quarta-feira, agosto 30, 2006

106-Síndrome de Estocolmo

Tem-se falado ao longo destes dias sobre o aparecimento de uma jovem que teria sido raptada há oito longos anos, e a par disso, do Síndrome de Estocolmo.
São-nos apresentados factos mencionados pela própria ao grupo que a acompanha desde então, relatos esses sobre a sua vivência durante este tempo. Não só a Áustria, mas todos nós, nos sentimos algo emocionados com toda esta história sobre o rapto e o reaparecimento da jovem Natacha Kampusch.
A verdade é que após todos estes anos, não passava pela cabeça de ninguém que uma menor raptada há mais de oito anos, vivesse todo esse tempo na cave da casa do raptor , distante apenas alguns quilómetros dos seus pais. Tudo acontecera a 2 de Março de 1998, permanecendo até hoje, o seu desaparecimento e todo o que decorreu neste espaço de tempo um estranho mistério.
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Actualmente com 18 anos , terá a jovem aproveitado um momento de negligência para fugir da casa e do seu raptor, este aparentemente uma pessoa pacata nos seus e 40 anos , o qual se terá suicidado quando teve conhecimento da fuga. É claro que este súbito reaparecimento vem despertar em todos nós um misto de emoção e mistério, e muito mais para os pais, que naturalmente terão entrado em estado de choque, quando após estes anos teriam deixado de acreditar no regresso da filha. Nota-se agora na jovem e nos seus depoimentos alguma ligação de afecto para com o raptor, e perante esta situação se fala no Síndrome de Estocolmo. Mas o que vem a ser isto de Síndrome de Estocolmo ?
Terá esta designação surgido em Agosto de 1973, quando três mulheres e um homem foram feitos e usados como reféns num assalto efectuado a um banco de Estocolmo, na Suécia. Pelo que se conhece este assalto teve uma duração de seis dias, período de tempo em que terá havido um criar de afecto da parte dos reféns pelos assaltantes , o que para a surpresa geral, acabariam estes , os reféns por proteger os seus raptores. Pelo que se sabe, meses depois, terão duas das reféns chegado casar com aqueles que meses antes as haviam tomado como reféns.
Desde então, chama-se “Síndrome de Estocolmo” a esse fenómeno com origem substancialmente psicológico o qual acontece quando o refém demonstra afeição pelo seu raptor, situação que a jovem parece defender, pelo afecto que apresenta em relação ao seu raptor, e por esse facto se está associando ao Síndrome de Estocolmo.

Um abraço com Amizade,

GW

sexta-feira, agosto 25, 2006

105-Desemprego versus imigração

Falar-se da Imigração , num Pais como Portugal, em que as adversidades e carências a nível de emprego são uma constante, poder-se-á tornar num caso controverso demasiadamente pesado para nós, se tivermos em conta toda a situação vivida por milhares de cidadãos á espera de uma “luz ao fundo do túnel” que dê alento à sua Vida.
Trocava um destes dias umas palavras com um amigo de chat , sobre esta situação, e decerto modo na opinião divergente entre cada um, não só em nós os dois, mas sobre muitas das pessoas sobre este problema que é a falta de emprego.
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A certo ponto essa pessoa se admirou quando eu disse, existirem bacharéis em engª a trabalhar em empresa de limpeza como lavadores, ou chefes de equipa, não auferindo mais de 600 euros, até que uma melhor oportunidade lhes sorria. Dizia-me essa pessoa que ainda se vai conseguindo colocação e que não será tanto assim, confesso, que me surpreende, apesar de ter a noção da existência de várias condicionantes que o não deviam ser, para a aceitação de um emprego. O que sei, e por muito que se possa discordar, é melhor esses 600€uros e continuar a lutar-se por um emprego melhor, do que estar parado à procura da “sorte grande”, quando afinal até a “terminação” já nos deixa um pouco aliviados
É verdade que há falta de empregos, mas não é menos verdade que muitos renegam a ideia de ser fora da localidade onde residem, ser longe da família, não ser a empresa tão idónea quanto esperam, ou pior, estarem muitas vezes sujeitos a um compromisso de objectivos para o qual julgam não estar preparados. Reconheço que há escolhas antecipadas sobre o que se quer ser, mas será que o tempo em que vivemos permite essas escolhas ? Cada vez existem mais licenciados e consequentemente mais são os desempregados a este nível de qualificação académica, a verdade porém é que não podem ser todos colocados a níveis superiormente hierárquicos, quando na verdade o país precisa de serventes, serralheiros, pedreiros, canalizadores, auxiliares, padeiros, oficiais de milhentas profissões. Se os nossos filhos seguirem todos o ensino superior que categoria profissional lhe vamos atribuir? Onde estão os Cursos técnicos de antigamente que tão bem eram recebidos perante o mundo do trabalho ?
Pois é, depois acontece que a imigração se apodera desses factores, nós por cá optamos por levar as nossas escolhas muito seleccionadas, por sua vez os responsáveis empresariais têm na imigração forma de conseguir custos menores por uma mão de obra em tantos casos nada inferior em termos de qualidade, o que aliado à tal rejeição deste ou daquele trabalho leva a que se entre num sistema que nada favorece o mercado do trabalho / emprego.
Pessoalmente não sou contra à imigração, quando esta é gerida de forma legal, nós portugueses, também há muitos anos saímos do país e continuamos a sair em busca de melhores condições de vida. Não me parece que quem vier por bem, venha interferir sobre o nosso modo de vida , que se é precário , em muito se deve a culpas internas e pouco, penso eu, a factores derivados de uma imigração legal. Quanto aos outros, os considerados ilegais, esses sim, há que saber entender esse fenómeno, que não só a nós prejudica mas a todos os países onde em maior ou menor escala a mesma co-habita.

