
Estes últimos tempos, não sei ainda bem a razão, (talvez por ser uma fase negativa, quase sempre é assim), tenho olhado um tanto para trás e feito um inventário do que têm sido estes meus anos de vivência, a memória me traz pontos deveras importantes para não me escapar a uma reflexão profunda.
Noto que de certo modo vivi o suficiente para distinguir fases distintas, quer no meu comportamento, quer no comportamento das pessoas. Se olhar bem ao meu redor e a tudo o que vivi até hoje, sou transportado até à infância, quando me foi dado a aprender através dos meus pais, através dos meus irmãos, através dos meus professores que era preciso "ser" e saber-se "ser". Como já alguém escreveu : - O "ser honesto, ser educado, ser digno, ser respeitoso, ser amigo, ser leal". Subi cada degrau da minha infãncia apoiado nesses termos.
Uns tempos mais tarde, acabei por ser inserido numa outra realidade, ou seja, testemunhar o momento do "ter" . :- Tornava-se urgente e necessário "ter". Ter boa cara, ter boa figura, ter presença, ter dinheiro, ter status, ter coisas, ter e cada vez mais ter...
Revi-me nesta análise pessoal, porque o que lemos dá-nos muitos ensinamentos e de certo modo, se assim não fosse, talvez até nem estas palavras saíssem assim escritas, mas , se tudo isso surge assim , quase "do vazio" é porque é a nossa passagem por cá, que tem fases distintas e elas nos fazem o momento, a atitude, o exacto sobre aquilo que somos e queremos...
Hoje, eu estou mais numa fase do faz-de-conta, e também eu, como tantos outros, chegarei a alguma conclusão que a professora ou quem nos transmite esses ensinamentos tem razão.
É fácil olhar para as pessoas e fazer de conta que está tudo bem. Não são minhas estas palavras , mas a verdade é que bem se adaptam a esste momento. - "os Pais fazem de conta que educam, os professores fazem de conta que ensinam, os alunos fazem de conta que aprendem. Os que trabalham fazem de conta que são competentes, os que governam fazem de conta que se preocupam com o povo e o povo faz de conta que acredita. Há pessoas que fazem de conta que são honestas... Há até quem esteja são e queira fazer de conta que está doente, mas, repare que também há os que estão doentes e fazem de conta que têm saúde, porque não querem ver o outro triste... e nós , e os outros, fazemos de conta que os outros nada sabem disto tudo e que assim vamos vivendo no faz de conta...
Mas pare, pare e olhe-se no espelho e o que vê ? não nota reflectida a sua consciência ? Não estaremos assim a causar prejuízos não só a nós , mas a quem nos rodeia ?... Não nos vamos querer confundir a nós próprios, caíndo quase sempre num vazio, chegando ao ponto de nem saber o que somos e o que fazemos... Torna-se essa atitude , demasiadamente cansativa e desgastante.
Sejam autênticos, não represente,m sejam apenas aquilo que são... pessoas especiais , descomplicadas , de atitudes simples, mas coerentes e, acima de tudo, fiéis consigo mesmas.
do GW , para todos com um abraço amigo...