-Algures, num ano já passado, num mês de Abril, como tantos outros dias, assim escrevia... Ontem, algo em mim não estava bem: Sentia uma necessidade enorme de reflectir, colocar algumas ideias no lugar e dar arrumação a alguns pensamentos menos felizes.
"O Amor Assemelha-se a um Rio"
Ele, o rio, tal como o Amor, nasce de uma fonte quase sempre pequenina; procura o seu leito tentando acomodar-se e correr livremente. Se eles, os rios, encontram algum obstáculo pelo caminho, vão logo em busca de uma passagem mais fácil, no início sempre serenos, sempre calmos, no entanto se o obstáculo teima em persistir, pode tudo tornar-se revolto…
Á medida que desce a montanha (que pode ser da vida), vai aumentando o seu caudal, alargando as suas margens, sentindo-se abraçado pela Terra, num abarcamento de plenitude e serenidade. Também assim é o amor em parte, ele corre caminhos por vezes fáceis, por vezes sinuosos, tal como a terra envolve o Rio, também o Amor sente necessidade de se sentir abraçado e de abraçar, tal como as águas tocam suavemente as margens, assim , no Amor as carícias de um afecto demonstrado desenvolvem o mesmo efeito. (faça uma pausa e compare com a sua vida, que tal?)
Mas , nem sempre o sulcar das águas por entre vales e montanhas se torna fácil, aqui e ali, há impedimentos que os podem levar a mudar o seu rumo, mostrarem-se mais viloentos, esquecendo por vezes a serenidade de tão bela paisagem. Assim acontece também no Amor.
Após alguns Kms percorridos nessa viagem seja ela mais ou menos serena, se encontram os afluentes, aos quais comparo a carícias expontãneas, que alimentam a Paixão entre duas pessoas, engrossando á medida que vão aumentando esse Amor, tal como o caudal desse mesmo Rio.
No entanto, á medida que é percorrido esse caminho, acabam por se julgar mais fortes, mais audazes, destemidos , sem respeitar a Terra que o envolve, sem olhar para o companheiro que tem, agindo muitas vezes por conta própria sem se lembrar que não está só nessa caminhada.
Em tudo na vida , se enquadra esta situação, torna-se dificil por vezes olhar em volta e apercebermo-nos que há alguém que sofre, alguém que não pretende magoar, mas antes ser compreendido, e que pretende antes demais fazer desse Rio uma calmia tão grande onde se possa espelhar o Céu por tão calmas essas águas se encontrarem, para isso, há que procurar o melhor caminho, tentar o melhor possível desviar dos obstáculos (da vida), se necessário contornar, mas sem ferir, encaminhar-se numa serenidade plena, até ao mar, e , aí se espraiar nessa imensidão que é o Oceano, tal como O Amor se deve deixar guiar até essa plenitude de Paixão e, aí então, sem causar malefícios a outrém e dar largas ao que lhe vai no leito, ou na Alma.
Poderá tudo isto ser difícil de assimilar, mas é concerteza bem demonstrativo da vivência existente em cada um de nós.
Um dia, se este meu Rio se encontrar mais calmo, talvez consiga para ele criar um leito sem obstáculos, sem poluição, sem tristeza, mas para isso preciso que a terra que o abraça se torne maleável e permissiva, sem perder a noção do que pode dar e receber, formatar as margens num desejo mútuo entre Terra e Rio, entre Tu e Eu…
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GW