quarta-feira, julho 30, 2008

207-por aí sem destino...

Desde que passei para o lado dos que nada fazem, que tenho procurado gerir o meu (bastante) tempo livre de várias formas, no entanto ultimamente tenho-me dedicado a dar umas voltitas numa carrinha a que eu chamo de "ramona", ora não é que ao me deparar na net com as fotos que aqui vos deixo, me lembrei de fazer umas ligeiras modificações à mesma de modo a permitir num conforto admissível passar uns dias por aí, calcurreando essa estradas e caminhos deste nosso Portugal, onde ainda há tanto por descobrir.
Há algum tempo que me imaginava por serras e vales, entre o verde da floresta e o azul do céu ir por aí quase sem destino marcado, e ficarmos, onde nos desse na real gana, sem o compromisso do tempo e objectivo em viagem.
Não foi tão breve quanto esperava , até que algumas situações do dia-a-dia não se têm tornado propícias, mas ultrapassadas algumas dessas questões e após propormos à discussão, uma das hipoteses é fazer e percorrer um já delineado percurso a que chamámos "Rota das Albufeiras e Lagoas".
Nem queiram saber a dificuldade que tivemos em 1º lugar colocar no papel o imaginário do que necessitávamos, fazendo buscas aqui e ali, e tendo conhecimento de alguns modelos preparados pelo próprio, declinámos a nossa opção para a 1ª foto, onde se pode ver uma auto-duplex-caravana de 4 assoalhadas, vidros duplos, fumados e á prova de raios ultravioletas.
Como o preço por m2 do piso, (que não era do radiante) ficava caro, talvez pela dimensão das assoalhadas, levamos a discussão uma mistura do tipo da autovivenda com tecto sobreposto em tipo de águas-furtadas, onde mais um quarto ficaria disponível face à opção.
Andámos, andámos, e prego aqui, parafuso acolá, cola-mastique mais acima , mais alcatifa menos alcatifa e acabamos por adoptar por uma questão de estética um modelo semelhante ao desta última foto.
Julgamos ser este o modelo ideal para o que pretendemos, vai daí, deitámos mãos à obra e pimba, com uma cama de 1,70x1,40mts esponjosa de 12cm de espessura, uma pequeno armário lateral de cerca de 1,15xo,80 ao qual adaptamos 1001 funções em arrumação, mais uma prateleira a um nível intermédio onde abundam os elásticos de amarração, e "voilá" , eis a nossa tão estimada "ramona" pronta para abalar, esperamos nós ao final do dia 14 agosto, onde pensamos ser possível em 8 dias percorrer a partir do centro tendo como objectivo o interior norte, 10 locais pré-delineados e hábilmente escolhidos, mas sem o compromisso do "estar a tempo", ams antes pelo contrário, chegarmos onde chegarmos no tempo que chegarmos... não em nenhum modelo das fotos, mas sim a bordo da nossa "ramona" Fiatzita...
ctos a todos / GW

sexta-feira, julho 25, 2008

206-Que sentido tem para Si ?

Reflexão - Amar…
Talvez Vos passe pela cabeça uma interrogação deste tipo: “Quem é o GW para escrever num Blog o que sente sobre este assunto ?”. Pois bem, meus Amigos, o tema é forte, muito forte mesmo e a reflexão é das coisas que contribuem e muito para passar melhor os meus dias, mas ainda mais para me dar de outra forma perante o meu semelhante.
Quem sou eu para sugerir as palavras que se seguem, no entanto peço uns minutos do vosso tempo e uma leitura atenta a cada palavra que se segue, é certo que nem todas serão de minha autoria, a realidade dos factos é o nos identificarmos com elas.
Repare bem nesta definição: Amar - Não exige, nem sequer necessita de grandes declarações. O sentido que se quer aplicado está depositado nas pequenas coisas. Pode ser através de um telefonema, uma carta, um cartão postal, uma surpresa, fazer uma visita, um convite para um café, uma ceia, ou muito mais simples, caminhar juntos de mão dada. É a todo o momento fazer coisas sem razão. É saber acolher, saber escutar, e…não ter pressa, é estar presente onde e quando o amigo nos busca…
Neste mundo em que vivemos não sabemos mais nos encontrar; tanta vez até parecemos desconhecer quem está ao nosso lado, as nossas relações são relações de afazeres, onde nos mostramos cada vez mais ocupados, isto é, sem disponibilidade para outrém. Só nos encontramos para organizar, falar, discutir e sempre com marcação prévia como se de uma reunião de trabalho se tratasse. Não nos vemos para mais nada. Não temos mais tempo de "perder tempo" e, aí escasseia o tempo para nós. Para nós só é importante a eficácia, a rentabilidade, o lucro. Não nos falamos, nem sequer escrevemos sem existir um motivo. Tudo isto não tem razão de ser.
É verdade que o mundo necessita da tecnologia para avançar, e que nos encontramos demasiadamente empenhados no desenvolver, no criar... mas já viram o quanto falta em calor humano a esse mesmo mundo... e no essencial tudo parece ser tão simples, o calor é o amor, o calor nada mais é que o “amar”,
Amar é assim. Tão simples assim. E todos sentimos falta disso. O mundo sofre por não ser mais amado, em lugar disso é maltratado. É este o grito da solidão imensamente repetido... Nós vivemos na era das comunicações, na era de uma melhoria sobretudo de equipamentos, em busca de um bem estar material, mas vejamos, nunca estivemos tão sós. Por tudo isto é natural que compreendamos a importância em nossas Vidas do Amor que estamos a perder deliberadamente, amor esse que não podemos comprar, e que em tão pouco contribuimos para ter e acima de tudo para dar.
O Mundo e consequentemente o amor não tem necessidade de outra coisa a não ser de homens capazes de prestar atenção uns nos outros.
Por isso, Amar é estar presente…
Amar está em palavras sentidas como estas: -"Quer um café? Estás cansado? Em que posso te ajudar? É bom o que você faz ? Como tem passado ? Como correu o seu dia ? Como está sua Família ? " ...
Amar é tão simples no fundo como isto , e portanto... É não julgar, é não condenar... é perguntar-se primeiro:

-"Se eu estivesse em seu lugar o que faria ?"
-"Se eu estivesse em seu lugar o que quereria?"

Um sorriso para todos/GW

sexta-feira, julho 18, 2008

205 - Parte de mim...

Nada mais gratificante na Vida de qualquer um de nós, que o momento do nascimento de um filho. Fáz hoje 19 anos, que pela segunda vez vivi esse momento memorável, de alegria, de desejo, de sentir, de querer, de amor e de Amar... Momento sublime que gravo na memória destes mais de 1/2 século de vida.
Recordo toda a azáfama dessa madrugada, tendo ficado sem carro num acidente de viação uns dias antes, me vi confrontado no momento com algo que me deixou deveras atrapalhado.
A melhor Parte de mim ...
Seriam umas 2 horas da madrugada quando tive de recorrer aos Bombeiros da Vila para procederem ao transporte da Mãe, grávida em final de tempo, com uma daquelas barrigas, de tamanho tão grande, como eu há muito não via. Tu, mais desejada que nunca, talvez pelo facto de situações de gravidez anteriores, de risco, não suplantadas, desta vez com o acompanhamento adequado e após 14 anos do nascimento do teu irmão, ali estavas Tu, prestes a ver a luz do dia. Desespero meu, as ambulâncias de serviço estavam fora em situações de emergência e não havia transporte para te levar a Ti e à tua Mãe. Como qualquer pessoa em situação de ser pai, fiquei descontrolado, sem saber o que fazer, o Hospital dista 26 Km da nossa casa, e eu aquela hora da manhã sem transporte para Vos levar. Ao passar por casa de um dos meus vizinhos, foi tamanha a algazarra que fiz com pancadas dadas naquele portão metálico, que acordei meio mundo. Valeu-me a prontidão dele, no apoio dado, ao me ceder aquele velhinho Renault 5 , que eu quase fiz voar em direcção ao Hospital, ao mesmo tempo que a Mãe parturiente, cerrava o punho , agarrada á correia de segurança que existia sobre a porta do carro.
Foi o percurso mais intenso que tive até hoje, as minhas preces iam em direcção a Deus, para que não nascesses no caminho, o que faria eu numa situação dessas se Tu resolvesses ali nascer...
Pouco tempo depois de dares entrada no Hospital, nascias, tão linda como a criança mais linda do Mundo, e eu todo babado ali estava com um imenso sorriso de orelha a orelha...
Naquele tempo, várias as situações vividas por nós, quer a saúde da tua Mãe, ainda hoje não ultrapassada por completo, quer a situação mais tarde do teu irmão, associado também a um qualquer isolamento da minha parte, a verdade é que eu consegui ultrapassar "quase" tudo, tendo os olhos postos em Ti, como sendo tu o alento para seguir em frente e que tanta vez me havia fugido nos momentos menos bons, por Ti me agarrei de novo à Vida com a força característica que sempre me foi apanágio, voltando de novo a ter um brilho nos olhos.
Amo-te com todo este Amor que tenho para dar, Amo-te, sobretudo porque és a luz dos meus olhos, Amo-vos meus filhos, porque Vocês são o melhor que algum dia me aconteceu...
Bem hajas filha e sê muito Feliz, não só hoje , dia do teu aniversário, mas todos os dias da Tua Vida
teu papy

sexta-feira, julho 11, 2008

204-Sentimentos...

