Há situações levadas da breca. Deixei passar alguns dias após o Natal, mas nem por isso esqueci uma ou outra notícia que ouvi e/ou li aqui e ali, em qualquer meio de comunicação. Digo que deixei passar alguns dias após o Natal porque reparo cada vez mais que as pessoas (onde eu tb me incluo) depressa esquecem , que estamos por aí, para formular desejos nesta época que se quer de páz e harmonia, e que no fundo, se rebuscarmos bem nem sempre somos verdadeiros como se impõe, dizendo estarmos mal para umas coisas, mas não para outras tanta vez superfulas.
Por isso, e neste último dia do ano, muito particularmente vou reflectir no que a seguir escrevo, com o sentir e o desejo de que nada disto acontecesse e que a qualidade de vida de cada um fosse mais igual.
- Dois dias antes do Natal um canal de TV abria as notícias com imagens provenientes de uma ceia de natal voluntariamente oferecida a centenas de sem-abrigo, levada a cabo pela "Vida e Paz", (que, ironia do destino, havia sido assaltada dias antes). Imagens demosntrativas da pobreza existente neste País que tinha obrigação de estar melhor, se nós não tivessemos o nariz tão empinado, ou não fossemos , quiçá dos que vêm pouco mais do que o próprio umbigo, não sabendo ser tantas e tantas vezes verdadeiros para nós mesmos...
Escrevem-se dezenas de frases, mostram-se dezenas de imagens de uma pobreza lactente, para logo a seguir , sim, sim, foi mesmo logo a seguir a esta notícia, passarem uma outra que dizia simplesmente isto:
- Os Portugueses optam cada vez mais por passar o Natal fora do País, optando por destinos no estrangeiro, uns em busca do Sol do Brasil ou das praias centro-americanas, outros escolhendo as ricas capitais da Europa (falava-se em média de 1800 €uros por pessoa), encontrando-se 15 dias antes, a maioria dos destinos esgotados.
É assim, é esta a mentalidade que abunda em nós, enquanto uns sofrem outros empanturram-se em dívidas acrescidas que irão pagar sabe-se lá como, à custa da atribuição de créditos, os quais vão no final de contas muito além dos juros apalavrados, atingindo fácilmente, quase sempre valores na casa de 50% sobre o valor concedido...
Será que não há um familiar ou amigo próximo que possamos visitar nesses dias e a quem dar uma palavra de conforto ? Não seria esse um bonito gesto que decerto nos deixaria mais aliviados das agruras da vida ? Não me venham dizer que vão para fora porque é mais barato e blá, blá, blá... de facto pode até ser em alguns aspectos, a verdade porém é que há um consumismo desmedido no que diz respeito ao dar-mo-nos ao luxo de viajar, nem que para isso se atrase pagamentos e compromissos e se acumule créditos sobre créditos, uns para pagar os outros e depois, quem sabe , um dia, iremos acabar num tal jantar de solidariedade , conseguido à custa do esforço do voluntariado onde alguns optam por dar de Si em prol do seu semelhante , em vez de optarem por férias fora de portas , gastando o que se tem e o que não se tem, só porque se quer estar a altura de quem pode, não olhando a meios para atingir fins, tantas e tantas vezes transformados em situações dramáticas num futuro que nada se apresenta risonho para quem assim gere a sua vida...
um Bom ano para Todos / GW