sábado, setembro 27, 2008

215-momentos... ( II )

Procurarei hoje, com ajuda em leituras "in net" e também de alguns momentos vividos no dia-a-dia, focar as palavras e direccioná-las mais para a pessoa em depressão. Quero acima de tudo, apesar de frequentemente trazer ao blog assuntos tão delicados como este, não abusar porque tenho a noção que não sou a pessoa indicada para falar sobre tal, para isso há os especialistas, e os que dedicam a vida ao estudo da depressão, faço-o sim , na qualidade de amigo, cuja ambição aqui, não vai além de ajudar outrém a entender e a fazer o melhor percurso na sua vivência.
O que aqui escrevo, não espero que funcione como uma receita que se procura satisfazer na farmácia, para um problema que se deseja ultrapassar.
Podem as sugestões , aqui deixadas não funcionar, como disse no texto anterior, cada caso é um caso, no momento da depressão o mais importante e porque Você é a pessoa mais importante, é que se descubra um método que funcione e o(a) ajude a lidar com a depressão .
Procure em qualquer circunstância seguir o tratamento apropriado, aconselhado e conduzido por um profissional. Nos momentos de "aflição" escreva, é importante escrever, seja num caderno, ou num computador, o importante é escrever. O acto de escrever leva-nos a pensar, fáz-nos arrumar os pensamentos, como disse a semana passada, é bom que consigamos fazer um inventário de nossas próprias vidas. Passe para o papel, ou grave músicas ou momentos que lhe tocam, oiça aquela música que habitualmente a(o) deixava feliz. Leia, leia muito, faça leituras sobre factos reais ou mesmo ficção, há quanto tempo você não lê ? procure literatura de um autor que estime, ou um tema de que goste , quem sabe algures você não encontra um livro de auto-ajuda que tanto a(o) vai fazer ler e mantê-la(o) concentrada(o). Não se deixe ficar só, procure o convívio de pessoas, procure ligar a alguém.
Vou contar um segredo, há uns anos, (1999), quando da doença de um familiar e me sentindo só, num momento crítico e de muita solidão, (ainda por cima em época de Natal), colmatei essa solidão, ligando para números de telefone aleatórios, , pessoas que não sabiam quem eu era e lhes desejava Feliz Natal.
É , é isso, não se deixe abater e fechar num quarto, ligue, fale com alguém. E se necessitar de um abraço ? Que mal há em pedir um abraço...
Alguém me disse em tempos que uma boa ajuda é um longo banho numa banheira bem cheia, deixando-se quase adormecer. Não deixe que a falta de apetite a(o) derrube, faça caminhada, procure manter-se o máximo ocupado, desse modo pensará menos em coisas que não deve. Por breves momentos procure divirtir-se com uma criança, dizem ser uma óptima terapia.
Cante, porquenão ? Acima de tudo não se sinta culpada(o), não se deixe ficar na cama, levante-se e sinta o que o mundo e a vida tem de bom para lhe oferecer.
Uma das situações que procurei colocar em prática depois de repentinamente ficar em casa, foi tão breve colaborar no voluntariado, não imaginam o quanto me fáz sentir bem e útil.
Defina prioridades. Faça o que puder e quando puder.
Tenha sempre presente, se notar que uma decisão lhe fáz sentir pressão, diga simplesmente, diga que resolverá o assunto assim que a depressão for embora, e quando se sentir melhor. Nada de pensamentos negativos e não esqueça, quando começar a se sentir melhor, não tente fazer de uma vez só o que não fez num grande espaço de tempo...Vá com calma...
Ponha em prática o lema "Uma coisa de cada vez."
(imagem retirada da "net")
Boa semana para todos / GW

sexta-feira, setembro 19, 2008

214-momentos...

