quarta-feira, junho 28, 2006

96 - Outros Tempos...

Tanto faz
Época de exames para os que finalizam etapas num percurso académico, momentos de nervosísmo, ansiedade, e outras situações tais que eu recordo tão bem ter passado por elas. Ao tomar conhecimento dos métodos actuais de ensino e respectivos currículos, no que diz respeito à matéria leccionada, vejo que apesar de muitas mudanças benéficas, outras há que parece haverem retrocedido no tempo...
Falta de matéria dada...
Por opção, a minha filha candidatou-se este ano ao exame de economia, abarcando nessa prova, matéria do 10º e 11º ano de modo a complementar mais um grupo de disciplinas obrigatórias para uma outra área opcional de acesso ao superior. Reconheço não ser ela uma aluna brilhante, mas sendo uma aluna razoável, procurou ir preparada dentro do que lhe seria proporcional á aprendizagem retirada desses 2 anos de Economia.
primeira surpresa, prende-se pelo facto de a àrea dela ser a disciplina frequentada designada de Economia B e o exame ser correspondente a Economia A, depois, segundo ponto, apesar de grande parte da matéria ser comum aos dois tipos de Economia , A e B , ainda houve questões apresentadas no exame que a turma em que ela esteve colocada, nem sequer falou ao longo dos períodos escolares.
Situações que se tornam embaraçosas a quem frequenta este ensino que nós temos, não sei bem se a culpa é dos programas definidos, ou se é por falta de tempo ou "saber" de quem lecciona a matéria.
Noto de facto diferenças entre o "hoje" e o "ontem" , entre o que ela aprende e entre o que me era dado a aprender no meu tempo de estudante. Dizer que também cada um de nós terá o seu método de aprendizagem e uns serão de melhor recepção ao que nos ensinam... Pode ser, mas partindo do principio que nunca notei dificuldades identicas ás que ela tem presentemente, sempre pairando eu, entre médias acima do razoável, e tudo isto devorando livros no ensino nocturno de há 35 anos, parece-me hoje que isso não acontece de igual modo, ficando-se muitas vezes por dar a conhecer matérias que parecem mais adequadas, e acabando por deixar para trás o que se julga não sair numa situação de exames, certo é que depois quem decide sobre o teor dos mesmos não se baseia nesses termos e acaba por sair matéria que nunca foi sequer dada durante o período normal de aulas...
Bem, tudo isto não deixa de ser um desabafo, porque de facto nada mais é do que isso, resta-me a esperança que alguém me leia e partilhe da mesma opinião.

Um abraço
GW

quinta-feira, junho 22, 2006

95 - Não imaginava...

várias vezes havia comentado a situação que era vivida com outras pessoas , quando no processo de baixa médica prolongada com atribuição de Invalidez, e como seriam esses períodos vividos por quem tinha dado parte de si durante largos anos em alguns casos , como seria o sentimento após lhes ser feito uma avaliação deste teor, ainda mais tendo em conta que até então nunca se haviam manifestado situações ou condições que requeressem baixa médica.
Assim eu sinto...
De repente, quase do pé para a mão, me vi com a Vida embrulhada de tal forma a nível de saúde, que aos poucos e poucos me fizeram trazer á ideia parte dessas conversas tidas em tempo com Amigos em situação identica. Sentia eu , em momentos, nessas trocas de palavras, algo de nostalgia, quando se falava na impossibilidade dessas mesmas pessoas estarem na eminência de não regressar ao trabalho, por essa mesma Invalidez se poder traduzir numa reforma antecipada. Julgava eu que esse momento seria de júbilo, pois o que mais se falava era que qualquer um tendo oportunidade gostaria de ser reformado, e ainda melhor se pudesse ser a tempo de gozar ainda algum tempo livre, e neste caso ainda mais se por motivo de Saúde não podiam continuar a trabalhar.
É verdade, não imaginava sentir-se um aperto no peito quando nos comunicassem essa situação, que não corresse uma lágrima pela face, não recordasse antecipadamente todos os passos, todas as alegrias e tristezas ao longo destes anos. Afinal, o que eu queria era estar a 100% e não estou...
São 38 anos de uma Vida, na mesma empresa, nos mesmos lugares, quase sempre as mesmas caras... Hábitos que vão acabar por morrer aqui.
Não fazia ideia sentir-me daquela forma, após ter sido convocado para uma Inspecção da Segurança Social, e me dizerem: - Você, quanto ao seu caso, iremos avançar com um processo de reforma por Invalidez Total e Permanente, a sua idade não permite que venhamos a pensar sobre outra hipotética situação... Eu que pensava , sinceramente que se esta situação aparecesse ficaria aliviado, aconteceu completamente o contrário, foi como se parte de mim acabasse ali, como se houvesse um desabamento em meu redor, como se me fosse cortado o embrião que há tanto me ligava aquela empresa e aquelas pessoas...
Jamais pensei que as lágrimas corressem, de tal forma que fui forçado a procurar um lugar sombrio , num qualquer banco de jardim e ali ficar a meditar , como que tais asas de mim se apoderassem e me levassem a voar , recordando toda a caminhada que havia feito...
No trajecto para casa, pedi para pararem em frente à empresa , e quase me custou levantar os olhos e dar uma espreitadela em busca de algum dos amigos, aqueles que tão carinhosamente me acolheram e souberam suportar sem queixume todos os meus ais... Sabia de antemão que há um longo caminho de recuperação a percorrer, sabie e sei, que muitas coisas possívelmente não voltarão a ser o que eram, mas , profissionalmente ficar por aqui, jamais me havia passado pela cabeça...
É como se uma nova Vida começasse, mas agora sei, que esta fase agora iniciada, tem que ser mais que qualquer outra vivida com muita intensidade, aguardando que ela me saiba trazer momentos que ainda não vivi, e que espero viver, com a força que sempre me foi característica...
Não é fácil... não está sendo fácil... sei que não vai ser fácil...

