quarta-feira, agosto 27, 2008

211 - Porquê a palavra adicto , ou adito...

Decorrerá no fim de semana de 18/19 Outubro próximo a Convenção Anual das Famílias Anonimas, encontro que já tive o prazer de ver organizado pelo Grupo onde desde inicio de 2002 me insiro. Esta Convenção está marcada para Fátima , se não estou em erro terá lugar no retiro Nª Srª das Dores e carece de inscrição prévia.
Para mim, tal como para muitos, quando me desloquei pela 1ª vez a uma reunião das Famílias Anónimas, logo se fez notar a minha curiosidade para a origem da palavra adicto e o que ela significa. Aliado ao facto de ali estar perante pessoas que desconhecia, a expectativa era notória, pois, pensava eu estar perante algo ou alguém que fácilmente me daria o tão desejado "remédio" para uma "cura" que desejava eu , ser mais que urgente.
Porquê a palavra ADICTO?
Escutei então, li e reli sobre o assunto e, tudo o que nos pode levar a uma aproximação para definir adicção se tem tornado numa busca constante para se chegar áquilo que pode ser uma, ou a melhor definição. Todas as pessoas em geral, e agora eu em particular me encontro perante um dilema ao qual tenho procurado o melhor significado de modo a que me encontre o melhor esclarecido possível...
Existem aqui e ali, variadas definições, tantas como cada grupo em si , tantas como cada um de nós lhe dá a melhor interpretação e conforme cada caso, no entanto todos nos aproximamos de pontos comuns; - Toda a questão, começa logo à forma como denominar esta doença, pois é de facto perante uma doença que nós estamos. dependência química ou adicção, dependentes químicos ou adictos. De facto não importa os termos designativos, a verdade é que essas definições passam por uma encruzilhada de circunstâncias em que são notados vários factores que assentam numa dependência fisica, psicológica, ambiente em família os quais originam quase sempre, problemas comportamentais e de moralidade.
Poderíamos cada qual á sua maneira , ficar aqui a apresentar 1001 palavras para mostrar a nós próprios o significado e a consequente origem, mas, cada caso é uma caso e, cada um saberá de modo correcto e com a frequência de FA's atribuir factores perante a vivência de cada um e da forma de cada caso.
Claro, que se aos factores já apresentados acrescentarmos os que nós próprios encontramos, a lista sera de muitas opções, e qualquer um de nós, abarcar a sua própria definição. Ainda assim, mesmo para mim. definir adicção foi e é, sem dúvida uma das vitórias que levo das aprendizagens que todos me transmitem através das partilhas e assim um dos melhores contributos que tenho tido para o processo de recuperação, da minha recuperação... Razão para começar a sentir-me bem ? Sem dúvida alguma, o colocar em prática o Primeiro Passo e admitir uma impotência mais que notória perante a adicção e tudo a que a envolve. Com o admitir, sei que comecei a construir os alicerces daquela que será a minha nova forma de vida, construção essa que um dia levará à minha minha recuperação. tal como uma casa, assim também eu alicercei bases para eu ser o que sou.
Mas, "O que é Adicção?" algures li, o que a seguir Vos deixo e que passo a citar e identificada com a situação que mais nos deixa preocupados:
A situação se complica quando o adicto, se torna dependente químico. Aí ele se torna num portador de uma doença chamada dependência química, progressiva, incurável e muitas vezes fatal, conhecida agora por nós, frequentadores de FA´stambém como adicção: Apresenta obsessão para usar a primeira dose e, quando o faz, passa a sofrer de compulsão (não consegue mais parar). Deixa a droga influir em sua vida, coleciona fracassos, tem depressão, tenta o suicídio, envolve-se em crimes e falcatruas. É com ele que nos preocupamos. É perante esta situação que nos sentimos impotentes e que nada conseguimos fazer se não tivermos forças para o admitir e consequentemente aceitarmos que estamos perante uma doença sem cura...
Um abraço com Amizade