Bem, não me vou alongar mais, sobre este tema já por si delicado, deixo-Vos um abraço e até para a semana , boa semana a TODOS
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GW

sábado, agosto 19, 2006

104-Desemprego

Caros Amigos, depois de alguns dias , termos sido invadidos pelos noticiários que nos davam conta da guerra Israel/Líbano e também dos imensos fogos que devoravam Portugal e a Galiza, todo mundo ficou de olhos postos em tais acontecimentos, que hoje, esperamos estejam para já ultrapassados. Nesses dias quase de mais nada se falou, todas as nossas preocupações estavam centradas em tais notícias…
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Parecendo haver uma calma evidente, logo outras notícias têm que saltar para a ribalta de modo a manter viva a atenção quer nos jornais, quer na rádio, quer naquela caixinha que costuma estar geralmente na sala, frente a nós, de onde sobressaem umas imagens associada a uma voz quase sempre despejando palavras que nos entristecem, quando ainda há coisas que nos podem alegrar, ou pelo menos tornar menos agressivo o dia-a-dia do mais comum cidadão.
Não sei se ainda se processa desta forma , mas acontecia no fim de cada trimestre, a publicação dos dados sobre o número o desemprego no nosso País, e sobre a taxa de desemprego oficial, informações essas depois divulgados pelos órgãos de comunicação social, e com base nesses dados se tirar a ilação correspondente, pois são esses os dados que os portugueses conhecem. Mas a maior parte dos portugueses não conhece a forma como esses dados são obtidos, descarregando esse desconhecimento em factores tais como má governação, má interpretação, pouca vontade… A verdade é que a falta de colocação está a provocar grandes sofrimentos em centenas de milhares de famílias portugueses.
Vejo-me de repente confrontado com a divulgação de aumento do desemprego por uma entidade, para logo de seguida ser desmentido por uma outra entidade, em que quase sempre coloca frente a frente o lado afecto ao governo e o lado afecto à oposição. O que parece real de facto é que a taxa de desemprego no segundo trimestre (2006) foi de 7,3%. Esse valor, divulgado pelo que percebi, ontem, pelo INE, apresenta-se com várias leituras possíveis. Se o mesmo for comparado com igual período do ano anterior, significa que o desemprego cresceu 0,1%, o que significa haver hoje mais seis mil desempregados. Em contrapartida se for considerado a correspondência face ao primeiro trimestre do ano, verifica-se uma redução de 0,4%, isto é , apresenta uma redução de cerca de 24 mil indivíduos inscritos no desemprego. A verdade porém, e aí parece não existirem dúvidas, há um aumento no número de empregados e pelo que consigo perceber, quer em termos homólogos (1%) como mensais (1,1%), o que se nos apresenta como um dos maiores crescimentos dos últimos quatro anos.
Também é verdade e não podemos esquecer que muitos, aproximadamente 170 mil desistiram de procurar trabalho ou conseguiram uma ocupação irregular. Há também, em particular os organismos ligados aos sindicatos e associações de trabalhadores que associam o facto, ao estarmos no Verão e acontecerem ocupações sazonais, e daí notar-se esse abaixamento no desemprego que pode não ser real, e que passando este período poderá de novo agravar-se.
Certo é que aconteça ou não uma melhoria nestes valores, há ainda imensas pessoas dadas como empregadas , que se encontram ligadas a empresas em situação difícil, paradas, ou de pré-falência, continua a haver grandes empresas, como a situação da Dâmaso, a mais antiga cristalaria do país a encerrar, já para não falar em empresas de menor dimensão que a cada dia encerram.Vamos confiar que é verdade que entre Junho do ano passado e Junho último, tenham sido criados perto de 50000 empregos, mas também considerar o facto de a população em idade activa ter crescido mais do que isso, muito embora também tenhamos de considerar os que deixaram de trabalhar, quer por morte, quer por situações de reforma.. Um dado que me preocupa a mim como cidadão e pai. é o agravamento do desemprego nos jovens licenciados, com o seu número a crescer consideravelmente, mas num país em que não há alternativas de cursos técnico-profissional-qualificado, e o que se nos oferece é uma licenciatura, parece normal que esse número venha a crescer, pois não existe absorção para tal. Resta-nos esperar que de facto haja uma melhoria da economia, e que o mesmo se traduza numa confiança por parte das empresas para o bem de todos nós.