Abraço com amizade
GW

quarta-feira, junho 14, 2006

94 - Mas porquê ?...


Tudo parece bem no início, depois vêm, instalam-se, procuram a melhor forma de apanhar o máximo de incentivos e beneces, reduções de imposto e outros tais, prometendo mundos e fundos ao país e ás pessoas que os acolhem. São assim , nomedamente as grandes indústrias que vindo de fora, sempre em busba de incentivos financeiros e mão de obra mais favorável, entram, comem e depois , bye-bye...
Encerramento da Opel
Os milhões comparticipados de "boa fé" há pouco mais de 3 anos, davam para pagar tantos e tantos subsídios de desemprego por esse país fora já tanto sobrelotado de fechos, falências, e outras situações (mesmo que não existam, iventam-se).
Parece quase um enredo de ficção o facto de que a empresa que melhor acolhida foi pelo caracter de desenvolvimento, acentuado num progresso laboral , à base de muito suor dos que estão presentes dia-a-dia, passe da situação de mais favorável, para a situação de não rentável, assim de um dia para o outro. Dizerem que não conseguem suportar o Custo das horas suplementares e que isso acarreta custos em + 500€uros/unidade construída não tornando assim viável a empresa , custa um pouco a engolir.
Mas afinal a Opel apresenta-se assim nesses valores em relação a que outro País ? Pois de facto não será por aqui perto, talvez um desses onde a mão de obra barata existe aliada a um factor de quase escravidão laboral, aliados a um oportunismo de ganhar mais e mais... Sim, porque estes senhores não estão para perder um centimo que seja, e se isso acontece há que levantar arrais e deslocar-se para outros países, em busca de novos incentivos e facilidades.
É lamentável que mais cerca de 1200 trabalhadores directos (fora os outros), percam assim do pé p'rá mão o seu ganha pão, mas o que vai ser deles e suas famílias parece não ter interesse a quem dirige estes gigantes da indústria.
lê-se na Imprensa e passo a citar "que o vice-presidente da General Motors Europa, Eric Stevens, terá ua reunião agendada para esta quinta-feira, (feriado) ao meio-dia, com o ministro da Economia, Manuel Pinho. Será certo que na reunião, será discutido o eventual encerramento da fábrica da Opel, na Azambuja. será assim, esta quinta-feira um dia decisivo para a Opel da Azambuja, num processo cujo triste final parece já consumado , antes de o ser.
Poderá assim ser esta quinta-feira um dia decisivo para a Opel da Azambuja. A casa-mãe vai decidir se encerra a unidade ou se aceita as propostas dos trabalhadores para tornar a empresa mais competitiva. Pleo que foi dado a conhecer , a General Motors tem estado também em contactos com o Governo português, que está a fazer esforços para que a empresa se mantenha em Portugal, mas estes esforços deveriam ser da Administração da empresa em primeiro lugar... mas é sempre assim, e quem se lixa é o "mexilhão", neste caso , os trabalhadores.

