sábado, novembro 01, 2008

217-Tudo tem o seu lugar no tempo certo...

Olá,
Procuro ser um atento observador das coisas que me rodeiam, nomeadamente sobre as notícias, o que elas nos dizem, o modo como são dadas a conhecer, o seu impacto em quem as vê, ouve ou lê e sobretudo a expressão e modo de transmitir as mesmas, tendo para mim importância máxima quem através das palavras e/ou gestos procura dar o melhor de si de modo a haver uma boa razão para nos prenderem a um ecran de tv ou a um jornal.
Tudo tem o seu lugar no seu devido tempo, e pessoalmente não me parece ter sido uma muito boa opção o regresso da Moura Guedes ao TeleJornal de 6ª.
Fui admirador da maneira como apresentava as notícias em tempos, fui e sou admirador por quem apresenta uma multifacetagem para pegar em qualquer desafio e torná-lo agradável, no entanto há situações que perdem o seu encanto, e repito, como telespectador não gosto do que vejo actualmente.
Até a maneira de estar perante as câmaras me parece (a mim , claro) um tanto comprometida, junte-se a isto o facto também de o convidado para com ela partilhar opiniões e debates, não dar aquela "pica" de se estar perante de alguém que nos prenda no momento a qualquer desenrolar de uma qualquer notícia.
Nutro pelo comentador um certo carinho, pelo seu percurso de vida, pelo seu trabalho, tal como gostei até agora do trabalho desenvolvido pela "Manela", mas como disse antes, cada coisa no seu lugar e cada situação seja avaliada por quem de direito de modo a tornar atractiva a maneira de ser e estar perante quem vê , ouve e lê as notícias . Quanto a mim, há muito desenrolar de conversa na apresentação das notícias que acabo por não perceber, pausas que não deviam acontecer entre frases, palavras que tanta vez não se percebem...
Mas, como diria o Scolari, " o burro sô eu né ! "
Um abraço e o desejo que estejam bem.
GW

sábado, outubro 04, 2008

216-momentos... (III)

Pode parecer estranho, mas não julgue que estas coisas só acontecem nos adultos. Não julgue que por muito que possamos pensar que os tempos vividos enquanto crianças e adolescentes são os melhores em nossas vidas, a verdade porém é que nem sempre isso é realidade.
Tal como nós adultos, também as crianças sofrem de depressão. Para os entendidos fazer um diagnóstico, e pelo que que consegui ler sobre o tema, é deveras difícil, muito difícil mesmo diagnosticar a depressão ou sintomas que levem a esta, pois acontece que nem as próprias crianças sabem explicar o que sentem, e dificilmente perceberão que existe algo errado. Como podemos nós chegar a tal conclusão ? Assim e perante tal dilema é de bom tom estarmos atentos a alguns sintomas que possam surgir e que nos levem a entender estarmos perante uma criança em depressão e tais sintomas podem ser-nos dados a conhecer através de:
Choro frequente, traduzido numa tristeza continuada, Não ter interesse nas actividades normalmente desempenhadas, Sentir-se fraco e/ou apresentar um sentimento de culpa em relação a algo, Irritabilidade, Tornar-se hostil...
Muitas das situações surgem sob a capa de raiva, uma dificuldade extrema em se relacionar. Outras vezes são até transmitidas através de queixas constantes de dores físicas, como uma dor de cabeça ou outras de dificuldade em serem comprovadas por nós. Devemos também estar atentos às dificuldades de concentração, mudanças de hábitos alimentares entre outros, quebra no rendimento escolar, etc.
Em conversas tidas, ou em fazer notar ideias ou tentativas de fugir de casa, ou mesmo suicídio, um comportamento auto-destrutivo que possa ser notado ou que ronde temas parecidos é um mau presságio.
Não descure casos isolados de tédio, choro ou irritação, que por exemplo, parecendo normais, podem mais adiante ser factor determinante para o "fabrico" de uma depressão. Numa leitura que fiz sobre o assunto leva-me a deixar aqui um alerta e que passo a citar :
" A decisão de tratar ou não uma criança doente com anti-depressivos é muito pessoal. Por isso, a melhor arma ainda é a informação: -Pais de crianças com depressão devem procurar saber o máximo possível a respeito da doença e, assim, tomar a melhor decisão para a criança."
Não entenda as palavras aqui deixadas por mim como "um sabe-tudo", antes demais o meu desejo é que haja uma preocupação por tudo o que nos rodeia, por tudo o que nos envolve. Cada um de nós lidará com a situação à sua maneira. por muito que eu deseje, por muito que eu queira, não posso ajudar mais do que transmitir as palavras que aqui deixo, assim, nunca deixe de contactar, para qualquer informação,. diagnósticos e tratamentos, um profissional de saúde sobre este tema.
Boa semana / GW

sábado, setembro 27, 2008

215-momentos... ( II )

Procurarei hoje, com ajuda em leituras "in net" e também de alguns momentos vividos no dia-a-dia, focar as palavras e direccioná-las mais para a pessoa em depressão. Quero acima de tudo, apesar de frequentemente trazer ao blog assuntos tão delicados como este, não abusar porque tenho a noção que não sou a pessoa indicada para falar sobre tal, para isso há os especialistas, e os que dedicam a vida ao estudo da depressão, faço-o sim , na qualidade de amigo, cuja ambição aqui, não vai além de ajudar outrém a entender e a fazer o melhor percurso na sua vivência.
O que aqui escrevo, não espero que funcione como uma receita que se procura satisfazer na farmácia, para um problema que se deseja ultrapassar.
Podem as sugestões , aqui deixadas não funcionar, como disse no texto anterior, cada caso é um caso, no momento da depressão o mais importante e porque Você é a pessoa mais importante, é que se descubra um método que funcione e o(a) ajude a lidar com a depressão .
Procure em qualquer circunstância seguir o tratamento apropriado, aconselhado e conduzido por um profissional. Nos momentos de "aflição" escreva, é importante escrever, seja num caderno, ou num computador, o importante é escrever. O acto de escrever leva-nos a pensar, fáz-nos arrumar os pensamentos, como disse a semana passada, é bom que consigamos fazer um inventário de nossas próprias vidas. Passe para o papel, ou grave músicas ou momentos que lhe tocam, oiça aquela música que habitualmente a(o) deixava feliz. Leia, leia muito, faça leituras sobre factos reais ou mesmo ficção, há quanto tempo você não lê ? procure literatura de um autor que estime, ou um tema de que goste , quem sabe algures você não encontra um livro de auto-ajuda que tanto a(o) vai fazer ler e mantê-la(o) concentrada(o). Não se deixe ficar só, procure o convívio de pessoas, procure ligar a alguém.
Vou contar um segredo, há uns anos, (1999), quando da doença de um familiar e me sentindo só, num momento crítico e de muita solidão, (ainda por cima em época de Natal), colmatei essa solidão, ligando para números de telefone aleatórios, , pessoas que não sabiam quem eu era e lhes desejava Feliz Natal.
É , é isso, não se deixe abater e fechar num quarto, ligue, fale com alguém. E se necessitar de um abraço ? Que mal há em pedir um abraço...
Alguém me disse em tempos que uma boa ajuda é um longo banho numa banheira bem cheia, deixando-se quase adormecer. Não deixe que a falta de apetite a(o) derrube, faça caminhada, procure manter-se o máximo ocupado, desse modo pensará menos em coisas que não deve. Por breves momentos procure divirtir-se com uma criança, dizem ser uma óptima terapia.
Cante, porquenão ? Acima de tudo não se sinta culpada(o), não se deixe ficar na cama, levante-se e sinta o que o mundo e a vida tem de bom para lhe oferecer.
Uma das situações que procurei colocar em prática depois de repentinamente ficar em casa, foi tão breve colaborar no voluntariado, não imaginam o quanto me fáz sentir bem e útil.
Defina prioridades. Faça o que puder e quando puder.
Tenha sempre presente, se notar que uma decisão lhe fáz sentir pressão, diga simplesmente, diga que resolverá o assunto assim que a depressão for embora, e quando se sentir melhor. Nada de pensamentos negativos e não esqueça, quando começar a se sentir melhor, não tente fazer de uma vez só o que não fez num grande espaço de tempo...Vá com calma...
Ponha em prática o lema "Uma coisa de cada vez."
(imagem retirada da "net")
Boa semana para todos / GW

sexta-feira, setembro 19, 2008

214-momentos...

