para ir em viagem turística ao espaço, pasme-se , 200.000 €uros de mão beijada.
O dinheiro não é meu, é dele, só ele poderá fazer uso da forma que entender, não sei sequer se essa pessoa fez algum donativo para o caso que relato, ou talvez até já tenha dado para muitos outros. A diferença sim, essa notei, por nem uma única palavra ser dita pela pessoa (milionária) em relação à situação relatada , tendo como intervenientes a apresentadora, a senhora do passatempo e a criança a necessitar de ajuda monetária para o seu urgente tratamento. Continuo a dizer , não sei até que ponto pode ou não ter havido ajuda por parte do dito senhor, sei sim , e isso notei, haver ali uma indiferença pela situação , esperava no mínimo estando ele em directo e ser quem é , algumas palavras de ânimo, consolo, um miminho até, mas nada vi.
Pois é... Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres...

Boa semana para Todos