Não sei se partilhe aqui de modo pessoal uma das muitas aventuras que nos são exigidas diariamente, ou se peça à dupla Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães , se dignem a escrever mais um livro para deleite desta juventude e não só, pois de facto o que vou relatar é uma das muitas aventuras do dia-a-dia vividas por esse país fora. De facto há situações que mereciam ser relatadas em mais um livro da colecção "Uma Aventura..."
Há cerca de dois meses dirigi-me a uma Conservatória cá do sítio para solicitar a mudança de sede social de uma empresa. Para tal apareci munido do Certificado de admissibilidade, cujo original apresentava uma validade de 180 dias, portanto aos meus olhos dentro do prazo , uma vez que havia tratado do mesmo 4 meses antes.
Meu espanto porém, não consegui tratar de nada, pois a folha de rosto dizia em roda-pé ser o mesmo certificado válido por 90 dias, logo, estaria fora do prazo. Questionada a funcionária , sobre tal me foi dito que a folha de rosto é que pervalecia e não o original do certificado , pelo que fui "convidado" a pedir um novo, com as consequentes custas.
Após um mês e picos de espera, dirigi-me de novo à Conservatória e aqui começa verdadeiramente a "aventura".
Para quem se encontra em casa, até me havia levantado realativamente cedo nesse dia, assim me dirigi antes das 8 horas , á sede do concelho para tratar do que atrás mencionei, pois era meu desejo aproveitar a manhã para resolver outras coisas pendentes que esta burocracia a que já estamos habituados me exigia.
Carrinho estacionado e aí vou eu até ao edificio:- Óh meu Deus , não é possível, 22 pessoas à porta esperando pelas 9 horas, num aparato pouco usual por estas bandas . Desse total em espera, 16 pessoas dirigiam-se ao mesmo balcão que eu, logo eu, seria o 17º .
Pois bem, sessenta minutos após, e eis portas abertas e senha na mão, há que esperar pela nossa vez. Espaço para tanta gente não havia, até porque entretanto outras pessoas foram chegando, a área útil para espera devia rondar os 12 m2, um recanto de aproximadamente 6x2 ; cadeiras, o mínimo para tanta gente, se não estou em erro seriam umas 8 cadeiras; funcionários no atendimento, eram 4, estando 3 na parte das buscas e certidões, e uma, sómente uma, na parte dos registos e alterações comerciais, urbanas, e automóvel... muita fruta para uma pessoa só.
Esperei para ver a demora para a 1ª pessoa:- 3/4 de hora, bolas se eu era o 17º a que horas iria sair dali ? Ao fim de 3 horas estavam atendidas 8 pessoas, e eu claro, continuava a ser 0 17º da lista ... xiiiiiiiiiiii . que mais me iria acontecer. Indaguei a funcionária e fui informado que só seria atendido para além das 14 horas, e que apesar do Serviço fechar a essa hora, as pessoas que estavm em espera seriam atendidas... Desesperei, claro que desesperei, por raros momentos consegui estar sentado, por raros momentos vim à rua beber um café, por raros momentos (me apeteceu dizer uma asneira) , me chateei.
Na espera, deu para fazer uma avaliação do que me rodeava, do serviço, das instalações, dos utentes, dos acessos... sei lá um sem número de situações que me deixaram preocupado. O barulho causado numa sala de dimensões reduzidas, onde a culpabilidade em tamanha algazarra passou pelo "despejar" de palavras contínuas que já me afligiam os ouvidos, onde algumas pessoas em espera , pareciam estar numa esplanada , tricotando conversas, do quaotidiano e não só, onde eu , sem as conhecer fiquei mesmo sem querer a saber das vidas próprias.
Outra situação que quase me causou pavor, a sala não tem janelas , é fechada, onde o barulho ecoa , aliado ao calor da iluminação causava um suor irritadiço em tão longa espera, até o ar condicionado de quando em vez teimava em fazer um barulho incómodo.
Mas, o que mais preocupou foi a localização das instalações, as quais , quanto a mim, nunca devem ser implantadas estruturalmente desta forma. Num Edificio de 4 andares, encontram-se as secções do registo Civil, Conservatória Predial e Comercial, além do Cartório Notarial (este em fase de mudança). Ora, tanto quanto percebi, o acesso adequado aos deficientes e mesmo aos idosos não existe, não há rampas , não há corrimãos, muitos e muitos degraus a percorrer, pois me foi dito que dia-sim. dia também, o elevador raramente trabalha. Numa situação destas como é possivel permitir-se um acesso facilitado por exº a uma Conservatória localizada num 4º andar ?
De facto foi uma aventura, consegui ser atendido nesse dia e não ficar para o dia seguinte, vá lá, vá lá... e toma lá 550 €uros (400+150 por a acta ter mais de 60 dias) e não digas que vais daqui...
Resta-me saudar a funcionária , que apesar de ser pública, ao contrário do que se diz para aí, trabalhou e muito, e ainda mais, conseguiu estar sempre atenta aos nossos problemas e ser simpática qb...
e pronto, olhem, desculpem qualquer coisinha, tenham uma boa semana/ GW
Ó meu amigo, é a vida... o meu BI vai caducar em Julho, no outro dia deu-me uma coisinha má e decidi ir tratar do dito...cheguei há Loja do Cidadão nas Laranjeiras e só tavam 320 pessoas á minha frente. Olhei para o BI e eis se não quando me lembrei que tenho um lindo passaporte que me custou 7 contos e... Ó Sr Guarda o passaporte faz a vez do BI, não faz? Posso usa-lo cá em Portugal, não posso?
ResponderEliminarNão sei menina, mas acho que sim!
Foi o que quis ouvir " não sei mas acho que sim"... Filas não é para mim, ainda para mais em pé...Temos pena!
Tb estive muita vez na Loja do Cidadão nessas condições, mas eheheh Patyzita , 300 pessoas na Loja do Cidadão , ou 20 aqui , acaba por dar tudo no mesmo, aventuras que vão marcando a nossa passagem...
ResponderEliminar**
Ao fim de 13 anos descobri o verdadeiro motivo de morar no Alentejo. Sinceramente, não existe nada disso por aki, sem stresses, mas ainda lembro bem quando morava em lisboa, Deus!!! filas para tudo, mas mesmo tudo, horas desesperantes, e eu k na tenho a minima paxorra para essas coisas.
ResponderEliminarAguenta lol
Jinho*
Pois, Coragem , para tudo é preciso "Coragem" .
ResponderEliminarsaudações bloguistas a todos
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mena