Olá, quero falar-Vos um pouco sobre um tema que para quem o não vive , tanta vez passa ao lado e ao qual não damos importância, tornando-nos tão "mesquinhos" perante quem passa por uma depressão, e onde não raramente apelidamos de "coitadinhos" face ao estado demonstrado po uma qualquer pessoa em depressão. É esta sim, a maneira de vermos e lidarmos com uma situação demasiadamente delicada para quem por ela passa.
Então, como amigos ou familiares, que podemos nós fazer ? Como podemos ajudar um conhecido, ou um familiar que vive um momento de sofrimento por depressão?
Em algumas partilhas que tenho tido ocasião de escutar, apesar de ante-mão saber e ter a noção de que cada caso é um caso, tão particularmente diferente, mas tão igual tenho no entanto percebido que a coisa mais importante que alguém pode fazer de modo a minimizar o sofrimento de uma pessoa deprimida é em primeiro lugar ajudar essa pessoa a que a mesma aceite a sua condição de doente e desse modo se submeter a um diagnóstico que possa vir a traduzir o tratamento mais adequado, a seguir e a pôr em prática. Sabe-se que a depressão advém muita vez motivada por uma perda de alguém, ou até uma outra qualquer circunstância significativa em nós, pode também surgir de uma mudança da condição física, ou mesmo familiar ou até profissional, pode chegar através de uma doença crônica, conflitos de relacionamento, dificuldades financeiras ou qualquer outra alteração indesejada , todas estas situações podem desencadear num episodio depressivo.
Mesmo que a pessoa em depressão queira fazer o percurso de recuperação sózinho(a), não permitamos que isso aconteça, é sempre bom haver um acompanhamento e uma disponibilidade da nossa parte, não é bom deixarmos por conta e risco do doente, o tratar dos requisitos a uma consulta, mas sim dar-lhe a conhecer que estamos ali, ao seu lado, para o que der e vier. Decerto haverá um alívio e um sentir melhor , que a todo o momento se poderá reflectir num brilho que se dislumbre em seus olhos.
Uma pessoa em depressão, carece de apoio emocional, então, porque não lhe oferecer esse apoio, sabendo estar, sabendo escutar, sabendo pegar na sua mão e segredar-lhe ao ouvido "tu não estás só".
Isto é uma tarefa que pode não se adivinhar fácil, ela envolverá obrigatoriamente muita compreensão, paciência e acima de tudo encorajamento da nossa parte.
Se Você está com depressão, em primeiro lugar saiba aceitar o seu estado, não se iniba de pedir ajuda, aceite a aproximação de alguém, encontrará uma pessoa para conversar , fale com ela, não rejeite o seu sentir mais íntimo, deixe que as palavras fluam, se necessário chorar, chore... Quantas vezes nos sentimos em baixo só porque não nos abrimos, acredite que vai haver alguém que o(a) escute.
Quanto a si que se prontifica a ajudar, não menospreze os sentimentos expressos, faça por chamar a atenção para a realidade e ofereça ao doente, esperança. Se alguma coisa não corre bem e se acumula uma após outra, somos levados e abrangidos por uma depressão , que tanta vez traz até nós referências que nos assustam e nos podem levar a um estado de vida em degradação . É bom falarmos do que nos vai na alma, inventariar a nossa própria vida, saber distinguir o que não serve para nós e colocar de lado como se estivessem fora da validade e no lugar disso fazer uso das coisas boas que ainda temos.
Há uma oração que muita vez é colocada em prática em várias fases das nossas vidas e que julgo deveras importante para que a mantenhamos fechada na gavetas sem fazermos uso dela, e é tão simples:
"Concedei-me Senhor SERENIDADE para aceitar as coisas que não posso modificar, CORAGEM para modificar as que posso e, SABEDORIA para saber distinguir umas das outras".
Se sofre de depressão deixe-se abarcar pela ajuda de quem lhe é próximo, procure companhia, telefone a um amigo, troque impressões, desabafe, em suma, não se refugie sózinho(a) , não se afaste, não interiorize e esconda momentos menos bons.
Quanto a si, como amigo, como pessoa próxima, deve sempre estar disponível, ajude, mostre-se compreensivo, incentive e faça companhia , convide para caminhadas, passeios, desporto, sugira ao doente actividades que antes a ele proporcionavam prazer. A pessoa que está sob uma depressão necessita desse carinho, desse incentivo, mas não esqueça que se puxar e exigir demasiado pode piorar a situação e transformá-la num fracasso. Em ambas as situações quer como doente, quer como acompanhante , VÁ COM CALMA , não irá acontecer uma mudança de uma hora para outra, mas quase sempre e com o decorrer do tempo e tratamento adequado, muitas das pessoas se sentiram muito melhor, renascendo para a Vida.
( a uma amiga eu dedico em particular este texto, e que depressa haja um brilho em teu olhar e um sorriso em tua face)

quarta-feira, setembro 10, 2008

213-e amanhã ??

Passeio os olhos pelas notícias do dia e concentro-me aqui e ali onde a atenção exige que me redobre num esforço de compreensão. Inicialmente, há palavras que vou juntando numa ou outra frase e que a ilação imediata que me proponho adquirir é a de que estou perante uma notícia que simplesmente quer vender. Pesa-me no entanto ao ler, uma e outra vez percebo que não é uma ilusão, mas sim , uma realidade de ou com consequências inimagináveis.
Uma dessas passagens dá-nos a conhecer a tentativa ( a 1º dizem eles) e passo a citar " de fazer circular um feixe de milhões de protões no acelerador LHC, o mais potente do mundo, " .
Ora assim lendo de rompante pode não dizer muito, ou até mesmo nada a quem não estará por dentro das leis da física ou cuja vivência propedeutica não o tenha levado mais além. Mas , quedo-me pelo título e o que leio naquelas palavras ? é isto meus amigos, tão simples quanto isto...
" ESTA MÀQUINA PODE DESTRUIR O MUNDO (.../...)
Ora , é csao para dizer, ou estes senhores estão bêbedos ou andaram a fumar daquela merda, Claro, um título destes não deixa ninguém alarmado, claro que os tempos vividos até estão calmissímos, não há preocupações, claro que somos todos "irmãos", claro que que o homem é incapáz de fazer ou agir mal, claro que somos todos uns santinhos à face da Terra.
Quanto a mim, até me parece bem que se desenvolvam áreas estritamente necessárias ao bem estar, e até pode ser que esta tentativa de " injectar protões" tenha um carácter único e simplesmente de estudo, e o resto ? como será um dia quando mentalidades que estão há frente da governação de uma qualquer nação assim o não entender...
Meus amigos haja quem me ilucide mais pormenorizadamente sobre tal, sou um zero à esquerda nestas questões, mas conseguiram, é verdade , conseguiram alarmar-me tal como deve ter acontecido com a maioria de Vocês. Não ando a brincar "à Vida", não me permito a tal, se com este desenvolvimento e estudo se pretende abrir horizontes para situações que hoje se encontram saturadas e sobre a qual nos devemos debruçar afincadamente, tudo bem, mas não será demasiadamente pesadão, enunciarem notícias desta forma ?
Já me basta o saber do poderio que há por aí em que cada país quer ser melhor e "mais desenvolvido, dizem eles" do que o vizinho do lado, todos sabemos que a nossa continuidade está na mão de 1/2 dúzia de estadistas, e isso já é deveras preocupante para quem deseja viver o dia-a-dia o melhor possível e sobretudo sem percalços que nos atormentam a cada momento e nos tornam incapazes de sorrir...
Não podemos ignorar o que virá a seguir como se o "acontecer daqui a 50 anos" nada nos diga, quase numa de dizermos, "nessa altura já cá não estarei" , como se isso fosse justificação para avançarmos, nada fazendo, e pior ainda sem nos lembrarmos dos nossos filhos e de todos aqueles que virão a seguir, tornando-os por antecipação "mártires" dos nossos actos...
Uma boa semana para Vocês / GW
(foto do texto retirada do "iol")

quarta-feira, setembro 03, 2008

212-aqui e assim, eu sou feliz

Há mentalidades levadas do caraças, ou serei eu que estou errado ? será que a minha sensibilidade, frontalidade e o partilhar convosco algumas passagens da vida, me torna assim tão cruel ? será que certas pessoas preferindo viver na obscuridade e na mentira, vivendo o dia a dia numa não aceitação permanente os leva a tornarem-se mais dignos da confiança de quem os rodeia ?
Digam-me o que disserem, ataquem-me como atacarem, dêm golpes e "estocadas" a torto e a direito, pelo facto de me declarar publicamente como familiar de toxicodependente, não me atingirão no que quer que seja. Lerem ou não, o que aqui deixo, um blogue é isso mesmo, ao escrever aqui , dou um passo de modo a uma sujeição ao modo e à forma de quem me interpela e da forma que o queira fazer. Sei também que na maoiria das vezes o "ignorar" é o melhor remédio, mas "para lá do Marão, mandam os que lá estão" e a mim, apetece-me mandar alguns pseudo-intervenientes e respondôes às minhas palavras, dar uma daquelas curvas, ou simplesmente lhes colocar num envelope azul, direccionado a um lugar a 180º deste cantinho aqui.
Sempre me pautei por uma boa educação (assim o penso) , não esperava ler palavras anónimas, que não sendo críticas (essas, más ou boas são sempre de aprendizagem) , mas ofensas, hábilmente escondidas, dirigidas á minha pessoa, pelo simples facto de eu trazer aqui assuntos relacionados com a dependência química, chamando-me de mau pai e/ou mau chefe de família, ou simplesmente "pessoa indesejável" essa, meus caros é de uma ingenuidade e infantilidade extrema de quem tais ataques desfere.
Sou assumidamente um voluntário em prole dos que nessa situação se encontram, procuro em comunhão com outros minimizar estados de aflição e dor quer de dependentes, quer de familiares e amigos, orgulho-me de ter angariado amigos entre os primeiros, muitos deles, hoje, mais responsáveis do que alguns de nós, com vida própria e já suficentemente alicerçada em páz e amor como muitos de nós não conseguimos, quando tantas e tantas vezes somos apoderados de uma mesquinhez tão triste, que nada mais vemos que além da ponta do nosso nariz. Sinto-me orgulhoso do que sou, das pessoas que comigo vivem esse dia-a-dia, do saber andar de cabeça levantada, do saber estar presente onde sei que posso ser útil, numa luta constante pelo dia de hoje.
Eu, e os meus, soubemos aceitar, soubemos dar o carinho quando foi e é preciso, soubemos dar a mão, jamais me afastaria ou julgaria mal quem perto de mim vivesse uma situação débil. Soubemos levar por diante e manter um amor firme, que fáz falta em tanto lar, soubemos utilizar e dizer num tom agradável, amo-te meu filho , soubemos acima de tudo ser pais, ser amigo, ser o companheiro(a), ser a ajuda... Somos e com o passar dos anos uns pais babados, somos uns pais onde a alegria está presente, somos acima de tudo humanos, coisa que quem me tem dirigido insultos através de escritas anónimas jamais saberá ser...
Quem assim me dirigiu tais "palavrões" jamais poderá viver de bem com a sua consciência... e, talvez seja bom parar e pensar um pouco , procurar entender o que pretende da sua vida e numa última análise aceitar que também está "doente" e decidir pedir ajuda, isso sim...
Um abraço para todos

quarta-feira, agosto 27, 2008

211 - Porquê a palavra adicto , ou adito...