Eu , um simples cidadão que posso fazer ' manifesto aqui o meu apoio a todos os que estão afectados por este processo, e a eles deixo o meu abraço de amizade laboral.

GW

sábado, junho 10, 2006

93 - Sobre as Drogas...

Há algum tempo que não me debruço sobre este assunto, sei também que o mesmo ainda não é acolhido tal tabu que se mantém, parece-me no entanto que as pessoas que me lêm estarão de mente mais aberta para estas situações de dependência, o que aliado ao facto de ter uma vivência em vários aspectos ligada a este mundo, acho por bem partilhar convosco algumas palavras sobre causa tão delicada, porque nunca é demais estarmos alerta...

Drogas e mitos
Continuam a existir as mais variadas ideias ligadas ao consumo de substâncias de dependência química as quais pretendem tornar legitimar esses consumos, tornando fácilmente justificado o acto de consumair tais substância no ponto de vista de quem consome. Vários são os argumentos que acabam por parecer justifucar e assim tornarem-se facilitadores que levam à prática de consumo. Como acompanhante de vários jovens , ligados a este mundo, são imensas as partilhas com que me tenho deparado, partilhas de ensinamento de um mundo que desconhecia quase completamente. Por isso, proponho abrrdar hoje algumas ideias pré-concebidas sobre este consumo que transportam mitos e permitem tornar e transformar práticas destrutivas, em práticas racionalizadas e aceites socialmente.
O Álcool, apesar de ser legal, é uma droga, uma vez que tem efeitos no Sistema nervoso central, o que provoca alterações de percepção, mobilidade, reflexos, concentração, capacidade de avaliação e raciocínio, provocando dependência física e psicológica. As quantidades ingeridas não moderadas, levam a essa diminuição das capacidades, não percebida pelo consumidor.
Outras tais, aquelas que nós entedemos como a droga em si, estas as verdadeiras causadoras de dependência química, tais como heroína, haxixe, pastilhas e outras, pelo que me apercebi nesta caminhada, quase sempre foram naquela 1ª vez conhecidas pelas saídas em grupo, saídas para puro divertimento, em que a capacidade de as pessoas se relaccionarem e o convívio estabelecido entre elas , leva muitas vezes a essa proximidade e a uma fase de experimentação. Há quem afirme , por exº que o haxixe não leva à depend~encia física, mas é verdade que factores individuais e quase sempre sociais, podem levarà uma necessidade de consumo compulsivo e por sua vez a uma dependência psicológica. No caso da heroína, a dependência ocorre sempre em qualquer situação, qualquer que seja o modo de consumo. Mesmo que digam que no princípio possa aliviar tensões internas e proporcionar bem.estar, a verdade é que esse consumo mais cedo ou mais tarde leva a estados tais de dependência e mal-estar que podem originar uma série de problemas de âmbito pessoal e social sem retorno enquanto não existir o momento de uma "aceitação" pela doença. Consome-se porque se tem problemas , o facto é que todas as pessoas têm problemas e a grande parte não é consumidora. Muitos dos que utilizam esta prática fazem-no, ao procurar nelas um efeito "mágico" que lhes proporciona lidar com a realidade sem problemas alguns, sem sofrimento até. Contudo, o consumo de drogas não alivia sofrimentos, acabando sim por perpetuá-los em suas Vidas.
Onde entra a força de vontade ? - A força de vontade e/ou a motivação é e será sempre uma condição indispensável para o início de um tratamento, como acontece em qualquer situação de doença. No entanto, não esqueçamos ser fundamental o acompanhamento técnico adequado para que a mudança seja duradoura e eficáz. Como já referi e todos devemos ter em mente, as drogas e a toxocodependencia são fenómenos complexos que têm por base razões diversas. de ordem individual, social, familiares e até emsmo ambientais.
Essa força de vontade tem que existir... Todos sabemos que ela existe, para tal, quer o adito, quer os familiares e amigos têm de saber aceitar que se encontram perante uma doença, em que é exigível uma mudança de atitudes, em que a cada momento deve fazer e pôr em prática um inventário das coisas boas e más, acima de tudo, dar as mãos. Pode parecer fácil, sei que o não é, mas também Vos digo, quem vive de perto estas situações, quem sente o desespero por nada poder fazer em momentos tão angustiantes, sbae que a Coragem , a Serenidade, a sabedoria são factores primordiais para levar por diante a caminhada da recuperação.
Por hoje , o desejo que tudo esteja bem
GW

domingo, junho 04, 2006

92 - Sinto-me enganado..

