
Atitude...
Presenciei na última 6ª feira um episódio que me deixou deveras emocionado, não tanto pelo acto em si, mas principalmente por ter sido interveniente quem o foi. Falo-vos de uma criança, uma miúda que não terá mais de uns 8 anitos. Tinha acabado de sair do edifício dos Ctt-correios, onde tinha ido, como todos os dias acontece, levantar a correspondência ao apartado. É mais que hábito sentar-me no carro e ficar ali, pausadamente a ler o que chega até mim, ao mesmo tempo que vou reparando no movimento infernal da estrada principal, à qual deram o nome de Avenida. Nos minutos que costumo por lá estacionar, por coincidir com a hora de saída da maioria das empresas, o trânsito torna-se quase insuportável, pautado aqui e ali, muitas vezes por uma falta de respeito, levando-me a ficar ali de boca aberta e de olhos esbugalhados perante tal. Há muito que prestava atenção a um homem, de canadianas, que apesar de aparentar estar entre os 40 a 45 anos, estava com uma dificuldade enorme em fazer a travessia, embora o piso rodoviário estivesse marcado como passadeira para peões e devidamente assinalada de modo a que os condutores dessem a devida atenção. Posso dizer sem exagero que terão passado uns 5 minutos e as tentativas feitas pela pessoa, para efectuar a travessia apoiada numas canadianas com uma perna engessada até acima do joelho se tornavam infrutíferas, tanto mais que o apoio era dificultado pelo peso do gesso. Não deixei de verificar na teimosia de alguns em não ceder a passagem, os quais por vezes ao fazerem a aproximação à passadeira, se davam “ao luxo” de até virarem a cara para o lado. Num momento, vi 3 crianças de mochilas às costas que se aproximaram e uma delas após olhar para o trânsito, deu o braço ao sinistrado e com ele atravessou a passadeira, ao mesmo tempo que fazia gestos de gratidão aos condutores que acabavam por ceder à travessia, permitindo chegar ao outro lado. Pensei naquele gesto bonito e por momentos reparei em mim , ali especado a olhar, como que quase a prever o pior, mas apesar de tudo sem levantar o rabinho para ir ajudar a pessoa em causa. Há gestos simples que nos tocam e com eles aprendemos que nem sempre sabemos agir da melhor forma, foi preciso reparar no acto da criança, para colocar em mim a questão do porquê de não ter sido eu a ajudar e estar ali parado a apreciar tudo aquilo. Queremos tanto dar o exemplo e por vezes somos apanhados com estas atitudes que dignificam tanto quem as pratica, e depois de tomarmos nota, segredamos para os nossos botões: - Porque é que não fui eu capaz de agir e não tive o discernimento de dar a mão a quem realmente precisou… Estou sempre a aprender e cada vez mais reparo o quanto não sou suficientemente bom nas decisões e naquilo que faço…
Imagem retirada de : - www.cm-braga.pt/.../ imagens_questionarios/a3.gif
Um bom dia e boa semana
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Um Abraço / GW
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