Decorrerá no fim de semana de 18/19 Outubro próximo a Convenção Anual das Famílias Anonimas, encontro que já tive o prazer de ver organizado pelo Grupo onde desde inicio de 2002 me insiro. Esta Convenção está marcada para Fátima , se não estou em erro terá lugar no retiro Nª Srª das Dores e carece de inscrição prévia.
Para mim, tal como para muitos, quando me desloquei pela 1ª vez a uma reunião das Famílias Anónimas, logo se fez notar a minha curiosidade para a origem da palavra adicto e o que ela significa. Aliado ao facto de ali estar perante pessoas que desconhecia, a expectativa era notória, pois, pensava eu estar perante algo ou alguém que fácilmente me daria o tão desejado "remédio" para uma "cura" que desejava eu , ser mais que urgente.
Porquê a palavra ADICTO?
Escutei então, li e reli sobre o assunto e, tudo o que nos pode levar a uma aproximação para definir adicção se tem tornado numa busca constante para se chegar áquilo que pode ser uma, ou a melhor definição. Todas as pessoas em geral, e agora eu em particular me encontro perante um dilema ao qual tenho procurado o melhor significado de modo a que me encontre o melhor esclarecido possível...
Existem aqui e ali, variadas definições, tantas como cada grupo em si , tantas como cada um de nós lhe dá a melhor interpretação e conforme cada caso, no entanto todos nos aproximamos de pontos comuns; - Toda a questão, começa logo à forma como denominar esta doença, pois é de facto perante uma doença que nós estamos. dependência química ou adicção, dependentes químicos ou adictos. De facto não importa os termos designativos, a verdade é que essas definições passam por uma encruzilhada de circunstâncias em que são notados vários factores que assentam numa dependência fisica, psicológica, ambiente em família os quais originam quase sempre, problemas comportamentais e de moralidade.
Poderíamos cada qual á sua maneira , ficar aqui a apresentar 1001 palavras para mostrar a nós próprios o significado e a consequente origem, mas, cada caso é uma caso e, cada um saberá de modo correcto e com a frequência de FA's atribuir factores perante a vivência de cada um e da forma de cada caso.
Claro, que se aos factores já apresentados acrescentarmos os que nós próprios encontramos, a lista sera de muitas opções, e qualquer um de nós, abarcar a sua própria definição. Ainda assim, mesmo para mim. definir adicção foi e é, sem dúvida uma das vitórias que levo das aprendizagens que todos me transmitem através das partilhas e assim um dos melhores contributos que tenho tido para o processo de recuperação, da minha recuperação... Razão para começar a sentir-me bem ? Sem dúvida alguma, o colocar em prática o Primeiro Passo e admitir uma impotência mais que notória perante a adicção e tudo a que a envolve. Com o admitir, sei que comecei a construir os alicerces daquela que será a minha nova forma de vida, construção essa que um dia levará à minha minha recuperação. tal como uma casa, assim também eu alicercei bases para eu ser o que sou.
Mas, "O que é Adicção?" algures li, o que a seguir Vos deixo e que passo a citar e identificada com a situação que mais nos deixa preocupados:
A situação se complica quando o adicto, se torna dependente químico. Aí ele se torna num portador de uma doença chamada dependência química, progressiva, incurável e muitas vezes fatal, conhecida agora por nós, frequentadores de FA´stambém como adicção: Apresenta obsessão para usar a primeira dose e, quando o faz, passa a sofrer de compulsão (não consegue mais parar). Deixa a droga influir em sua vida, coleciona fracassos, tem depressão, tenta o suicídio, envolve-se em crimes e falcatruas. É com ele que nos preocupamos. É perante esta situação que nos sentimos impotentes e que nada conseguimos fazer se não tivermos forças para o admitir e consequentemente aceitarmos que estamos perante uma doença sem cura...
Um abraço com Amizade

sexta-feira, agosto 22, 2008

210-no rescaldo dos JO

Palavras para quê ??, Palavras, tantas foram ditas em reprovação de atitudes e actos, para uns menos dignos, para outros de desolução, para outros de justificação, mas nunca estas devem ser tidas em conta como uma desculpa para um (mau) resultado. Sim, palavras leva-as o vento, os actos e as suas atitudes reprovatórias ou não, essas ficarão para sempre gravadas em nossa memória. Já o profeta dizia, quem nunca errou que atire a 1ª pedra . É verdade que algumas palavras saídas num momento menos feliz soaram mal aos nossos ouvidos, é verdade que como sempre se colocaram os nossos atletas e os seus possíveis resultados numa fasquia demasiadamente ambiciosa. Não se trata em meu entender de não dignificar Portugal e a nossa bandeira, houve sim em alguns casos desbafos que não justificaram o resultado , mas nós sempre fomos assim e tão depressa rejubilamos com os feitos alcançados, como mais depressa condenamos e pior ainda, desmoralizamos os que ainda restam em prova.
Não deixa de ser verdade que frases do tipo " de manhã sou bom é na caminha" não caiem bem seja em que circunstância for, mas se algo corre mal ou se não conseguimos estar à altura, há pelo meio os mais diversos disparates que acabam por sair da boca para fora.
Tendo em conta os milhares de participantes nos JO , concerteza que haverá quem tivesse mais altas expectativas do que as nossas e estejam na mesma ou em pior situação. Os resultados são o culminar de um momento e só esse vale, nos JO são 3 os medalhados por categoria, todos os outros não perderam... simplesmente não ganharam...
Deixo um abraço de solidariedade a todos e em particular à Vanessa e ao Nelson um bem hajam pelos resultados alcançados...
Uma questão, já imaginaram o que é fazer por média em passada (salto) cerca de 6 metros, sim é isso mesmo , quase 18 metros em triplo salto... não é um avião, não é o super-homem, é sim o Nelson Évora voandoooo....

quinta-feira, agosto 14, 2008

209-A ilusão de quem nos ilude...

Alguém através dos tempos numa tradição já milenar , nos tem passado a palavra de que os primeiros Jogos Olímpicos (jogos disputados inicialmente por atletas amadores e mais tarde abertos a profissionais) terão sido realizados na Grécia Antiga no ano 776 a.C. Jogos estes de tão elevada importância, englobando povos de todas as nações. Mais tarde interrompidos no ano 393 da era actual, terão sido retomados em 1896, eplo Barão de Coubertin, sómente interrompidos pelo decorrer da primeira e da segunda guerra mundial.
Mas não vos falar mais sobre o que são e a origem destes Jogos porque isso é demais conhecido de todos, quero antes falar da "grandeza" que sempre é colocada pelo país organizador, procurando dar uma imagem ilusória aos olhos do mundo, quando tanta vez acabamos por ser confrontados com uma mágoa ao nos darmos conta do que é feito por detrás dessa grandiosidade demonstrada.
Fiquei perplexo ao ler esta 4ª feira que a organização dos jogos terá rejeitado a presença em palco da criança com a melhor vóz escolhida entre dezenas de milhar, numa acção descomunal na procura para chegar à "vóz" ideal para cantar os hinos de abertura. Ora a razão deste afastamento, e pasme-se quem me lê , foi nem mais nem menos do que o ser "feia" , quando feia neste caso é ter falta de dentes, próprio de uma criança. Isto mesmo, a organização decide passar a vóz escolhida, colocando a fazer playback, a presença de uma outra criança, que de vóz , estaria a séculos da ideal, mas apresentando esta uma figura esbelta... Chinezices, ou antes poderio e escolha de quem pensa ter tudo nas mãos e optar por uma ilusão perante milhões de espectadores por esse Mundo fora.
Mas não ficamos por aqui, quanto a mim , acho deslumbrante que aconteça em casos destes, uma apresentação sincera, humana, numa sincronia de movimento e luz quando apresentada directamente e por via de um entrosamento entre todos aqueles que compôem um espectáculo, coisa que aqui se misturou muito com a tecnologia ao alcance deste país. É verdade que o efeito de luzes , se torna esplêndido quando conjugado com o movimento e a forma humana, mas também é verdade que esta abertura dos Jogos, foi quanto a mim uma "ilusão" demasiadamente exagerada em algumas situações e em particular quanto à elevação projectada do Símbolo dos Jogos. Gostei sim, não vou dizer que não, até que o espectáculo conseguido por aquele mais de um milhar de jovens simultaneamente criando um movimento que me fazia rejubilar e pregar os olhos à poltrona, me deixando extasiado pelo que admirava, e porque assim testemunho o quanto gostei de algumas passagens, também esse facto de permitiraá concerteza dizer que não gostei de outras tantas coisas que como escrevi atrás, esperava não terem essa tal "demasiada ilusão de óptica" à mistura...
E pronto, vou ficar por aqui, se Você me está a ler, é sinal de que a mensagem foi "postada" na data "agendada", 14 de agosto , dia em que eu já andarei algures por aí em busca deste Portugal ainda por descobrir e que eu apesar de tudo adoro...
Um abraço com amizade, GW

sexta-feira, agosto 08, 2008

208-dar a mão...