Olá, quero falar-Vos um pouco sobre um tema que para quem o não vive , tanta vez passa ao lado e ao qual não damos importância, tornando-nos tão "mesquinhos" perante quem passa por uma depressão, e onde não raramente apelidamos de "coitadinhos" face ao estado demonstrado po uma qualquer pessoa em depressão. É esta sim, a maneira de vermos e lidarmos com uma situação demasiadamente delicada para quem por ela passa.
Então, como amigos ou familiares, que podemos nós fazer ? Como podemos ajudar um conhecido, ou um familiar que vive um momento de sofrimento por depressão?
Em algumas partilhas que tenho tido ocasião de escutar, apesar de ante-mão saber e ter a noção de que cada caso é um caso, tão particularmente diferente, mas tão igual tenho no entanto percebido que a coisa mais importante que alguém pode fazer de modo a minimizar o sofrimento de uma pessoa deprimida é em primeiro lugar ajudar essa pessoa a que a mesma aceite a sua condição de doente e desse modo se submeter a um diagnóstico que possa vir a traduzir o tratamento mais adequado, a seguir e a pôr em prática. Sabe-se que a depressão advém muita vez motivada por uma perda de alguém, ou até uma outra qualquer circunstância significativa em nós, pode também surgir de uma mudança da condição física, ou mesmo familiar ou até profissional, pode chegar através de uma doença crônica, conflitos de relacionamento, dificuldades financeiras ou qualquer outra alteração indesejada , todas estas situações podem desencadear num episodio depressivo.
Mesmo que a pessoa em depressão queira fazer o percurso de recuperação sózinho(a), não permitamos que isso aconteça, é sempre bom haver um acompanhamento e uma disponibilidade da nossa parte, não é bom deixarmos por conta e risco do doente, o tratar dos requisitos a uma consulta, mas sim dar-lhe a conhecer que estamos ali, ao seu lado, para o que der e vier. Decerto haverá um alívio e um sentir melhor , que a todo o momento se poderá reflectir num brilho que se dislumbre em seus olhos.
Uma pessoa em depressão, carece de apoio emocional, então, porque não lhe oferecer esse apoio, sabendo estar, sabendo escutar, sabendo pegar na sua mão e segredar-lhe ao ouvido "tu não estás só".
Isto é uma tarefa que pode não se adivinhar fácil, ela envolverá obrigatoriamente muita compreensão, paciência e acima de tudo encorajamento da nossa parte.
Se Você está com depressão, em primeiro lugar saiba aceitar o seu estado, não se iniba de pedir ajuda, aceite a aproximação de alguém, encontrará uma pessoa para conversar , fale com ela, não rejeite o seu sentir mais íntimo, deixe que as palavras fluam, se necessário chorar, chore... Quantas vezes nos sentimos em baixo só porque não nos abrimos, acredite que vai haver alguém que o(a) escute.
Quanto a si que se prontifica a ajudar, não menospreze os sentimentos expressos, faça por chamar a atenção para a realidade e ofereça ao doente, esperança. Se alguma coisa não corre bem e se acumula uma após outra, somos levados e abrangidos por uma depressão , que tanta vez traz até nós referências que nos assustam e nos podem levar a um estado de vida em degradação . É bom falarmos do que nos vai na alma, inventariar a nossa própria vida, saber distinguir o que não serve para nós e colocar de lado como se estivessem fora da validade e no lugar disso fazer uso das coisas boas que ainda temos.
Há uma oração que muita vez é colocada em prática em várias fases das nossas vidas e que julgo deveras importante para que a mantenhamos fechada na gavetas sem fazermos uso dela, e é tão simples:
"Concedei-me Senhor SERENIDADE para aceitar as coisas que não posso modificar, CORAGEM para modificar as que posso e, SABEDORIA para saber distinguir umas das outras".
Se sofre de depressão deixe-se abarcar pela ajuda de quem lhe é próximo, procure companhia, telefone a um amigo, troque impressões, desabafe, em suma, não se refugie sózinho(a) , não se afaste, não interiorize e esconda momentos menos bons.
Quanto a si, como amigo, como pessoa próxima, deve sempre estar disponível, ajude, mostre-se compreensivo, incentive e faça companhia , convide para caminhadas, passeios, desporto, sugira ao doente actividades que antes a ele proporcionavam prazer. A pessoa que está sob uma depressão necessita desse carinho, desse incentivo, mas não esqueça que se puxar e exigir demasiado pode piorar a situação e transformá-la num fracasso. Em ambas as situações quer como doente, quer como acompanhante , VÁ COM CALMA , não irá acontecer uma mudança de uma hora para outra, mas quase sempre e com o decorrer do tempo e tratamento adequado, muitas das pessoas se sentiram muito melhor, renascendo para a Vida.
( a uma amiga eu dedico em particular este texto, e que depressa haja um brilho em teu olhar e um sorriso em tua face)

quarta-feira, setembro 10, 2008

213-e amanhã ??

