segunda-feira, dezembro 31, 2007

179-É bom que não esqueçamos...

Há situações levadas da breca. Deixei passar alguns dias após o Natal, mas nem por isso esqueci uma ou outra notícia que ouvi e/ou li aqui e ali, em qualquer meio de comunicação. Digo que deixei passar alguns dias após o Natal porque reparo cada vez mais que as pessoas (onde eu tb me incluo) depressa esquecem , que estamos por aí, para formular desejos nesta época que se quer de páz e harmonia, e que no fundo, se rebuscarmos bem nem sempre somos verdadeiros como se impõe, dizendo estarmos mal para umas coisas, mas não para outras tanta vez superfulas.
Por isso, e neste último dia do ano, muito particularmente vou reflectir no que a seguir escrevo, com o sentir e o desejo de que nada disto acontecesse e que a qualidade de vida de cada um fosse mais igual.
- Dois dias antes do Natal um canal de TV abria as notícias com imagens provenientes de uma ceia de natal voluntariamente oferecida a centenas de sem-abrigo, levada a cabo pela "Vida e Paz", (que, ironia do destino, havia sido assaltada dias antes). Imagens demosntrativas da pobreza existente neste País que tinha obrigação de estar melhor, se nós não tivessemos o nariz tão empinado, ou não fossemos , quiçá dos que vêm pouco mais do que o próprio umbigo, não sabendo ser tantas e tantas vezes verdadeiros para nós mesmos...
Escrevem-se dezenas de frases, mostram-se dezenas de imagens de uma pobreza lactente, para logo a seguir , sim, sim, foi mesmo logo a seguir a esta notícia, passarem uma outra que dizia simplesmente isto:
- Os Portugueses optam cada vez mais por passar o Natal fora do País, optando por destinos no estrangeiro, uns em busca do Sol do Brasil ou das praias centro-americanas, outros escolhendo as ricas capitais da Europa (falava-se em média de 1800 €uros por pessoa), encontrando-se 15 dias antes, a maioria dos destinos esgotados.
É assim, é esta a mentalidade que abunda em nós, enquanto uns sofrem outros empanturram-se em dívidas acrescidas que irão pagar sabe-se lá como, à custa da atribuição de créditos, os quais vão no final de contas muito além dos juros apalavrados, atingindo fácilmente, quase sempre valores na casa de 50% sobre o valor concedido...
Será que não há um familiar ou amigo próximo que possamos visitar nesses dias e a quem dar uma palavra de conforto ? Não seria esse um bonito gesto que decerto nos deixaria mais aliviados das agruras da vida ? Não me venham dizer que vão para fora porque é mais barato e blá, blá, blá... de facto pode até ser em alguns aspectos, a verdade porém é que há um consumismo desmedido no que diz respeito ao dar-mo-nos ao luxo de viajar, nem que para isso se atrase pagamentos e compromissos e se acumule créditos sobre créditos, uns para pagar os outros e depois, quem sabe , um dia, iremos acabar num tal jantar de solidariedade , conseguido à custa do esforço do voluntariado onde alguns optam por dar de Si em prol do seu semelhante , em vez de optarem por férias fora de portas , gastando o que se tem e o que não se tem, só porque se quer estar a altura de quem pode, não olhando a meios para atingir fins, tantas e tantas vezes transformados em situações dramáticas num futuro que nada se apresenta risonho para quem assim gere a sua vida...
um Bom ano para Todos / GW

sexta-feira, dezembro 21, 2007

178-Hoje e sempre ... Natal

de GW;
Torna-se descabido aproveitar a época do Natal para desejar Felicidade, estar mais próximo de alguém, até mesmo presentear aqueles dos quais andamos afastados o resto do ano. Porquê ? Será que não podemos fazer de todos os dias Natal ? Estarmos mais perto do nosso semelhante, dos enfermos, dos pobres, dos que estão na solidão, daqueles que nem sequer têm um tecto para dormir ou um prato de sopa para comer... Ai, quanta solidão vai por esse Mundo fora, e eu, apesar de tudo aqui no aconchego do lar, tanta vez me esquecendo que existe Vida para além de mim.