Há situações no decorrer das nossas vidas, que pela forma como aparecem, nos deixam boquiabertos, utilizando nós muita vez a frase "Logo isto havia de acontecer a mim". A verdade é que por grave seja o que for que nos acontece, há sempre alguém em pior situação do que a nossa, há sempre alguém a necessitar de cuidados, há sempre alguém perto de nós em súplica e que nós tão "cobardemente" fazemos por não ver.
Força de viver...
Esta introdução com a qual dei em tempos início a este texto, prende-se pelo facto de também eu me fazer de "cego", quando na realidade tanta coisa se passa à minha volta e, claro, a tendência é para ver o que nos agrada aos olhos e não aquilo que nos toca os sentimentos. Mil e uma coisa me passaram pela cabeça quando de repentinamente me vi na situação em que me encontro, nunca em vez alguma, estive pendente de terceiros e notei essa necessidade, acabei pela situação me sentir um "piegas", um "choramingas", desanimado, e até em alguns momentos sem força para enfrentar o dia seguinte. Tudo isto porque de repente me vi confrontado com um problema de doença, com algumas complicações sobretudo de mobilização que na verdade me deixaram de rastos. Mas o que é isto perante outras situações ? é tão pouco perante o que Vos conto.
Hoje, ao escutar um testemunho num programa da TVI, perto da hora do almoço, dei de caras com a presença de uma pessoa quase vizinha, que não via há muitos anos e meu espanto quando tomo conhecimento do sucedido em tempos idos. Este meu desconhecimento só demonstra mais uma vez a não preocupação pelo que nos rodeia e tanta vez tão pertinho de nós. De facto também eu tenho olhado demais para o meu próprio umbigo ao ponto de desconhecer o episódio relatado hoje nesse mesmo programa.
A força demonstrada por essa mulher, ainda jovem, tantos anos maltratada pelo marido, incapáz de denunciar uma situação, por temer que algo de grave pudesse acontecer aos seus filhos, chegando a uma situação em que é alvejada na zona do pescoço pelo próprio marido, lutando durante meses entre a vida e a morte e que hoje revejo através desse programa, como o maior símbolo de Coragem e Determinação.
Com perda da mobilização total, associada a uma vóz precária resultado dos ferimentos, a vi ali numa cadeira de rodas especial, procurando através de um acessório incluso na própria boca, pintando, escrevendo e até teclando num computador. Não pude deixar que não uma, mas várias lágrimas corressem em minha face. Ali estava, à minha frente, num monitor de TV, uma pessoa que apesar de ter vivido perto de mim tantos anos e conhecer pessoalmente, eu desconhecia a sua situação, talvez pelo facto de estar há muito internada, o que me doi na verdade é que nunca me preocupei em saber... Pergunto-me o porquê do não conhecimento? Talvez porque nos embrenhamos em coisas pessoais, não olhando pelo que corre em nosso redor, tornando-nos tão independentes como se nada mais existisse à nossa volta. geralmente é assim, se algo de grave nos acontece, lembramo-nos de tudo e todos e na forma de nos ajudarem a minimizar tais estragos, mas porquê o nos lembramos só nestas situações de desespero próprio ? e os outros não contam ? que peso representa a dor do nosso semelhante em nós ?
Tenho-me sentido tão piegas em realção ao que me aconteceu, quando na realidade há pessoas que viveram momentos tão mais dramáticos e que são um exemplo de Coragem, de Força, de Esperança, em que cada segundo é vivido numa luta constante, num demonstrar ao Mundo, "Eu sou capáz, eu vou conseguir , eu jamais desistirei".
E eu perante toda esta determinação sinto-me tão pequenininho, quando não há comparação possível entre o que me aconteceu e a realidade lá fora. Procurar dar de mim, só porque eu acho que me devo dar, pode por vezes ser pouco e/ou ser tarde para quem necessita.
Parte deste texto foi escrito algures em 2006, e hoje porque eu tive alguém à minha volta, porque nunca me faltou a família, um amigo e mesmo até pessoas que eu desconheço, também eu graças a essas pessoas que se preocuparam muito mais do que eu seria capaz, aqui hoje eu estou porque com esse apoio também "EU FUI CAPAZ, EU CONSEGUI, EU NÃO DESISTI..."
Obrigado a todos
GW

quarta-feira, julho 30, 2008

207-por aí sem destino...

Desde que passei para o lado dos que nada fazem, que tenho procurado gerir o meu (bastante) tempo livre de várias formas, no entanto ultimamente tenho-me dedicado a dar umas voltitas numa carrinha a que eu chamo de "ramona", ora não é que ao me deparar na net com as fotos que aqui vos deixo, me lembrei de fazer umas ligeiras modificações à mesma de modo a permitir num conforto admissível passar uns dias por aí, calcurreando essa estradas e caminhos deste nosso Portugal, onde ainda há tanto por descobrir.
Há algum tempo que me imaginava por serras e vales, entre o verde da floresta e o azul do céu ir por aí quase sem destino marcado, e ficarmos, onde nos desse na real gana, sem o compromisso do tempo e objectivo em viagem.
Não foi tão breve quanto esperava , até que algumas situações do dia-a-dia não se têm tornado propícias, mas ultrapassadas algumas dessas questões e após propormos à discussão, uma das hipoteses é fazer e percorrer um já delineado percurso a que chamámos "Rota das Albufeiras e Lagoas".
Nem queiram saber a dificuldade que tivemos em 1º lugar colocar no papel o imaginário do que necessitávamos, fazendo buscas aqui e ali, e tendo conhecimento de alguns modelos preparados pelo próprio, declinámos a nossa opção para a 1ª foto, onde se pode ver uma auto-duplex-caravana de 4 assoalhadas, vidros duplos, fumados e á prova de raios ultravioletas.
Como o preço por m2 do piso, (que não era do radiante) ficava caro, talvez pela dimensão das assoalhadas, levamos a discussão uma mistura do tipo da autovivenda com tecto sobreposto em tipo de águas-furtadas, onde mais um quarto ficaria disponível face à opção.
Andámos, andámos, e prego aqui, parafuso acolá, cola-mastique mais acima , mais alcatifa menos alcatifa e acabamos por adoptar por uma questão de estética um modelo semelhante ao desta última foto.
Julgamos ser este o modelo ideal para o que pretendemos, vai daí, deitámos mãos à obra e pimba, com uma cama de 1,70x1,40mts esponjosa de 12cm de espessura, uma pequeno armário lateral de cerca de 1,15xo,80 ao qual adaptamos 1001 funções em arrumação, mais uma prateleira a um nível intermédio onde abundam os elásticos de amarração, e "voilá" , eis a nossa tão estimada "ramona" pronta para abalar, esperamos nós ao final do dia 14 agosto, onde pensamos ser possível em 8 dias percorrer a partir do centro tendo como objectivo o interior norte, 10 locais pré-delineados e hábilmente escolhidos, mas sem o compromisso do "estar a tempo", ams antes pelo contrário, chegarmos onde chegarmos no tempo que chegarmos... não em nenhum modelo das fotos, mas sim a bordo da nossa "ramona" Fiatzita...
ctos a todos / GW

sexta-feira, julho 25, 2008

206-Que sentido tem para Si ?

Reflexão - Amar…
Talvez Vos passe pela cabeça uma interrogação deste tipo: “Quem é o GW para escrever num Blog o que sente sobre este assunto ?”. Pois bem, meus Amigos, o tema é forte, muito forte mesmo e a reflexão é das coisas que contribuem e muito para passar melhor os meus dias, mas ainda mais para me dar de outra forma perante o meu semelhante.
Quem sou eu para sugerir as palavras que se seguem, no entanto peço uns minutos do vosso tempo e uma leitura atenta a cada palavra que se segue, é certo que nem todas serão de minha autoria, a realidade dos factos é o nos identificarmos com elas.
Repare bem nesta definição: Amar - Não exige, nem sequer necessita de grandes declarações. O sentido que se quer aplicado está depositado nas pequenas coisas. Pode ser através de um telefonema, uma carta, um cartão postal, uma surpresa, fazer uma visita, um convite para um café, uma ceia, ou muito mais simples, caminhar juntos de mão dada. É a todo o momento fazer coisas sem razão. É saber acolher, saber escutar, e…não ter pressa, é estar presente onde e quando o amigo nos busca…
Neste mundo em que vivemos não sabemos mais nos encontrar; tanta vez até parecemos desconhecer quem está ao nosso lado, as nossas relações são relações de afazeres, onde nos mostramos cada vez mais ocupados, isto é, sem disponibilidade para outrém. Só nos encontramos para organizar, falar, discutir e sempre com marcação prévia como se de uma reunião de trabalho se tratasse. Não nos vemos para mais nada. Não temos mais tempo de "perder tempo" e, aí escasseia o tempo para nós. Para nós só é importante a eficácia, a rentabilidade, o lucro. Não nos falamos, nem sequer escrevemos sem existir um motivo. Tudo isto não tem razão de ser.
É verdade que o mundo necessita da tecnologia para avançar, e que nos encontramos demasiadamente empenhados no desenvolver, no criar... mas já viram o quanto falta em calor humano a esse mesmo mundo... e no essencial tudo parece ser tão simples, o calor é o amor, o calor nada mais é que o “amar”,
Amar é assim. Tão simples assim. E todos sentimos falta disso. O mundo sofre por não ser mais amado, em lugar disso é maltratado. É este o grito da solidão imensamente repetido... Nós vivemos na era das comunicações, na era de uma melhoria sobretudo de equipamentos, em busca de um bem estar material, mas vejamos, nunca estivemos tão sós. Por tudo isto é natural que compreendamos a importância em nossas Vidas do Amor que estamos a perder deliberadamente, amor esse que não podemos comprar, e que em tão pouco contribuimos para ter e acima de tudo para dar.
O Mundo e consequentemente o amor não tem necessidade de outra coisa a não ser de homens capazes de prestar atenção uns nos outros.
Por isso, Amar é estar presente…
Amar está em palavras sentidas como estas: -"Quer um café? Estás cansado? Em que posso te ajudar? É bom o que você faz ? Como tem passado ? Como correu o seu dia ? Como está sua Família ? " ...
Amar é tão simples no fundo como isto , e portanto... É não julgar, é não condenar... é perguntar-se primeiro:

-"Se eu estivesse em seu lugar o que faria ?"
-"Se eu estivesse em seu lugar o que quereria?"

Um sorriso para todos/GW

sexta-feira, julho 18, 2008

205 - Parte de mim...