Com um forte abraço de amizade,
GW

(este texto foi integralmente escrito para este Blog, com breves passagens de leitura e conhecimento pelo DN)

sábado, agosto 12, 2006

103-Perto do Inferno

-Em pouco mais de 3 horas o céu cobrira-se de negro , tal era o fumo que pairava no ar, eram 14 horas e pareciam ser já 21hora, o Sol desaparecera no horizonte. Há 3 dias que estamos assim, embora a distância da minha casa até à frente de incêndio mais próxima seja de cerca de 30 kms, certo é que o ar se tornou tão pesado e quente que há dificuldade em respirar.
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Normalmente, as correntes de ar têm tendência a levar para Sul os fumos, mas a verdade é que o céu para Oeste está carregado de um semblante tão negro, que com o calor que está, eu diria que se aproxima uma trovoada.
Ontem á noite ainda subi à placa da garagem que ladeia a casa que habito, em cujo terraço passei tantas horas "escarrapachado" ao sol, naquela velha esperguiçadeira. Há muito que não subia aquelas escadas, pois o mesmo não me era de todo permitido, ontem porém e face ao espectáculo sinistro que se apreciava, fi-lo.
Ao longe por entre a escuridão, o céu apresentava-se demasiadamente iluminado pelas 3 frentes de fogo visíveis. Dizia-me um amigo que se deslocara ao locar que era abrasador o calor que se fazia sentir na tarde imediatamente antes. Vim a saber por ele e mais tarde nos noticiários que a Viviana tinha morrido dentro da viatura onde desempenhava funções de comunicação no Posto de Comando, dizem que terá sucumbido por inalação de fumos, depois de não ter resistido ao cansaço e se deixado adormecer.
Vidas que se perdem , não me recordo nestes cinquenta anos de haver tantos incêndios, como há uns 10 anos a esta parte, a calamidade , chega e instala-se como se tudo lhe pertencesse.
Situações que quer pela natureza do seu incio, quer pelo local e também as horas a que começam levam a crer que se trata de actos maquiavélicos de sujeitos sem escrupulos. Presos hoje, presentes ao Juíz amamhã e de imediato colocados em liberdade.
Quantas e quantas mais vidas terão que ser perdidas, a quanto terá que somar os danos humanos, materiais e psicológicos do comum cidadão para que conseigamos viver em segurança.
Parece , segundo os entendidos na matéria, ser este o pior mês de Agosto dos ulrimos anos, a verdade é que a zona centro, tem facilmente atingido valores acima dos 40º estes ultimos dias, o que aliado a uma desmatação quase inexistente, acesso não cuidados, hectares e hectares deixados quase ao abandono e muitas vezes desmatação feita, em que os residuos ficam no terreno acumulado, tornando-se altamente inflamáveis em caso de incêndio.
Ontem , foste Tu Viviane, mais uma morte a juntar a tantas outras... até quando ?
Diziam á pouco nas notícias estarem os incêndios locais, circunscritos, a verdade é que as marcas estão lá, e as manchas de fumo ainda são visíveis a + de 30 kms. O cansaço apodera-se dos Voluntários até à exuastão, o corpo humano também tem roturas pelo esforço desempenhado. Uma das frentes chegou a atingir 1600 metros de extensão. É preciso que saibamos sempre estar presentes, mesmo que seja para trazer alguma alimentação , leite e/ou água a estes homens...
Um abraço amigo
GW

sexta-feira, agosto 04, 2006

102-Não havia necessidade...