PEDIDO DE NATAL , de Ana Peluso
Sabe, Pai Natal, este natal, eu queria - de verdade - que as pessoas pensassem mais nelas mesmas do que em mim. Que fossem até suas casas e se abraçassem e depois aos seus, sem medo de disfarce, cara feia por trás das costas, diz-que-disse no canto da sala; e que não se presenteassem tanto com coisas que não podem carregar para sempre (e que não fazem delas pessoas mais felizes).
E que se fizessem orações, que fosse para - antes de tudo - se perdoarem; e que não me olhassem apenas porque sou uma criança e é meu aniversário, mas por terem vindo até mim, depois de se aceitarem como são; e que usassem do instrumento mais poderoso que existe, que é a compreensão - caso não conseguissem.
Depois queria que brindassem com o néctar do espírito, que é o amor, olhando-se nos olhos e sendo verdadeiras. Após a ceia, elas poderiam cantar e dançar em louvor ao meu Pai, de mãos dadas, e só se separariam quando voltassem aos seus templos que é dentro delas mesmas, e é a verdadeira morada onde Ele habita.
E seria lá, que mais tarde, passado mais um ano de vida, eu buscaria meus presentes: corações puros, porém fortes, porque o amor fortalece e a verdade purifica. Almas em paz pela certeza de que nenhum olhar foi esquivo ou superposto. Espíritos ressonando alegria pela descoberta da certeza de que a vida se eleva, nunca cai.
E semblantes tranquilos de quem já descobriu a verdade. Ela é nela que EU SOU.
Ass: Menino Jesus
NATAL OUTRA VEZ de Bárbara Helena
Sei que é Natal porque sinto o cheiro das castanhas assadas na varanda da memória. Passam carros ao longe, carruagens, carroças, foguetes.Posso ouvir o sussurro das folhas do pinheiro. E as pessoas que cantam, o som agudo das flautas infantis.
De longe vem o cheiro de canela das rabanadas, do vinho, da champanhe estourando em torno de mim.Sim. É Natal outra vez.
Então, eu atravesso a sala com meu vestido de lua, pego sua mão que me enlaça e me estreita, beijo sua boca de mistérios.Dançamos o Natal, as festas, o Ano Novo. Dançamos a esperança. Somos todos os reis, os bispos, as rainhas.
Somos todos peões da nossa fantasia...É Natal outra vez, ... ainda.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

177-Conto de Natal ( III )

Não sou mais nem menos que os outros, sou aliás, igual aos outros, Por vezes caixinha de surpresas, baú de sentimentos, mágoas até, como um qualquer mortal.
O Natal é sinónimo de Páz , de Amor, de Serenidade, no entanto, sinto-me particularmente triste , porque uma pessoa amiga não está bem. Por momentos a incapacidade que tenho em ajudar as pessoas me deixa sem sentido. Tanto nos queixamos da "pu.." da vida e nem reparamos que não muito longe de nós há alguém para quem a Vida vais muito mais além do que ser "madrasta" ... eu diria até ser ser cruel , mas, as coisas não acontecem só aos outros e eu estou furioso, sinto-me mal, por estar tão longe e quase nada poder fazer.
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Bem, deixo-Vos mais um conto de Natal chegado pelas mãos de uma criança...
"O Roubo dos Brinquedos"
Numa manhã de 23 de Dezembro, os duendes que ajudavam o Pai Natal a arrumar os presentes para as criancinhas, cansaram-se depois de tantas horas trabalharem e foram descansar. Enquanto descansavam, ouviu-se um barulho atrás da porta do armazém, onde estavam os brinquedos. Quando os duendes acordaram, viram que não tinham os brinquedos no armazém (tinham sido roubados).
Por quem? Aí vem o mistério. Os duendes ficaram desconfiados, fizeram mais brinquedos e ficaram acordados para ver se conseguiam descobrir o ladrão, porque quem foi havia de aparecer para roubar outra vez. Dito e feito, o ladrão apareceu!
Era um menino muito pobre que roubava os brinquedos para dizer na escola que tinha dinheiro, porque os colegas diziam mal dele por ser pobre. O Pai Natal sentiu pena do menino e convidou-o para dar uma volta de trenó. O menino aceitou e lá foi com o Pai Natal e ao fim de dar uma volta de trenó com o Pai Natal foi para casa. O rapaz, ao encontrar-se com os colegas, dizia-lhes que tinha ido dar uma volta de trenó com o Pai Natal. Os colegas do rapaz nunca mais gozaram com ele. E o rapaz voltou ao local onde vivia do Pai Natal pedir desculpas por roubar os brinquedos, mas o Pai Natal deixou o menino ficar com os brinquedos.
Tânia Domingues, 6º C da Escola eb23 de Vila Nova de Cerveira

sexta-feira, dezembro 07, 2007

176-Conto de Natal ( II )