Nada mais gratificante na Vida de qualquer um de nós, que o momento do nascimento de um filho. Fáz hoje 19 anos, que pela segunda vez vivi esse momento memorável, de alegria, de desejo, de sentir, de querer, de amor e de Amar... Momento sublime que gravo na memória destes mais de 1/2 século de vida.
Recordo toda a azáfama dessa madrugada, tendo ficado sem carro num acidente de viação uns dias antes, me vi confrontado no momento com algo que me deixou deveras atrapalhado.
A melhor Parte de mim ...
Seriam umas 2 horas da madrugada quando tive de recorrer aos Bombeiros da Vila para procederem ao transporte da Mãe, grávida em final de tempo, com uma daquelas barrigas, de tamanho tão grande, como eu há muito não via. Tu, mais desejada que nunca, talvez pelo facto de situações de gravidez anteriores, de risco, não suplantadas, desta vez com o acompanhamento adequado e após 14 anos do nascimento do teu irmão, ali estavas Tu, prestes a ver a luz do dia. Desespero meu, as ambulâncias de serviço estavam fora em situações de emergência e não havia transporte para te levar a Ti e à tua Mãe. Como qualquer pessoa em situação de ser pai, fiquei descontrolado, sem saber o que fazer, o Hospital dista 26 Km da nossa casa, e eu aquela hora da manhã sem transporte para Vos levar. Ao passar por casa de um dos meus vizinhos, foi tamanha a algazarra que fiz com pancadas dadas naquele portão metálico, que acordei meio mundo. Valeu-me a prontidão dele, no apoio dado, ao me ceder aquele velhinho Renault 5 , que eu quase fiz voar em direcção ao Hospital, ao mesmo tempo que a Mãe parturiente, cerrava o punho , agarrada á correia de segurança que existia sobre a porta do carro.
Foi o percurso mais intenso que tive até hoje, as minhas preces iam em direcção a Deus, para que não nascesses no caminho, o que faria eu numa situação dessas se Tu resolvesses ali nascer...
Pouco tempo depois de dares entrada no Hospital, nascias, tão linda como a criança mais linda do Mundo, e eu todo babado ali estava com um imenso sorriso de orelha a orelha...
Naquele tempo, várias as situações vividas por nós, quer a saúde da tua Mãe, ainda hoje não ultrapassada por completo, quer a situação mais tarde do teu irmão, associado também a um qualquer isolamento da minha parte, a verdade é que eu consegui ultrapassar "quase" tudo, tendo os olhos postos em Ti, como sendo tu o alento para seguir em frente e que tanta vez me havia fugido nos momentos menos bons, por Ti me agarrei de novo à Vida com a força característica que sempre me foi apanágio, voltando de novo a ter um brilho nos olhos.
Amo-te com todo este Amor que tenho para dar, Amo-te, sobretudo porque és a luz dos meus olhos, Amo-vos meus filhos, porque Vocês são o melhor que algum dia me aconteceu...
Bem hajas filha e sê muito Feliz, não só hoje , dia do teu aniversário, mas todos os dias da Tua Vida
teu papy

sexta-feira, julho 11, 2008

204-Sentimentos...

Deixo-Vos um texto já partilhado por mim na Net, não neste Blog, mas em lugar também muito importante onde costumo escrever. Recordo-Vos que estas palavras só a mim dizem respeito, baseados numa vivência de alguns anos, não posso nem quero falar ou relatar episódios que possam ir contra o sentimento de outrém, mas sim dar a conhecer parte de mim e da dificuldade tantas vezes em gerir sentimentos.
Falar de sentimentos, o que podemos dizer aqui, de forma que consigamos ir ao encontro do interesse de quem nos lê... Estes, os sentimentos, como é sabido, podem ser positivos ou negativos, na maioria das situações, todos nós nos abrimos mais com outrém, quando é para darmos a conhecer aos outros as alegrias, os exitos, as boas amizades, em suma tudo o que nos corre bem, nós por natureza assim o demonstramos assíduamente.
Sentimentos...
No entanto é dos sentimentos tornados negativos e que nos apoquentam a cada minuto, a cada dia, sentimentos de revolta, de raiva de insucesso, de culpa, estes, quase sempre, não somos suficientementes capazes de deitar cá para fora, interiorizando bem no fundo de nós, e assim com eles e com base neles vivermos uma vida amargurada. A verdade é que tal como a nós nos custa falar do que nos corre mal, certo é que também na generalidade, as pessoas nos ouvem menos nesta situação.
Tornamo-nos ansiosos, numa ansiedade tão grande que nos transporta a uma angústia tão profunda como se tivessemos perdido uma pessoa da nossa família. É assim que muitas das vezes nos sentimos, nós que convivemos de perto com 1001 problemas, encontramo-nos em determinada altura das nossas vidas numa condição, em que nada nos corre bem, tal é o estado em que nos encontramos. Aí e, na maioria das vezes nos alimentamos de medicamentos qual receita mágica que nos faça estabilizar e nos devolva alguma vontade de viver. Parece dramático o que aqui escrevo, mas eu já estive assim, tal como muitos de nós, como se o peito quizesse explodir e o coração saltar cá para fora. Tornamo-nos abundantemente tristes, somos apoderados de uma incapacidade para não achar graça a nada ao que nos rodeia, não dialogamos, não sorrimos, não produzimos e aos poucos vamo-nos destruindo, acabando por arrastar também aqueles que nos rodeiam e que nos são queridos, para um beco sem saída, para um poço sem fundo...
É verdade que os nossos sentimentos desempenham mais que outra coisa qualquer, um papel importantissímo , pois são eles os responsáveis por todos os nossos pensamentos e consequentemente pelas nossas acções. Há em cada um de nós uma torrente de sentimentos, como se de um rio se tratasse e em que cada gota de água, não é mais do que um sentimento diferente em nós e, em que cada uma delas depende da outra para manter o rio em actividade, assim acontece conosco, é por isso necessário, antes demais pararmos e reflectirmos afim de identificarmos cada sentimento e sabermos agir em conformidade em busca de uma melhoria, em que os mesmos se tornem em sentimentos agradáveis. Transformar a raiva em alegria, e a tristeza em felicidade, são coisas que dependem em grande parte de nós.
Se tivermos coragem para encarar os nossos sentimentos mais desagradáveis, com cuidado, com afeição, colocando a violência de parte, decerto conseguiremos transformá-los num tipo de energia interior saudável, pois, quase sempre os sentimentos desagradáveis se tornam muito esclarecedores para nós, e é através da nossa vivência com eles e ao conseguirmos decifrá-los, que de certeza eles nos proporcionarão através de uma aceitação e compreensão muito mais respeito pelo que queremos das nossas vidas. Fáz bem partilharmos o que nos doi, a interiorização só nos magoa cada vez mais, quantos mais soltos nos sentirmos, mais os sentimentos que nos magoam serão ultrapassados e assim nos sentiremos melhor a cada momento das nossas vidas. Seria bom que aprendessemos a transformar e desfazer partes de nós mesmo que não interessam. Transformar a nossa raiva, por exemplo, em algo mais salutar, tão benéfica como a compreensão. Não é preciso médico para eliminar essa mesma raiva, se pararmos e formos suficientemente capazes de a olhar com amor e afeição, quase de certeza conseguiremos como que "domesticá-la", é importante sim, termos consciência da forma de vida que levamos e saber distinguir se é essa ou não a que queremos para nós, para isso é importante saber reconhecer cada sentimento que nos invade , no exacto momento em que ele surge em nós, e acima de tudo ter consciência de que não estamos sós , mas que ao nosso lado há sempre alguém com quem possamos fazer uma partilha e assim sentirmo-nos bem...
Um abraço com amizade / GW

sexta-feira, julho 04, 2008

203-Estar alerta...

Nunca é demais trazer aqui este assunto, até porque há algum tempo que não me debruço sobre o mesmo, sei também que o mesmo ainda é tabu que se mantém, entre alguns dos que passam ou têm entre si alguém ligado ao consumo de drogas, parece-me no entanto que as pessoas que me lêem estarão de mente mais aberta para estas situações de dependência, o que aliado ao facto de existir uma vivência em vários aspectos ligada a este mundo, acho por bem partilhar convosco algumas palavras sobre causa tão delicada, porque nunca é demais estarmos alerta...
Drogas e mitos
Continuam a existir as mais variadas ideias ligadas ao consumo de substâncias de dependência química as quais pretendem tornar legitimar esses consumos, tornando facilmente justificado o acto de consumir tais substância no ponto de vista de quem consome. Vários são os argumentos que acabam por parecer justificar e assim tornarem-se facilitadores que levam à prática de consumo. Como acompanhante de vários jovens, ligados a este mundo, são imensas as partilhas com que me tenho deparado, partilhas de ensinamento de um mundo que desconhecia quase completamente. Por isso, proponho abordar hoje algumas ideias pré-concebidas sobre este consumo que transportam mitos e permitem tornar e transformar práticas destrutivas, em práticas racionalizadas e aceites socialmente.
O Álcool, apesar de ser legal, é uma droga, uma vez que tem efeitos no Sistema nervoso central, o que provoca alterações de percepção, mobilidade, reflexos, concentração, capacidade de avaliação e raciocínio, provocando dependência física e psicológica. As quantidades ingeridas não moderadas, levam a essa diminuição das capacidades, não percebida pelo consumidor.
Outras tais, aquelas que nós entendemos como a droga em si, estas as verdadeiras causadoras de dependência química, tais como heroína, haxixe, pastilhas e outras, pelo que me apercebi nos contactos e partilhas que tenho levado a cabo, quase sempre foram e aconteceram nas 1ªs vezes em saídas de grupo, saídas para puro divertimento, em que a capacidade de as pessoas se relacionarem e o convívio estabelecido entre elas, leva muitas vezes a essa proximidade e a uma fase de experimentação. Há quem afirme, por exº que o haxixe não leva à dependência física, mas é verdade que factores individuais e quase sempre sociais, podem levará uma necessidade de consumo compulsivo e por sua vez a uma dependência psicológica. No caso da heroína, a dependência ocorre sempre em qualquer situação, qualquer que seja o modo de consumo. Mesmo que digam que no princípio possa aliviar tensões internas e proporcionar bem estar, a verdade é que esse consumo mais cedo ou mais tarde leva a estados tais de dependência e mal-estar que podem originar uma série de problemas de âmbito pessoal e social sem retorno enquanto não existir o momento de uma "aceitação" pela doença. Consome-se porque se tem problemas, o facto é que todas as pessoas têm problemas e a grande parte não é consumidora. Muitos dos que utilizam esta prática fazem-no, ao procurar nelas um efeito "mágico" que lhes proporciona lidar com a realidade sem problemas alguns, sem sofrimento até. Contudo, o consumo de drogas não alivia sofrimentos, acabando sim por perpetuá-los em suas Vidas.
Onde entra a força de vontade? - A força de vontade e/ou a motivação é e será sempre uma condição indispensável para o início de um tratamento, como acontece em qualquer situação de doença. No entanto, não esqueçamos ser fundamental o acompanhamento técnico adequado para que a mudança seja duradoura e eficaz. Como já referi e todos devemos ter em mente, as drogas e a toxicodependência são fenómenos complexos que têm por base razões diversas, de ordem individual, social, familiar e até mesmo ambientais.
Essa força de vontade tem que existir... Todos sabemos que ela existe, para tal, quer o adito, quer os familiares e amigos têm de saber aceitar que se encontram perante uma doença, em que é exigível uma mudança de atitudes, em que a cada momento deve fazer e pôr em prática um inventário das coisas boas e más, acima de tudo, dar as mãos. Pode parecer fácil, sei que o não é, mas também Vos digo, quem vive de perto estas situações, quem sente o desespero por nada poder fazer em momentos tão angustiantes, sabe que a Coragem, a Serenidade, a Sabedoria são factores primordiais para levar por diante a caminhada da recuperação.
Por hoje, o desejo que tudo esteja bem
um abraço com amizade / GW

sexta-feira, junho 27, 2008

202-bichinho a roer cá dentro...