Deixo-Vos um texto já partilhado por mim na Net, não neste Blog, mas em lugar também muito importante onde costumo escrever. Recordo-Vos que estas palavras só a mim dizem respeito, baseados numa vivência de alguns anos, não posso nem quero falar ou relatar episódios que possam ir contra o sentimento de outrém, mas sim dar a conhecer parte de mim e da dificuldade tantas vezes em gerir sentimentos.
Falar de sentimentos, o que podemos dizer aqui, de forma que consigamos ir ao encontro do interesse de quem nos lê... Estes, os sentimentos, como é sabido, podem ser positivos ou negativos, na maioria das situações, todos nós nos abrimos mais com outrém, quando é para darmos a conhecer aos outros as alegrias, os exitos, as boas amizades, em suma tudo o que nos corre bem, nós por natureza assim o demonstramos assíduamente.
Sentimentos...
No entanto é dos sentimentos tornados negativos e que nos apoquentam a cada minuto, a cada dia, sentimentos de revolta, de raiva de insucesso, de culpa, estes, quase sempre, não somos suficientementes capazes de deitar cá para fora, interiorizando bem no fundo de nós, e assim com eles e com base neles vivermos uma vida amargurada. A verdade é que tal como a nós nos custa falar do que nos corre mal, certo é que também na generalidade, as pessoas nos ouvem menos nesta situação.
Tornamo-nos ansiosos, numa ansiedade tão grande que nos transporta a uma angústia tão profunda como se tivessemos perdido uma pessoa da nossa família. É assim que muitas das vezes nos sentimos, nós que convivemos de perto com 1001 problemas, encontramo-nos em determinada altura das nossas vidas numa condição, em que nada nos corre bem, tal é o estado em que nos encontramos. Aí e, na maioria das vezes nos alimentamos de medicamentos qual receita mágica que nos faça estabilizar e nos devolva alguma vontade de viver. Parece dramático o que aqui escrevo, mas eu já estive assim, tal como muitos de nós, como se o peito quizesse explodir e o coração saltar cá para fora. Tornamo-nos abundantemente tristes, somos apoderados de uma incapacidade para não achar graça a nada ao que nos rodeia, não dialogamos, não sorrimos, não produzimos e aos poucos vamo-nos destruindo, acabando por arrastar também aqueles que nos rodeiam e que nos são queridos, para um beco sem saída, para um poço sem fundo...
É verdade que os nossos sentimentos desempenham mais que outra coisa qualquer, um papel importantissímo , pois são eles os responsáveis por todos os nossos pensamentos e consequentemente pelas nossas acções. Há em cada um de nós uma torrente de sentimentos, como se de um rio se tratasse e em que cada gota de água, não é mais do que um sentimento diferente em nós e, em que cada uma delas depende da outra para manter o rio em actividade, assim acontece conosco, é por isso necessário, antes demais pararmos e reflectirmos afim de identificarmos cada sentimento e sabermos agir em conformidade em busca de uma melhoria, em que os mesmos se tornem em sentimentos agradáveis. Transformar a raiva em alegria, e a tristeza em felicidade, são coisas que dependem em grande parte de nós.
Se tivermos coragem para encarar os nossos sentimentos mais desagradáveis, com cuidado, com afeição, colocando a violência de parte, decerto conseguiremos transformá-los num tipo de energia interior saudável, pois, quase sempre os sentimentos desagradáveis se tornam muito esclarecedores para nós, e é através da nossa vivência com eles e ao conseguirmos decifrá-los, que de certeza eles nos proporcionarão através de uma aceitação e compreensão muito mais respeito pelo que queremos das nossas vidas. Fáz bem partilharmos o que nos doi, a interiorização só nos magoa cada vez mais, quantos mais soltos nos sentirmos, mais os sentimentos que nos magoam serão ultrapassados e assim nos sentiremos melhor a cada momento das nossas vidas. Seria bom que aprendessemos a transformar e desfazer partes de nós mesmo que não interessam. Transformar a nossa raiva, por exemplo, em algo mais salutar, tão benéfica como a compreensão. Não é preciso médico para eliminar essa mesma raiva, se pararmos e formos suficientemente capazes de a olhar com amor e afeição, quase de certeza conseguiremos como que "domesticá-la", é importante sim, termos consciência da forma de vida que levamos e saber distinguir se é essa ou não a que queremos para nós, para isso é importante saber reconhecer cada sentimento que nos invade , no exacto momento em que ele surge em nós, e acima de tudo ter consciência de que não estamos sós , mas que ao nosso lado há sempre alguém com quem possamos fazer uma partilha e assim sentirmo-nos bem...
Um abraço com amizade / GW

sexta-feira, julho 04, 2008

203-Estar alerta...

