Conforme anunciado no canto superior direito, vai realizar-se nos dias 21 e 22 de Outubro , na Universidade de Aveiro, a Convenção Anual das Famílias Anónimas da qual faço parte. Um assunto deste teor é bem possível que nada Vos diga, no entanto outras pessoas há que muito lhes dirá. Sei que o anonimato deve ser respeitado, pessoalmente assim o entendo na forma de salvaguardar os intervenientes, no entanto pela parte que me toca é e será sempre um prazer fazer esta divulgação sobre um problema que atinge milhares e milhares de famílias , que é a adição, a dependência ao efeito neste caso concreto da toxicodependência. Esta semana deixo aqui a primeira parte de um texto que quero partilhar tendo em conta a ocasião, na próxima semana farei a conclusão.
_____________________________________________________________
Perdoar
Nesse Grupo de Inter-Ajuda, descobre-se não a cura para o mal, para essa doença que é a toxicodependência, mas antes, a viver cada momento das nossas Vidas da forma mais adequada a cada caso e a cada um de nós, tendo sempre presente que não só o adito é dependente, mas também os familiares e os que o rodeiam são co-dependentes, e toda a forma de agir e de pensar deve ser ponderada, depois de assimilar partilhas e vivências daqueles que tanto têm para nos dar a conhecer. O colocar em prática essas partilhas , depende de nós e da forma como o entendermos.
Com o decorrer dessas reuniões, temos contacto com pessoas com casos bem mais graves que os nossos , que com a ajuda verificada ao praticar os 12 Passos, conseguiu ultrapassar parte da situação e hoje ter uma vida melhor. É como membro e responsável por uma das salas, que na proximidade da Convenção Vos deixo aqui algumas palavras sobre este assunto e sobre o que nos diz o "Oitavo Passo":
"Fizemos uma lista de todos as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a fazer reparações a todas elas."
Não só pelo facto de frequentarmos as Reuniões, mas como em tudo em nossas vidas, a humildade resulta de um projecto de vida em que procuramos por em prática a honestidade em nós próprios, se o não conseguirmos, então não alcançaremos a humildade tão necessária e importante em nós, para pôr-mos em prática toda a vivência e ensinamentos que levamos dessas reuniões, assim acima de tudo e em 1º lugar importa eu ser e manter-me honesto comigo próprio.
Qualquer um de nós ao afzer este percurso, está já a praticar a honestidade desde o primeiro passo. Ao aceitarmos o facto de que éramos impotentes perante o adito, acabamos por encontrar uma força que vai para além de nós que nos ensina a aprender e a confiar em nós e nessa mesma força.
Examinamos todo o percurso das nossas vidas e descobrimos quem somos realmente. E aí descobrimos que somos verdadeiramente humildes quando aceitamos e tentamos, honestamente, ser aquilo que somos. Nenhum de nós é perfeitamente bom ou inteiramente mau. Todos somos pessoas com qualidades e defeitos. E, acima de tudo, somos humanos.
Temos que compreender e aceitar que a nossa maneira de pensar não é a única e que as outras pessoas podem nos dar a conhecer parte do seu percurso de vida, partilhando, e nós aceitarmos as suas experiências dessa mesma vida.
Geralmente quando alguém nos aponta um defeito, a nossa primeira reacção é quase sempre de contra resposta na defensiva. Temos que compreender que não somos perfeitos. Haverá sempre espaço para o nosso crescimento como pessoas que somos. Se quisermos realmente ser livres, e pôr em prática tudo o que nos é dado a conhecer, decerto ouviremos atentamente o que os companheiros tiverem para nos dizer. Se descobrirmos esses mesmos defeitos, e tivermos a oportunidade de mudar, certamente experimentaremos uma sensação de bem-estar.
Assim este Oitavo Passo é o teste da nossa humildade recentemente encontrada com o acompanhamento das reuniões em Famílias Anónimas.
O nosso objectivo é a libertação da culpa que temos carregado, ao longo dos tempos enquanto familiares e amigos dos adictos.
A partir daqui temos vontade de olhar o mundo de frente, sem agressividade ou medo, quer no que diz respeito a nós próprios, quer naqueles que nos rodeiam.
"Será que estamos dispostas a fazer uma lista de todas as pessoas que prejudicamos?"
Faremos isso a fim de limpar o medo e a culpa que o passado ainda nos traz. Nossa experiência já nos demonstra que precisamos sentir boa vontade para que esse possa fazer qualquer efeito.
.../...
nota: na próxima semana deixarei aqui a 2ª parte e conclusão desta partilha
Um Abraço com Amizade
____
GW
Sem comentários:
Enviar um comentário