Tornar-se voluntário:- É passar e sentir todo um conjunto de acções de interesse social e comunitário, realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projectos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade, desenvolvidas sem fins lucrativos ... /
... É estar ao serviço das pessoas, das famílias e das comunidades, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do bem estar das populações, desenvolvendo projectos e tornando-os activos de forma a aliviar a dor daqueles que sofrem, trabalho esse fruto de uma decisão livre e voluntária apoiada em motivações e opções pessoais que caracterizam desta forma o voluntariado. Esta é uma das definições que me é dada a conhecer, nas diversas passagens que fiz e faço, num espírito de entre-ajuda dentro do que me é possível.
Não direi que sempre, mas há muito tenho comigo esse bichinho do dar enquanto posso, algo de mim em prol do meu semelhante, sempre com a ideia presente de que "hoje por eles" , amanhã quem sabe...
Com a situação vivida e que me levou à reforma prematura, mais tempo tem ficado livre para me poder debruçar mais abertamente sobre a questão do voluntariado, no entanto ainda não encontrei aquela predisposição necessária para ir mais além.
Um destes dias veio ao meu encontro uma amiga de longa data, ao que eu trato por Índia, pois foi com esse "nome" que a conheci. Voluntária nata, foi com um brilhozinho nos olhos que recebi as suas palavras, em mais um regresso á ilha de onde é natural, disse-me ela ter regressado poucos dias antes da Tailândia. Não trocamos muitas mais palavras , o tempo também o não permitiu. Deduzo, por um e-mail recebido dela, que esteja ligada à AMI , pois o próprio escrito fazia referência a essa organização, confesso que não tenho a certeza, a verdade porém é que vejo nessa mulher uma coragem extrema e uma dedicação sem fim em ajudar o próximo...
É esse bichinho que me vai roendo cá dentro, já várias vezes falamos nisso cá em casa e estando os dois reformados, já nos levou a reflectir no assunto, quem sabe um dia quando os filhos estiverem orientados na sua vida pessoal, não venhamos ainda a fazer parte entre muitos que além-fronteira dão tanto de si... gostava de experimentar a zona norte interior de Moçambique ou o interior do Brasil... quem sabe...
Sinto-me chegado a um ponto em que o ser voluntario em qualquer unidade hospitalar, ou lar, ou mesmo acompanhamento pessoal, me pede para ir mais além, sei, no entanto que todo esse projecto terá que ser colocado na mesa não só em relação a mim mas sim, e muito mais importante, em conjunto com os que me (nos) rodeiam e porque também esses (ainda) precisam de nós...
uma boa semana a todos / GW
imagem de fundo retirada da NET

domingo, maio 25, 2008

199-Ajudar...

Recebi um e-mail com o teor que anexo a seguir, sei que muitas vezes muitos pedidos de auxílio "caiem em saco roto" , talvez porque a vida que nos é dada a conhecer a cada momento nos torna menos crente. No entanto porque eu acredito na mensagem recebida e porque um gesto de boa vontade pode fazer a diferença aqui deixo o pedido que recebi:
__________________________________________________
Amanhã podes ser tu a precisar.
Pelo teor de carácter de ajuda agradeço que leiam e divulguem pelos Vossos contactos.
Obrigada e bem hajam !

Exmo(a) Senhor(a)
Vivo nos arredores de Lisboa e sou pai de uma menina, agora com 7 anos, que é portadora da doença de TARGARDT (degeneração da mácula), o que faz com que perca a visão central ), doença essa que é actualmente incurável, mesmo no estrangeiro. Como não é fácil obter informações a nível nacional, resta-me a Internet para adquirir um conhecimento mais profundo que me ajude a lidar com esta doença, pois mesmo em Lisboa a única ajuda que me foi facultada foi de uma associação (mais concretamente a Associação de Retinopatias de Portugal), associação essa que também padece do problema de falta de apoio, pois é uma entidade privada.
O grande objectivo deste mail é tentar arranjar maneira de contactar pessoalmente, familiares ou amigos dessas pessoas que sofram da mesma ou semelhante doença, para fazer um rastreio, com um único pensamento: - Difundir e trocar informações acerca desta doença.
POR FAVOR divulguem este mail pelos vossos contactos e/ou se tiverem conhecimento pessoal de um caso semelhante, agradecia que me contactassem:
MUITO E MUITO OBRIGADO
Rui Gonçalves
P.F., não ignorem a mensagem. Ler e reencaminhar não custa nada.
Obrigado.

sexta-feira, maio 16, 2008

198-de tanga e não só...

Olá, já repararam bem na minha figurinha ? Deduzo que não seja muito diferente da vossa se considerarmos os tempos que correm em termos de situação económica neste país que um dia alguém apelidou de paraíso à beira mar plantado, mas que hoje "exala" um cheiro nauseabundo no que diz respeito à pobreza e ao distanciamento cada vez maior entre os milhões incluídos neste escalão e aqueles que "sorrateiramente" conseguem a custo dos mais desfavorecidos aumentar o seu pecúlio, entre o papel azul/esverdeado (vulgo €uro) que um dia quizeram liberalizar por essa europa fora, que acabam por gerir em qualquer paraíso fiscal.
Não minto, quando olho para o cinto cujo furo utilizado, meses atrás, se situava na ponta deste, à semelhança de uma barriguita avantajada, e que hoje, por mais voltas que dê, não passo sem ter que fazer mais um furo extra de modo a que o mesmo me segure as calças.
É verdade que o aumento dos combustíveis na origem, subiu num ano cerca de 38% e consequentemente as distribuidoras reclamam sucessivamente centimos atrás de centimos , de aumentos exageradamente superfluos, apregoando eles(as) ter que fazer face a custos de aumentos substanciais na origem.
No entanto não deixa de ser verdade também, que se as distribuidoras, vêm nessa razão uma alibi para proceder aos aumentos dos mesmos, também não deixa de ser verdade que deve ser obrigação dos governantes, quiçá, proceder a um ajustamento redutivo dos valores percentuais acumulados sobre cada litro, que sabemos nós ser cerca de 65% em impostos, os quais se traduzem em muitos suores e lágrimas desta população cada vez mais carenciada.
Estou preocupado sim senhor por o 1º ministro e outros que tais fumarem a bordo de um avião, "fretado e em uso particular" , claro que estou, numa condição cuja acção poderá levar outros a desmotivarem-se e mais tarde também não cumprir face à lei, mas preocupa-me muito mais que com estas e outras notícias se vá tapando a prioridade de outras bem mais importantes, e que devem ser tidas urgentemente em conta de resolução para não cairmos a "pique" num desespero mais que lactente em todas aquelas famílias que lutam arduamente no dia-a-dia, para conseguir ter o que comer no dia de amanhã, quando o "hoje" está deliberadamente e exageradamente tão feio para cada um de nós.
É tempo, quem sabe de uma insurreição popular em luta por uma merecida distribuição de bens mais que essencial e que fará toda a diferença numa qualidade de vida que se quer por direito, aí sim, talvez este pedaço de terra à beira mar plantado, possa voltar a ser apelidado de "paraíso"

domingo, maio 04, 2008

197-Dia da Mãe...

Desde que me conheço, foram no meio em que estava inserido, mais os dias dedicados à Mãe na data de 8 de Dezembro, lembro-me , ainda jovem a adaptação que custou, trocarem esse dia para Maio. É verdade que é Maio o mês de Maria, também é verdade que todos os dias deveriam ser de reconhecimento a quem nos trouxe ao mundo, e não é menos verdade que nos tempos remotos seria em Maio a celebração.
Apesar desta minha lembrança, parece que as comemorações mais antigas já vêm da Grécia Antiga, em que na estação primaveril, se davam a festejos em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses. Já em Roma, as festas tendo como dedicação o Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, em que as cerimónias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Também numa Europa mais recente (século XVII) , a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões, por isso no Domingo da Mãe, os empregados tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe. Numa leitura que fiz algunes na net, nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida pela primeira vez em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.
A maioria dos relatores e das fontes sobre o assunto, é unânime acerca da ideia da criação de um Dia da Mãe. A ideia terá partido mais recentemente de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.
Segundo Anna Jarvis seria objectivo deste dia tomarmos novas medidas para um pensamento mais activo sobre as nossas mães. Através de palavras, presentes, actos de afecto e de todas as maneiras possíveis deveríamos proporcionar-lhe prazer e trazer felicidade ao seu coração todos os dias, mantendo sempre na lembrança o Dia da Mãe, cuja aceitação, daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.
Hoje em dia, muitos de nós celebram o Dia da Mãe com pouco conhecimento de como tudo começou. No entanto, podemos identificar-nos com o respeito, o amor e a honra demonstrados por Anna Jarvis há 96 anos atrás.
Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.
E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.
Como escrevi no início, em Portugal, até há alguns anos atrás, o dia da mãe era comemorado a 8 de Dezembro, mas actualmente o Dia da Mãe é no 1º Domingo de Maio, em homenagem a Maria, Mãe de Cristo.
Um beijo terno a todas as Mães , e em particular a ti Mãe, sei que onde estás, me protejes, me abençoas e estarás sempre comigo e no meu coração...

sexta-feira, abril 25, 2008

196-Abril, conquista, quase esquecida...