sexta-feira, agosto 22, 2008

210-no rescaldo dos JO

Palavras para quê ??, Palavras, tantas foram ditas em reprovação de atitudes e actos, para uns menos dignos, para outros de desolução, para outros de justificação, mas nunca estas devem ser tidas em conta como uma desculpa para um (mau) resultado. Sim, palavras leva-as o vento, os actos e as suas atitudes reprovatórias ou não, essas ficarão para sempre gravadas em nossa memória. Já o profeta dizia, quem nunca errou que atire a 1ª pedra . É verdade que algumas palavras saídas num momento menos feliz soaram mal aos nossos ouvidos, é verdade que como sempre se colocaram os nossos atletas e os seus possíveis resultados numa fasquia demasiadamente ambiciosa. Não se trata em meu entender de não dignificar Portugal e a nossa bandeira, houve sim em alguns casos desbafos que não justificaram o resultado , mas nós sempre fomos assim e tão depressa rejubilamos com os feitos alcançados, como mais depressa condenamos e pior ainda, desmoralizamos os que ainda restam em prova.
Não deixa de ser verdade que frases do tipo " de manhã sou bom é na caminha" não caiem bem seja em que circunstância for, mas se algo corre mal ou se não conseguimos estar à altura, há pelo meio os mais diversos disparates que acabam por sair da boca para fora.
Tendo em conta os milhares de participantes nos JO , concerteza que haverá quem tivesse mais altas expectativas do que as nossas e estejam na mesma ou em pior situação. Os resultados são o culminar de um momento e só esse vale, nos JO são 3 os medalhados por categoria, todos os outros não perderam... simplesmente não ganharam...
Deixo um abraço de solidariedade a todos e em particular à Vanessa e ao Nelson um bem hajam pelos resultados alcançados...
Uma questão, já imaginaram o que é fazer por média em passada (salto) cerca de 6 metros, sim é isso mesmo , quase 18 metros em triplo salto... não é um avião, não é o super-homem, é sim o Nelson Évora voandoooo....

quinta-feira, agosto 14, 2008

209-A ilusão de quem nos ilude...

Alguém através dos tempos numa tradição já milenar , nos tem passado a palavra de que os primeiros Jogos Olímpicos (jogos disputados inicialmente por atletas amadores e mais tarde abertos a profissionais) terão sido realizados na Grécia Antiga no ano 776 a.C. Jogos estes de tão elevada importância, englobando povos de todas as nações. Mais tarde interrompidos no ano 393 da era actual, terão sido retomados em 1896, eplo Barão de Coubertin, sómente interrompidos pelo decorrer da primeira e da segunda guerra mundial.
Mas não vos falar mais sobre o que são e a origem destes Jogos porque isso é demais conhecido de todos, quero antes falar da "grandeza" que sempre é colocada pelo país organizador, procurando dar uma imagem ilusória aos olhos do mundo, quando tanta vez acabamos por ser confrontados com uma mágoa ao nos darmos conta do que é feito por detrás dessa grandiosidade demonstrada.
Fiquei perplexo ao ler esta 4ª feira que a organização dos jogos terá rejeitado a presença em palco da criança com a melhor vóz escolhida entre dezenas de milhar, numa acção descomunal na procura para chegar à "vóz" ideal para cantar os hinos de abertura. Ora a razão deste afastamento, e pasme-se quem me lê , foi nem mais nem menos do que o ser "feia" , quando feia neste caso é ter falta de dentes, próprio de uma criança. Isto mesmo, a organização decide passar a vóz escolhida, colocando a fazer playback, a presença de uma outra criança, que de vóz , estaria a séculos da ideal, mas apresentando esta uma figura esbelta... Chinezices, ou antes poderio e escolha de quem pensa ter tudo nas mãos e optar por uma ilusão perante milhões de espectadores por esse Mundo fora.
Mas não ficamos por aqui, quanto a mim , acho deslumbrante que aconteça em casos destes, uma apresentação sincera, humana, numa sincronia de movimento e luz quando apresentada directamente e por via de um entrosamento entre todos aqueles que compôem um espectáculo, coisa que aqui se misturou muito com a tecnologia ao alcance deste país. É verdade que o efeito de luzes , se torna esplêndido quando conjugado com o movimento e a forma humana, mas também é verdade que esta abertura dos Jogos, foi quanto a mim uma "ilusão" demasiadamente exagerada em algumas situações e em particular quanto à elevação projectada do Símbolo dos Jogos. Gostei sim, não vou dizer que não, até que o espectáculo conseguido por aquele mais de um milhar de jovens simultaneamente criando um movimento que me fazia rejubilar e pregar os olhos à poltrona, me deixando extasiado pelo que admirava, e porque assim testemunho o quanto gostei de algumas passagens, também esse facto de permitiraá concerteza dizer que não gostei de outras tantas coisas que como escrevi atrás, esperava não terem essa tal "demasiada ilusão de óptica" à mistura...
E pronto, vou ficar por aqui, se Você me está a ler, é sinal de que a mensagem foi "postada" na data "agendada", 14 de agosto , dia em que eu já andarei algures por aí em busca deste Portugal ainda por descobrir e que eu apesar de tudo adoro...
Um abraço com amizade, GW

sexta-feira, agosto 08, 2008

208-dar a mão...

