quinta-feira, janeiro 12, 2006

59 - Um direito, acima de tudo um dever...

Tenho participado em todas as eleições definidas pela constituição e, sempre em todas elas fundamentadas num dever em que, como cidadão procuro colocar em prática, atribuindo a esse dever um estatuto significativo , para mim muito mais que do que um direito que me foi e é concedido , no entanto noto alguma apreensão entre os eleitores , a qual se traduz muitas vezes em abstenção, relegando para menor plano esse mesmo dever…

Um direito, acima de tudo um dever
Recordo a minha 1ª apresentação como eleitor livre, a qual coincidiu também com a minha 1ª estada em uma mesa de voto. A azáfama criada e o desejo de em liberdade contribuir para a escolha de governantes, fazia andar no ar um clima de desejo em dar de si uma escolha que até então seria impensável , tendo em consideração o regime vigente até 1974.
Não me lembro de quantos actos eleitorais aconteceram até hoje, mas a noção de liberdade que de mim fazia parte , aos poucos parece esvanecer-se, não sei se pelas circunstâncias do dia-a-dia, ou se por algo mais que me transcende.
O que sei e noto, é que muitas das pessoas se encontram numa situação de completo “desgosto” pelos factos vividos e pelo não encontro de soluções, que se queriam a curto prazo, mas que hoje temos a noção de que tarde surgirão, e se surgirem.
Não me parece, pessoalmente, que as culpas sejam atribuídas a A ou a B, até que os períodos de tempo a que cada entidade dedica a uma pretensa melhoria é tão pouco, mas sim porque no conjunto dos trabalhos realizados, pelas diferentes alas partidárias, não o seja conseguido.
As pessoas não são um só, e, quando deviam procurar um entendimento cujo rumo fosse único, estão mais preocupadas em contrariar qualquer proposta que surja pela mão adversária.
Ainda ontem se comentava na TV , a situação de erros em declarações de deduções de impostos pelas entidades patronais, cujas receitas não eram correctas, sendo feitas pelos escalões mínimos em matéria de retenção de IRS, porque assim era entendido, sendo dado a conhecer contratos mais baixos do que aquilo que realmente são, só para não se pagar tanto. E aqui , pergunto, os trabalhadores não têm também culpa em aceitar a situação, ou em não denunciar tais actos! Claro que essas situações me consomem, tanto mais sabendo que contribuo com impostos devidos, em IRS e SS sem contar as contribuições que a empresa é obrigada por mim.
Neste aspecto , se todos fossemos coorentes com a situação talvez estivéssemos todos bem melhor e não existisse tanto desânimo o qual em período de eleições se traduz em descontentamento, indecisão e a consequente abstenção.
Mas era da presente campanha presidencial que eu me estava a debruçar e, nesta, como é notório à medida que se aproxima do seu términus, surgem algumas trocas de palavras menos próprias o que quanto a mim é demonstrativo da parte de alguns, (não todos) da fome que têm pelo poder e só por isso façam os discursos que fazem, roendo-se porque há quem não siga o mesmo propósito.
Mas enfim, o que me traz aqui com este palavreado todo é que as pessoas não se deixem abater por esse descontentamento que, se começa a generalizar e que por essa razão , não venhamos a ter um presidente da República eleito com pouco mais de 50% dos Votos possíveis, aproveitando mais tarde os não votantes para se lamentarem da escolha feita por outros.
O estar presente e Votar é acima de um direito conquistado, um dever que assiste a cada um de nós…

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Um Abraço / GW

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