Passam 34 anos sobre esta data , para mim , marcante , como para a maioria dos Portugueses. Recordo que então, apesar dos meus 19 anos recentes, me encontrava no serviço militar, levado por uma ânsia em o finalizar o mais breve possível, me impeliu ao voluntariado. Apesar de ser o filho mais novo entre muitos irmãos, depressa me vi a viver só com a minha mãe, procurando a pulso lutar por um lugar digno quer académico, quer profissional, é verdade que o facto de ter perdido um irmão na guerra do ex Ultramar, também teve peso na minha decisão pois à partida não iria para as ex Colónias.
Nota-se que a nossa hostória morre aos poucos e quase nada se diz hoje sobre tal facto, a transmissão de ensinamentos sobre a data, no ensino, é quase nula. Pergunta-se o significado a um adolescente e a resposta quase imediata "é um feriado"...
A situação actual, quase não fáz lembrar , que existiu um a 25 de Abril de 1974 um Movimento das Forças Armadas, o qual deitou por terra o governo de então, fascista. Era à data estudante-trabalhador e cumpria já o serviço militar , recordo plenamente esse dia, apesar de na unidade onde me encontrava estarmos apenas de prevenção, vivi com imensa emoção o acontecido, em que um golpe militar desencadeia um espontâneo e justificado levantamento popular , centrado inicialmente para a Capital, mas rapidamente extensivo a todo o País. O levantamento das Forças Armadas, alicerçadas nas massas populares e dos trabalhadores, acabarão por exigir que haja um empenhamento social e político mais alargado, o que acabaria por dar um ímpeto revolucionário ao Movimento das forças Armadas, conhecida como a Revolução dos Cravos. Foi esta a forma , apesar de pessoalmente aceitar, ideais diferentes , numa Liberdade de expressão que nos foi concedida . A Revolução de Abril foi um acto conseguido que acabou por trazer ao nosso povo, às suas classes mais desfavorecidas , mudanças de uma Vida cujo anseio é para melhor. Desde o fim da guerra colonial , e as condições favoráveis à independência , dos que são hoje os Países, Moçambique, São Tomé,, Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau . Sendo este último pioneiro pois já tinha proclamado a sua independência numa parte do seu território.
Hoje há descontentamentos lactentes pela situação actual, desemprego, estagnação e/ou perca do poder de compra, sobre-endividamento, tantas e tantas coisas para as quais todos temos contribuído. É verdade que o poder de decisão e actuação não se encontra nas mãos dos mais desfavorecidos, no entanto não nos devemos esquecer que o principal conceito nos foi garantido com o 25 de Abril, "A Liberdade".
Concerteza se todos aplicarmos esse conceito da melhor forma possível, tendo em mente que a Liberdade não é só um nosso direito, mas sim de todos , e que toda a partilha de ideais, sucessos e fracassos, deve ter em conta sempre a existência de mais pessoas além de nós, aí sim, decerto muitas outras situações passarão a ser bem melhores para todos nós, mas para isso, teremos que dar também o braço a torcer.
Grande parte das situações são-nos adversas, mas uma mesa só será deslocada sem esforço se mabos pegarmos nela e caminharmos no mesmo sentido e não cada um puxar para seu lado.
Não posso eu dizer que uma cor é Azul e Você dizer que é Amarela, mas em sintonia encontrar um ponto de equilibrio e quiçá, misturar as duas cores na percentagem correcta e obter com as duas um Verde ... Verde esse de Esperança que agradará a ambos, e para cujo resultado final todos partilhamos...

Com um forte Abraço, / GW

domingo, abril 20, 2008

195-todo o cuidado é pouco...

Acidentes verificados numa situação em que se efectua uma marcha à rectaguarda, (marcha-atrás) estão cada vez mais presente nas nossas notícias. Recordo ouvir relatos de acidentes com veículos industrias, quando em trabalho, e em que alguns se terão dado em condições adversas, muita vez até devido ao desenrolar da situação e ao desempenhar de funções aceleradas, no intuito de se tirar o máximo da rentabilidade, acabando e/ou deitando tudo a perder ,em tanto caso acabando na morte de alguém, só porque não se tomam as devidas precauções.
Mas, hoje em dia , são os acidentes ditos "caseiros" , envolvendo quase sempre familiares, sabe-se lá com a responsabilidade de quem, mas de consequências tão pesadas que as lágrimas serão incapazes de apagar da memória de quem as vive.
Li algures , num semanário que a "marcha-atrás" , mata cada vez mais, sendo os números tão alarmantes, que nos dão que pensar. Segundo a fonte, a Polícia terá registado no último ano quase 400 atropelamentos verificados na situação de "marcha-atrás", sobre os quais recaiem cinco vítimas mortais, no entanto a estatísticas dão conta de atropelamentos verificados sómente na via pública, estando nestes valores excluídos os casos de atropelamentos, nas zonas ditas "domésticas" sobretudo dentro das próprias áreas residenciais.
A atenção, deve ser redobrada quando estamos perante crianças ainda de tenra idade, onde a noção do perigo não está ainda "residente" , em que tanta vez a novidade do local, aliada às brincadeiras mais apetecíveis as levam a esconder-se tanta vez entre os carros.
Não passa pela minha cabeça a imensidão da dor de quem por infortúnio se encontra envolvido na situação.
Recentemente, um avõ, atropelou a própria neta que na sua inocência brincava por trás da carrinha, dentro da área de residência, provocando-lhe a morte imediata.
Um acidente deste tipo não entra nas estatísticas, ficam por isso fora das mesmas, porque não são considerados desastres rodoviários.
Mas não se julgue que a existência deste tipo de acidentes tem como vítimas sómente crianças, também acontecem com adultos, e lembro-me que ainda não passou muito tempo, uma mulher terá sido atropelada pelo marido quando este efectuava a "marcha-atrás", Se na situação de crianças, muitas ainda bébés, não existe a percepção do perigo, o que aliado à sua pequenez, torna difícil a que numa amplitude de visão de quem conduz, não dislumbre o corpo, numa situação de adultos , já há aqui, uma falta de concentração mais ou menos evidente, quer da parte de quem se coloca na traseira de um veículo, tanta vez distraído por uma qualquer situação, assim como haverá por parte de quem conduz, uma desatenção pelo meio que o envolve...
Façam-me o favor de serem felizes / GW

segunda-feira, abril 14, 2008

194-barbaridades...

Quando em setembro de 2005, iniciei este blog, trouxe até vós o facto de a lagoa, esse imenso espelho de água onde o azul do céu é reflectido, ter sentido nesse ano o problema de uma seca que deixou a nossa lagoa em piso de terra tão seca que dizia eu na altura dava para ser atravessada a pé.
Volvidos quase três anos, a lagoa está praticamente no seu nível máximo, o repovoamento das espécies mais características foi feito, e melhor que nunca, as aves voltaram nomeadamente as espécies "perna-longa", o "pato-real" e a "galinha-de-água" entre muitos outros, que tentam procriar ali, ou simplesmente procuram abrigo na sua passagem pelo atlântico.
Mas admirável mesmo era ver um casal de gansos imponentes naquela brancura de penas bem cuidadas aliadas á côr laranja dos seus bicos.
Há semanas atrás também nós como visitantes assíduos da lagoa, quer nas nossas caminhadas, quer simplesmente para observar os bandos de aves, levamos até lá uma das nossas patas , a "branquinha" (sim, a branquinha porque lá em casa tudo o que mexe tem nome eheh ).
Ontem porém, numa das saídas ao mercado semanal cá da vila, em conversa com uns amigos, ficamos a saber que alguém anda a roubar ou pior ainda, a matar, as aves e que ultimamente o seu número tem reduzido quer por essa barbaridade, quer pelo medo que as próprias sentem à aproximação das pessoas.
Após o almoço, fomos até lá, e de facto foi com mágoa que verificamos o que nos haviam dito, a fêmea ganso tinha desaparecido, o seu ninho estava despojado dos ovos, e no chão em seu redor viam-se amontoados de penas brancas...
Ali esperamos uns bons minutos, como sempre fazemos, espalhamos um pouco de comida própria, e logo tivemos junto a nós alguns dos patos que numa algazarra penicavam a areia no intuito de chegar aos grão de cereais, alguns , mais tímidos , ficaram-se pela borda de água.
Não admira, numa localidade onde "quase tudo" que se procura fazer de bem, não é sequer estimado pelos residentes, onde uma zona de reserva e com proibição à passagem a veículos motorizados é constantemente invadida, prejudicando o habitat das dezenas de espécies , onde nem sequer a pesca é permitida e á "sucapa" se sabe que há quem ali o faça...
Meus amigos, cá como em toda a parte as coisas acontecem e sempre pela mão do homem, numa zona a preservar, sendo ela o ex-libris da freguesia, é imensamente triste que aconteçam cenas deste tipo, mas enfim nem todos somos iguais, direi mesmo , ao contrário de um célebre slogan... somos mesmo muito diferentes nas atitudes.

Uma boa semana para todos e até um destes dias/GW

sexta-feira, abril 04, 2008

193-entre o verde e o azul...