Nunca é demais trazer aqui este assunto, até porque há algum tempo que não me debruço sobre o mesmo, sei também que o mesmo ainda é tabu que se mantém, entre alguns dos que passam ou têm entre si alguém ligado ao consumo de drogas, parece-me no entanto que as pessoas que me lêem estarão de mente mais aberta para estas situações de dependência, o que aliado ao facto de existir uma vivência em vários aspectos ligada a este mundo, acho por bem partilhar convosco algumas palavras sobre causa tão delicada, porque nunca é demais estarmos alerta...
Drogas e mitos
Continuam a existir as mais variadas ideias ligadas ao consumo de substâncias de dependência química as quais pretendem tornar legitimar esses consumos, tornando facilmente justificado o acto de consumir tais substância no ponto de vista de quem consome. Vários são os argumentos que acabam por parecer justificar e assim tornarem-se facilitadores que levam à prática de consumo. Como acompanhante de vários jovens, ligados a este mundo, são imensas as partilhas com que me tenho deparado, partilhas de ensinamento de um mundo que desconhecia quase completamente. Por isso, proponho abordar hoje algumas ideias pré-concebidas sobre este consumo que transportam mitos e permitem tornar e transformar práticas destrutivas, em práticas racionalizadas e aceites socialmente.
O Álcool, apesar de ser legal, é uma droga, uma vez que tem efeitos no Sistema nervoso central, o que provoca alterações de percepção, mobilidade, reflexos, concentração, capacidade de avaliação e raciocínio, provocando dependência física e psicológica. As quantidades ingeridas não moderadas, levam a essa diminuição das capacidades, não percebida pelo consumidor.
Outras tais, aquelas que nós entendemos como a droga em si, estas as verdadeiras causadoras de dependência química, tais como heroína, haxixe, pastilhas e outras, pelo que me apercebi nos contactos e partilhas que tenho levado a cabo, quase sempre foram e aconteceram nas 1ªs vezes em saídas de grupo, saídas para puro divertimento, em que a capacidade de as pessoas se relacionarem e o convívio estabelecido entre elas, leva muitas vezes a essa proximidade e a uma fase de experimentação. Há quem afirme, por exº que o haxixe não leva à dependência física, mas é verdade que factores individuais e quase sempre sociais, podem levará uma necessidade de consumo compulsivo e por sua vez a uma dependência psicológica. No caso da heroína, a dependência ocorre sempre em qualquer situação, qualquer que seja o modo de consumo. Mesmo que digam que no princípio possa aliviar tensões internas e proporcionar bem estar, a verdade é que esse consumo mais cedo ou mais tarde leva a estados tais de dependência e mal-estar que podem originar uma série de problemas de âmbito pessoal e social sem retorno enquanto não existir o momento de uma "aceitação" pela doença. Consome-se porque se tem problemas, o facto é que todas as pessoas têm problemas e a grande parte não é consumidora. Muitos dos que utilizam esta prática fazem-no, ao procurar nelas um efeito "mágico" que lhes proporciona lidar com a realidade sem problemas alguns, sem sofrimento até. Contudo, o consumo de drogas não alivia sofrimentos, acabando sim por perpetuá-los em suas Vidas.
Onde entra a força de vontade? - A força de vontade e/ou a motivação é e será sempre uma condição indispensável para o início de um tratamento, como acontece em qualquer situação de doença. No entanto, não esqueçamos ser fundamental o acompanhamento técnico adequado para que a mudança seja duradoura e eficaz. Como já referi e todos devemos ter em mente, as drogas e a toxicodependência são fenómenos complexos que têm por base razões diversas, de ordem individual, social, familiar e até mesmo ambientais.
Essa força de vontade tem que existir... Todos sabemos que ela existe, para tal, quer o adito, quer os familiares e amigos têm de saber aceitar que se encontram perante uma doença, em que é exigível uma mudança de atitudes, em que a cada momento deve fazer e pôr em prática um inventário das coisas boas e más, acima de tudo, dar as mãos. Pode parecer fácil, sei que o não é, mas também Vos digo, quem vive de perto estas situações, quem sente o desespero por nada poder fazer em momentos tão angustiantes, sabe que a Coragem, a Serenidade, a Sabedoria são factores primordiais para levar por diante a caminhada da recuperação.
Por hoje, o desejo que tudo esteja bem
um abraço com amizade / GW