Huuuummmm , fogueirita acesa, sofá chegado á lareira, até o cão e o gato se aproximaram do calor e dormitam enrolados no tapete. Traz-me a saudade à memória os contos que o meu Pai tão pormenorizadamente me contava naqueles serões de Inverno frios da Beira Alta... Como eu me lembro... Bem, nostalgia para o lado e, vamos ao que me trouxe aqui. Para Vocês escolhi esta semana este pequeno conto de natal escrito na simplicidade e sinceridade de uma criança.
Fiquem bem / GW
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Era uma vez um Pai Natal que ia a casa das pessoas.
Uma vez, ele foi a casa de uma pessoa e entrou pela chaminé e, ao entrar, escorregou e caiu.
- Aiiii! parti a perna.
E depois o Pai Natal pegou no seu telemóvel e telefonou à agência a dizer para mandarem outro Pai Natal. Mas mandaram uma Mãe Natal. E depois, ela foi visitá-lo ao hospital e disse-lhe que ele tinha partido a perna e que tinha que ficar com a perna engessada, dez dias.
A Mãe Natal era japonesa.
Passaram os dez dias e o Pai Natal podia começar a trabalhar.
Depois, conheceu a Mãe Natal. Começaram os dois a ir beber o café, a ir ao ginásio e ao cinema.
Depois o Pai Natal pediu a Mãe Natal em casamento e casaram-se.
Tiveram cinco filhos, mas saem, na mesma, à noite.
escrito por Micaël Pimenta da Silva – N.º 12 – 6.º C e inserido na net
(Pois é, como coisas tão simples nos sabem tão bem ... a simplicidade das crianças têm este condão...)

sábado, dezembro 01, 2007

175-Conto de Natal ( I )

Era Inverno, a aldeia estava coberta de neve. Em quase todas as casas, uma lareira estava acesa. As pessoas que viviam na aldeia não eram muito ricas, pois as crianças não tinham brinquedos e nem jogos para brincar.
Um homem, um pouco já de idade, de barbas brancas e barrigudo, que andava a passear pela aldeia, viu crianças tristes e descontentes por não terem brinquedos para brincar. Esse senhor chegou à sua casa humilde e disse para a sua mulher:
- Sabes, tenho pena das crianças da nossa aldeia!
- Porquê? – perguntou a sua mulher.
- Porque não têm os brinquedos que gostavam de ter para brincar, nem jogos para jogar.
- Temos de fazer alguma coisa! – exclamou a mulher.
- Tens razão! – disse o marido.
O casal pensou, pensou, mas nenhum dos dois chegou a uma conclusão, até que o marido disse:
- Tenho uma ideia!
- Que ideia é essa?! – perguntou a esposa, admirada.
- Vou fazer brinquedos para meninos e meninas.
- É uma óptima ideia!
O homem foi buscar madeira, barro, plástico e outras coisas que podia arranjar.
Com a ajuda da sua mulher, começou a fazer brinquedos e jogos simples. Foi nessa altura que a mulher teve uma ideia:
- Eu acho que podias ir vestido com alguma fantasia!
- Tens razão, já tenho uma na minha cabeça.
- Ai sim, qual?
- Vou vestido de vermelho, e como estamos no Natal, podia ir de Pai … de Pai …Natal! – exclamou com orgulho!
- É uma óptima sugestão!
- É isso que eu vou fazer! Na noite de Natal levo um saco enorme e, pelas chaminés, deito os brinquedos.
- És maravilhoso, estou orgulhosa de ti, meu marido!
E foi assim, o combinado.
Na noite de Natal, algo aconteceu!
Seis veados estavam à porta da humilde casa do casal e, aí, o senhor teve outra ideia:
- Com um trenó velho, feito de madeira, eu posso prender os veados pelas correias do trenó e eles podem transportar-me.
- Só tu tens ideias maravilhosas! – exclamou a mulher.
O casal fez o que o homem tinha dito e ficou tudo uma maravilha.
Nessa noite de Natal, o senhor de idade e um pouco pançudo, de barbas brancas, foi um óptimo Pai Natal.
No dia seguinte, dia de Natal, todas as crianças estavam muito contentes com os seus maravilhosos brinquedos.
O casal feliz, passeando pela aldeia, olhando para as crianças, a mulher disse:
- És fantástico, tens de fazer isto, noutros anos.

Publicado "in net" por Dina Almeida – Ensino Recorrente