Que raio de cena esta, toda a semana mal dormida, de facto há algo que me tem apoquentado estes dias (ou melhor, noites) , não sei se pelo calor repentino que tem estado, a verdade é que tem sido bem dificil "pregar" olho, ainda por cima e para mal dos meus pecados o "Pintas" (cão cá de casa) tem passado as noites num uivar constante, incomodativo, ao ponto de me fazer por os pés fora da cama de quando em vez afim de lhe dar um raspanete...
Mas vamos ao que interessa , tenho estes dias, percorrido os caminhos das matas de S.Pedro de Moel, pois é um trajecto que me dá prazer, pela sua calmia, pela sua frescura, pelo seu verde convidativo a uma passeata, quer de carro , quer mesmo de bicicleta ou a pé... Falando um pouco da zona: -
Zona toda ela inserida numa intensa união direi mesmo de grande intimidade, partilhada pela proximidade do pinhal e da praia. Zona de um cariz tão marcante ao longo dos tempos, já passado para a escrita do poeta Afonso Lopes Vieira, pela passagem nas palavras:
- “Pinhal de heróicas árvores tão belas
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além
foste tu que lhe deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando
rodeando a Terra e olhando novos astros
oh gótico Pinhal navegador
em naus erguidas levando
tua alma em flor na ponta dos mastros!...

Fazer este maravilhoso percurso a desembocar na foz da Ribeira de S.Pedro, ali mesmo na zona da Praia Velha, subindo a estrala atlãntica em direção ao Penedo da Saudade e ao farol, perder as vistas naquele mar imenso, reparar naquele casario tão característico, uma passeata ao acaso pelas ruas o observando os exemplares de construção tão belos. Há no entanto uma que se destaca quer pela localização , quer pelo simbolismo que encerra. Refiro a que pertenceu a Afonso Lopes Vieira , onde na “Casa-Nau”, como lhe chamava, conceberia grande parte da sua obra. No Presente e porque assim foi destinada em testamento, Colónia balnear para crianças.
Em simultâneo e desde 2005 , é também Casa-Museu dedicada ao Poeta.
A altivez do farol que todos conhecem, estratégicamente edificado no topo de um penhasco que cai a pique para o mar.
Canas de pesca ao alto, na zona do farol, sítio do agrado de pescadores e dos amantes das vistas largas, é mesmo aí o conhecido Penedo da Saudade há tanto fazendo a transição entre a lenda e a realidade.
Passe por cá, mais adiante dê um saltinho às praias de Pedra do Ouro, Polvoeira e Paredes da Vitória, e como decerto não terá tempo para muito mais, propomos que mais tarde com mais calma, retome em lazer esta passagem pela Estrada Atlântica, onde uma CicloVia paralela permite um passeio calmo de mais de 30 Kms pela beira-mar...
Fiquem bem e aquele abraço / GW

sexta-feira, março 28, 2008

192-Será que estou errado...

Há dias quedei-me por um texto que escrevi em tempos e que partlhei com alguns de Vós, mas que agora, trago ao conhecimento de todos, não só pelas palavras que insere, mas mais ainda pela reflexão que ele exige;
Amar...
Não necessita de grandes declarações. Está nas pequenas coisas. É um telefonema, uma carta, um cartão postal, uma surpresa, uma visita, um café, uma ceia, é tão simplesmente caminhar junto de mão dada.
É fazer coisas sem razão. É acolher, escutar, e…não ter pressa...
No mundo em que vivemos não sabemos mais nos encontrar; nossas relações são relações de afazeres, de ocupação. Nos vemos para organizar, falar, discutir. Não nos vemos por mais nada. Não temos mais tempo de "perder tempo". O importante é a eficácia, a rentabilidade. Não nos falamos, nem escrevemos sem um motivo. Isso não tem razão de ser. O mundo necessita da tecnologia para caminhar... mas lhe falta calor... e o calor é o amor, o calor é amar..Amar é assim. Simples assim. O mundo sente falta disso. O mundo sofre por não ser mais amado. É este o grito da solidão... Nós vivemos na era das comunicações e nunca estivemos tão sós. Nós compreendemos agora que amor não se compra. Não se implora. É pobre aquele que é obrigado a correr à procura de alguém que lhe ame.
O amor comprado não é amor. Amor implorado não é amor, é piedade. "Nada faz mais mal a alguém que precisa ser amado que a piedade".
A felicidade não tem necessidade de outra coisa neste mundo a não ser de pessoas capazes de prestar atenção uns nos outros.
Amar é estar presente... Amar é dizer: -Por que esperar a proximidade da morte pra dizer a alguém que o amamos ? O Amor está nas coisas simples...
Amar é dizer: "Quer um café? Estás cansado? Como correu o teu dia ? Em que te posso ajudar? Você é bom no que você faz..."
Amar é tão simples no fundo, e portanto...
É não julgar, não condenar... é perguntar-se: "E se eu estivesse em seu lugar o que faria ?"
___
GW

quinta-feira, março 20, 2008

191-Bons folares...

Ocasionalmente, deixo o meu "post" à 5ª feira, amanhã é 6ª feira Santa e da maneira que o tempo está, parece-me que o vou passar embrulhado nas mantas. Num dia normal, numa ocasião também normal, que culminaria numa reunião de amigos mais que normalíssíma, era a 6ª feira santa, isto em tempos que já lá vão, pretexto para um grupo de bons amigos ir até à maré, tradição aqui na zona, apanhar uns bons kilos de mexilhão. Hoje, a tradição já não é o que era, os amigos estão um tanto ou quanto "belhotes", a rapaziada mais nova, não está para aí virada, e o mais engraçado é que nem nas ditas tradições Pascais, eles se interessam, acomodando-se no aconchego do quarto, depois de uma ou outra noite passada ao som de musica numa batida estridente em qualquer discoteca, ou à mesa de qualquer bar de música ao vivo, onde ainda impera, apesar de tudo a "fumaça" pairando no ar, fazendo de ouvidos moucos a aplicação de uma lei ainda mal cumprida.
Não deixo de recordar algumas situações em desuso, tais como o acto de pedir o folar, e até mesmo o da visita pascal às casas, a primeira porque os mais novos quase não estarão para isso, esperando antes que sejam os padrinhos a levar até si o dito folar, folar este que se não for acompanhado por umas dezenas de euros, para eles, quase não tem significado, dando o afilhado preferência a uns "cobres" em detrimento do célebre folar (bolo) e das tradicionais amendoas.
bem, mas tudo isto seria muito mais interessante se não fosse perdido, mas se até as visitas pascais às casa já começam a diminuir, dizem, por falta de padres, como poderemos manter as tradições intactas ?
E pronto, aqui vos deixo estas palavras, o tempo apresenta-se cinzento, tal como eu, bem sizudo... mas uma coisa é certa, não é por mim que a tradição acaba, pois Folar haverá sempre, as amendoas também, e a malta, filhos, sobrinhos e afilhados, apesar de bem crescidos, terão no mínimo as suas amendoas, aguardando a sua visita...
A única coisa que não cumprirei , é a ida à maré, nisso, acreditem que a tradição já não é o que era, é que isso de dizerem que na idade somos como o vinho do Porto, para mim já não pega, pois até esse se não for bem rolhado e estimado, acabará por azedar e estragar... assim estou eu, que apesar de ser estimado , já deixo denotar por vezes um certo azedo eheheh.
Fiquem bem e façam-me o favor de serem felizes / GW

sexta-feira, março 14, 2008

190-Olhos de ver

Bolas, quantas vezes percorri distâncias atrás de distâncias, algumas em que já sabia de cor, cada marco de estrada, cada ressalto do alcatrão, cada berma saliente, cada vale, cada monte, cada curva, por tantas e tantas vezes "papar" kilómetros atrás de kilómetros sem ver e dar o valor a cada pedaço de terra por esse País fora. Recordo numa das viagens que fiz a Santander ter recomendado aos amigos a "passeata" por tais lugares contínuos ao atlântico e das maravilhas que se me deparavam aos olhos num país que não é o meu, quando por cá temos coisas tão belas.
O conceito do "vá para fora , cá dentro" parece não ter pegado muito bem, quando repetidamente nos é dado a conhecer as escolhas dos portugueses para fazer férias, optando pelos países do centro/sul americano ou pelas praias das baleares. Ora , num destes passeios mais alongados, tive o grato prazer de enveredar por esse Portugal mais desconhecido (para mim) e que pelo facto de estar um pouco distanciado do litoral onde habito, não tem sido dos mais procurados para lazer.
Um dia saí por aí com um grupo de companheiros, numa de ir dar uma "mãozinha" ao estilo do "voluntariado" e nessa deslocação já que a mesma contemplava o interior transmontano, juntamos o útil ao agradável e assim pudemos verificar "in loco" , durante umas semanas, a beleza de percursos quase desconhecidos , e com tanto para nos dar.
Desde a Serra do Marão, até Vila Real, atirando um pouco para o Nordeste transmontano, Bragança e arredores, onde abunda uma grande diversidade no que respeita ao clima e onde a paisagem se encontra bem delineada , nos pontos de maior interesse (todos importantes) que se nos oferecem de uma forma tão bem representada pelos vinhedos escarpados numa imponência desse rio a que chamamos Douro , a serenidade que nos é transmitida no percurso que engloba Miranda e zonas limítrofes , onde quase clamam por nós as pedras de rocha nua.
E o parque natural de Montesinho , não esquecendo o espectáculo deslumbrante das amendoeiras já em flor. Não pode deixar de ser referenciada toda a riqueza , num ambiente onde é notória haver uma menor intervenção do homem, que tanta vez leva à destruição do que por si só é tão belo.
É assim, geralmente quem conduz, não tem oportunidade de apreciar como quem vai sentado ao nosso lado, tal pendura que mais não fáz do que dar largas á imaginação perante cenário tão deslumbrante, mas é tudo tão bonito...
Pois, mas desta vez tive oportunidade de ir comodamente instalado no banco de trás, qual poltrona em sala de estar, admirando cada pedaço, onde as cores eram mais majestosas do que em ecran de uma qualquer mais recente tv, em que predomina o grito de última geração.
Tanta coisa linda por este nosso cantinho e por vezes tão ingenuamente ignorado. Acreditem que o gesto a que nos propusemos como grupo de ajuda, saiu muito mais favorecido por termos aproveitado o deslumbramento deste pedacinho de terra à beira mar plantado., e sabem o que vos digo ? só não vê quem não quer ver...
Com o desejo que todos estejam bem e ... bons passeios