Olá Amigos.
Já todos devem ter reparado no anúncio de TV , direccionado para a prevenção dos acidentes rodoviários , sendo protagonistas dezenas de crianças, entrando para um avião Jumbo.
Surge agora nos meios de comunicação a notícia de entidades formulando protesto sobre tal e no modo como foi conseguido tal anúncio. Algures no PortugalDigital de hoje pode ler-se :
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Campanha é de «mau gosto»
…/ «Mau gosto», «pouco rigor» e «exagero» foram algumas das expressões utilizadas por especialistas do sector e trabalhadores da área da aviação em relação à recente campanha de segurança rodoviária lançada pelo Ministério da Administração Interna e pela GalpEnergia.
A campanha, divulgada na televisão, na rádio, em outdoors e nos postos de abastecimento da Galp, utiliza a imagem de crianças dentro de um avião. «Todos os anos a velocidade nas estradas vitima um avião cheio de crianças. Este ano ajude-nos a evitar uma tragédia. Reduza a velocidade», é a mensagem que acompanha o anúncio. José Miguel Trigoso, secretário-geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa, disse ao PortugalDiário que o anúncio é «pouco rigoroso» e «exagerado».
O responsável explicou que no anúncio aparece um avião Jumbo, aparelho que leva centenas de pessoas, mas, na verdade, «em 2004 morreram 42 crianças (dos 0 aos 14 anos) nas estradas portuguesas e em 2005 morreram 27. Incluindo passageiros de veículos e peões». Logo «é claramente exagerado e desproporcionado». /…
.../ «Para além de macabro, não entendemos por que motivo para fazer uma campanha de prevenção rodoviária se utiliza (com mau gosto e mal feito) um avião (no início um Boeing 737 e no fim um B747) para prevenir acidentes que são causados por carros , autocarros, motocicletas», lê-se no comunicado enviado esta quarta-feira e publicado esta quinta-feira no jornal Público. /…
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Em minha opinião, também acho a forma como foi conseguido o anúncio soberbamente exagerada, se a ideia de colocar o anúncio no “ar” foi a de chocar todos automobilistas e não só, é verdade que a mensagem passará, mas pergunto: -Será que era necessário tal meio para atingir os fins propostos ? Não há imagens em arquivo suficientemente fortes e relacionadas com os acidentes na estrada que possam ser mostradas ?
Como diria o Herman , numa das suas figuras características, “não havia nexexidade” . Os momentos de fatalidade reais que se nos deparam todos os dias ao longo das estradas, são demais elucidativos a que qualquer pessoa consciente dos perigos que espreitam a qualquer momento, faça uma reflexão… A questão é que isso não acontece e muitas vezes só nos lembramos de Stª Bárbara quando troveja, e se a desgraça nos bate à porta sentimos demasiadamente o peso de uma responsabilidade que não soubemos colocar em prática.
Será decerto a minha opinião controversa em relação a muitas outras, a verdade para mim é que essa mesma prevenção está em cada um de nós e na forma como melhor a soubermos aplicar, quanto ao anúncio, já alguém chegado me disse que os filhos ao verem as imagens disseram não querer ir mais de avião para a Alemanha, porque as imagens relacionam os acidentes rodoviários e o seu peso/ano, com a queda de uma avião repleto de crianças.
Sendo o meio publicitário um dos mais bem pagos quer profissionalmente, quer em receitas obtidas, não será pedir muito que se modere a forma como se dá a conhecer certas questões, em especial quando elas são tão importantes para todos nós, de modo a não interferirem negativamente em outras que de igual modo estamos inseridos.
Mas, quem sou eu, um mero espectador de tais desgraças, esperando nunca vir a participar nelas como actor/autor , para meu bem e para o bem do meu semelhante.
Um abraço para Todos
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GW