Há situações no decorrer das nossas vidas, que pela forma como aparecem, nos deixam boquiabertos, utilizando nós muita vez a frase "Logo isto havia de acontecer a mim". A verdade é que por grave seja o que for que nos acontece, há sempre alguém em pior situação do que a nossa, há sempre alguém a necessitar de cuidados, há sempre alguém perto de nós em súplica e que nós tão "cobardemente" fazemos por não ver.
Força de viver...
Esta introdução com a qual dei em tempos início a este texto, prende-se pelo facto de também eu me fazer de "cego", quando na realidade tanta coisa se passa à minha volta e, claro, a tendência é para ver o que nos agrada aos olhos e não aquilo que nos toca os sentimentos. Mil e uma coisa me passaram pela cabeça quando de repentinamente me vi na situação em que me encontro, nunca em vez alguma, estive pendente de terceiros e notei essa necessidade, acabei pela situação me sentir um "piegas", um "choramingas", desanimado, e até em alguns momentos sem força para enfrentar o dia seguinte. Tudo isto porque de repente me vi confrontado com um problema de doença, com algumas complicações sobretudo de mobilização que na verdade me deixaram de rastos. Mas o que é isto perante outras situações ? é tão pouco perante o que Vos conto.
Hoje, ao escutar um testemunho num programa da TVI, perto da hora do almoço, dei de caras com a presença de uma pessoa quase vizinha, que não via há muitos anos e meu espanto quando tomo conhecimento do sucedido em tempos idos. Este meu desconhecimento só demonstra mais uma vez a não preocupação pelo que nos rodeia e tanta vez tão pertinho de nós. De facto também eu tenho olhado demais para o meu próprio umbigo ao ponto de desconhecer o episódio relatado hoje nesse mesmo programa.
A força demonstrada por essa mulher, ainda jovem, tantos anos maltratada pelo marido, incapáz de denunciar uma situação, por temer que algo de grave pudesse acontecer aos seus filhos, chegando a uma situação em que é alvejada na zona do pescoço pelo próprio marido, lutando durante meses entre a vida e a morte e que hoje revejo através desse programa, como o maior símbolo de Coragem e Determinação.
Com perda da mobilização total, associada a uma vóz precária resultado dos ferimentos, a vi ali numa cadeira de rodas especial, procurando através de um acessório incluso na própria boca, pintando, escrevendo e até teclando num computador. Não pude deixar que não uma, mas várias lágrimas corressem em minha face. Ali estava, à minha frente, num monitor de TV, uma pessoa que apesar de ter vivido perto de mim tantos anos e conhecer pessoalmente, eu desconhecia a sua situação, talvez pelo facto de estar há muito internada, o que me doi na verdade é que nunca me preocupei em saber... Pergunto-me o porquê do não conhecimento? Talvez porque nos embrenhamos em coisas pessoais, não olhando pelo que corre em nosso redor, tornando-nos tão independentes como se nada mais existisse à nossa volta. geralmente é assim, se algo de grave nos acontece, lembramo-nos de tudo e todos e na forma de nos ajudarem a minimizar tais estragos, mas porquê o nos lembramos só nestas situações de desespero próprio ? e os outros não contam ? que peso representa a dor do nosso semelhante em nós ?
Tenho-me sentido tão piegas em realção ao que me aconteceu, quando na realidade há pessoas que viveram momentos tão mais dramáticos e que são um exemplo de Coragem, de Força, de Esperança, em que cada segundo é vivido numa luta constante, num demonstrar ao Mundo, "Eu sou capáz, eu vou conseguir , eu jamais desistirei".
E eu perante toda esta determinação sinto-me tão pequenininho, quando não há comparação possível entre o que me aconteceu e a realidade lá fora. Procurar dar de mim, só porque eu acho que me devo dar, pode por vezes ser pouco e/ou ser tarde para quem necessita.
Parte deste texto foi escrito algures em 2006, e hoje porque eu tive alguém à minha volta, porque nunca me faltou a família, um amigo e mesmo até pessoas que eu desconheço, também eu graças a essas pessoas que se preocuparam muito mais do que eu seria capaz, aqui hoje eu estou porque com esse apoio também "EU FUI CAPAZ, EU CONSEGUI, EU NÃO DESISTI..."
Obrigado a todos
GW