Passeio os olhos pelas notícias do dia e concentro-me aqui e ali onde a atenção exige que me redobre num esforço de compreensão. Inicialmente, há palavras que vou juntando numa ou outra frase e que a ilação imediata que me proponho adquirir é a de que estou perante uma notícia que simplesmente quer vender. Pesa-me no entanto ao ler, uma e outra vez percebo que não é uma ilusão, mas sim , uma realidade de ou com consequências inimagináveis.
Uma dessas passagens dá-nos a conhecer a tentativa ( a 1º dizem eles) e passo a citar " de fazer circular um feixe de milhões de protões no acelerador LHC, o mais potente do mundo, " .
Ora assim lendo de rompante pode não dizer muito, ou até mesmo nada a quem não estará por dentro das leis da física ou cuja vivência propedeutica não o tenha levado mais além. Mas , quedo-me pelo título e o que leio naquelas palavras ? é isto meus amigos, tão simples quanto isto...
" ESTA MÀQUINA PODE DESTRUIR O MUNDO (.../...)
Ora , é csao para dizer, ou estes senhores estão bêbedos ou andaram a fumar daquela merda, Claro, um título destes não deixa ninguém alarmado, claro que os tempos vividos até estão calmissímos, não há preocupações, claro que somos todos "irmãos", claro que que o homem é incapáz de fazer ou agir mal, claro que somos todos uns santinhos à face da Terra.
Quanto a mim, até me parece bem que se desenvolvam áreas estritamente necessárias ao bem estar, e até pode ser que esta tentativa de " injectar protões" tenha um carácter único e simplesmente de estudo, e o resto ? como será um dia quando mentalidades que estão há frente da governação de uma qualquer nação assim o não entender...
Meus amigos haja quem me ilucide mais pormenorizadamente sobre tal, sou um zero à esquerda nestas questões, mas conseguiram, é verdade , conseguiram alarmar-me tal como deve ter acontecido com a maioria de Vocês. Não ando a brincar "à Vida", não me permito a tal, se com este desenvolvimento e estudo se pretende abrir horizontes para situações que hoje se encontram saturadas e sobre a qual nos devemos debruçar afincadamente, tudo bem, mas não será demasiadamente pesadão, enunciarem notícias desta forma ?
Já me basta o saber do poderio que há por aí em que cada país quer ser melhor e "mais desenvolvido, dizem eles" do que o vizinho do lado, todos sabemos que a nossa continuidade está na mão de 1/2 dúzia de estadistas, e isso já é deveras preocupante para quem deseja viver o dia-a-dia o melhor possível e sobretudo sem percalços que nos atormentam a cada momento e nos tornam incapazes de sorrir...
Não podemos ignorar o que virá a seguir como se o "acontecer daqui a 50 anos" nada nos diga, quase numa de dizermos, "nessa altura já cá não estarei" , como se isso fosse justificação para avançarmos, nada fazendo, e pior ainda sem nos lembrarmos dos nossos filhos e de todos aqueles que virão a seguir, tornando-os por antecipação "mártires" dos nossos actos...
Uma boa semana para Vocês / GW
(foto do texto retirada do "iol")

quarta-feira, setembro 03, 2008

212-aqui e assim, eu sou feliz

Há mentalidades levadas do caraças, ou serei eu que estou errado ? será que a minha sensibilidade, frontalidade e o partilhar convosco algumas passagens da vida, me torna assim tão cruel ? será que certas pessoas preferindo viver na obscuridade e na mentira, vivendo o dia a dia numa não aceitação permanente os leva a tornarem-se mais dignos da confiança de quem os rodeia ?
Digam-me o que disserem, ataquem-me como atacarem, dêm golpes e "estocadas" a torto e a direito, pelo facto de me declarar publicamente como familiar de toxicodependente, não me atingirão no que quer que seja. Lerem ou não, o que aqui deixo, um blogue é isso mesmo, ao escrever aqui , dou um passo de modo a uma sujeição ao modo e à forma de quem me interpela e da forma que o queira fazer. Sei também que na maoiria das vezes o "ignorar" é o melhor remédio, mas "para lá do Marão, mandam os que lá estão" e a mim, apetece-me mandar alguns pseudo-intervenientes e respondôes às minhas palavras, dar uma daquelas curvas, ou simplesmente lhes colocar num envelope azul, direccionado a um lugar a 180º deste cantinho aqui.
Sempre me pautei por uma boa educação (assim o penso) , não esperava ler palavras anónimas, que não sendo críticas (essas, más ou boas são sempre de aprendizagem) , mas ofensas, hábilmente escondidas, dirigidas á minha pessoa, pelo simples facto de eu trazer aqui assuntos relacionados com a dependência química, chamando-me de mau pai e/ou mau chefe de família, ou simplesmente "pessoa indesejável" essa, meus caros é de uma ingenuidade e infantilidade extrema de quem tais ataques desfere.
Sou assumidamente um voluntário em prole dos que nessa situação se encontram, procuro em comunhão com outros minimizar estados de aflição e dor quer de dependentes, quer de familiares e amigos, orgulho-me de ter angariado amigos entre os primeiros, muitos deles, hoje, mais responsáveis do que alguns de nós, com vida própria e já suficentemente alicerçada em páz e amor como muitos de nós não conseguimos, quando tantas e tantas vezes somos apoderados de uma mesquinhez tão triste, que nada mais vemos que além da ponta do nosso nariz. Sinto-me orgulhoso do que sou, das pessoas que comigo vivem esse dia-a-dia, do saber andar de cabeça levantada, do saber estar presente onde sei que posso ser útil, numa luta constante pelo dia de hoje.
Eu, e os meus, soubemos aceitar, soubemos dar o carinho quando foi e é preciso, soubemos dar a mão, jamais me afastaria ou julgaria mal quem perto de mim vivesse uma situação débil. Soubemos levar por diante e manter um amor firme, que fáz falta em tanto lar, soubemos utilizar e dizer num tom agradável, amo-te meu filho , soubemos acima de tudo ser pais, ser amigo, ser o companheiro(a), ser a ajuda... Somos e com o passar dos anos uns pais babados, somos uns pais onde a alegria está presente, somos acima de tudo humanos, coisa que quem me tem dirigido insultos através de escritas anónimas jamais saberá ser...
Quem assim me dirigiu tais "palavrões" jamais poderá viver de bem com a sua consciência... e, talvez seja bom parar e pensar um pouco , procurar entender o que pretende da sua vida e numa última análise aceitar que também está "doente" e decidir pedir ajuda, isso sim...
Um abraço para todos