Tanto faz A verdade das coisas há muito deixou de fazer parte do quotidiano dos Homens. Procura-se a todo o custo omitir a realidade dos factos aos olhos do Mundo, como que nos atirando "areia para os olhos" numa constante afronta aos direitos e liberdades. O que se esquecem, é que há mais olhos a ver, mais ouvidos a escutar, e acima de tudo pessoas que primam pela sinceridade e realidade dos factos, ao contrários daqueles que nos querem enganar a qualquer preço...

Quando o Homem engana o próprio Homem...
Passam mais de 3 anos, foi a 19 de março de 2003 que teve início o bombardeio do território iraquiano por tropas dos Estados Unidos, tendo estes um forte apoio das tropas inglesas, entre outras. Ao contrário do que muitos vêm afirmando, não é uma acção centrada a meu ver num megalomaníaco, George W. Bush, mas uma acção pensada, concertada , caracterizada pelo imperialismo vigente . Apesar do discurso contra o terrorismo e a possibilidade de o Iraque possuir armas de destruição em massa, o que esteve e está por trás do ataque são os interesses económicos da indústria bélica, do sector petrolífero e dos grupos financeiros e financiadores dos Estados Unidos, os quais percebendo que a ascensão do euro, se tornando um padrão monetário cada vez mais estável, ameaça o dólar enquanto moeda utilizada nas transações internacionais. Todas as tentativas do governo americano de justificar a intervenção ofensiva contra o Iraque não encontraram nenhuma sustentação no direito internacional e em nenhuma resolução da ONU, ao contrário, passaram por cima da Organização das Nações Unidas, colocando-a numa situação delicada do ponto de vista internacional. Acabamos por perceber esta , como uma guerra com o objetivo de ampliar o domínio mundial através do controle das reservas de petróleo e a formação de governos fantoches. Todos temos já conhecimento de que a iniciativa anglo-americana é vista por muitos analistas como a falência da ONU, na medida em que os "aliados" desrespeitaram abertamente a mais importante entidade internacional. A paz só será possível quando a justiça for implementada de acordo com o consenso mundial representado pelas resoluções da ONU. Quando a soberania e a auto determinação dos povos estiverem á frente de outros objetivos. Quando a justiça social prevalecer sobre os interesses exclusivos das potências e seus representantes que controlam governos de outros países. Ainda hoje grande parte dos "média" joga a seu bel-prazer favorávelmente à actuação dos EU , vá lá saber-se porquê !! Pois é meus Amigos o poderio tem destas coisas... Recente polémica sobre o assassinato de civis (quase todos familiares) veio de novo mostrar o peso que há no controlo do apuramento da verdade dos factos. Foram relatados ao Mundo factos e visionadas imagens do que elementos das forças norte-americanas fizeram, testemunhados actos de uma atrocidade ímpar, chegando ao ponto de posteriormente bombardearem a residencia atacada para escondar provas de tais actos, para no fim de tudo mais que explicadinho minuciosamente, sobre este acto também ele de índole terrorista, se afirmar que num inquérito realizado não há provas suficientes para responsabilizar as forças norte americanas e estas serem culpabilizadas, escapando assim mais uma vez à tal realidade que tão justamente devia ser apurada e dada a conhecer...
Neste caso, como em tudo na Vida, onde estiver o poder, estará também a receita para se poder fugir a tudo e a todas as culpas, sendo muito mais fácil (e vantajoso, claro) atirar com estas para cima dos mais desprotegidos...
É verdade que os naturais também não assumem o regime tal como está, e que eles próprios actuam de forma a aumentar a violência, mas também não deixa de ser verdade que estão a acontecer a todo momento puras violações dos direitos humanos por parte das forças militares externas, nomeadamente dos EU cuja intervenção se devia cinzir à manutenção da Páz...

Uma boa semana para todos,
GW