segunda-feira, dezembro 12, 2005

46 - Atitude maior de um menor...

Bem podia o que vou relatar, estar relacionado com o natal, por acaso não o é, e muito menos, o desejo que tenha acontecido pelo simples facto de estarmos no Natal. Somos embalados por este espírito e é natural que estejamos mais propícios a uma entre-ajuda que de facto deveria acontecer todos os dias…

Atitude...
Presenciei na última 6ª feira um episódio que me deixou deveras emocionado, não tanto pelo acto em si, mas principalmente por ter sido interveniente quem o foi. Falo-vos de uma criança, uma miúda que não terá mais de uns 8 anitos. Tinha acabado de sair do edifício dos Ctt-correios, onde tinha ido, como todos os dias acontece, levantar a correspondência ao apartado. É mais que hábito sentar-me no carro e ficar ali, pausadamente a ler o que chega até mim, ao mesmo tempo que vou reparando no movimento infernal da estrada principal, à qual deram o nome de Avenida. Nos minutos que costumo por lá estacionar, por coincidir com a hora de saída da maioria das empresas, o trânsito torna-se quase insuportável, pautado aqui e ali, muitas vezes por uma falta de respeito, levando-me a ficar ali de boca aberta e de olhos esbugalhados perante tal. Há muito que prestava atenção a um homem, de canadianas, que apesar de aparentar estar entre os 40 a 45 anos, estava com uma dificuldade enorme em fazer a travessia, embora o piso rodoviário estivesse marcado como passadeira para peões e devidamente assinalada de modo a que os condutores dessem a devida atenção. Posso dizer sem exagero que terão passado uns 5 minutos e as tentativas feitas pela pessoa, para efectuar a travessia apoiada numas canadianas com uma perna engessada até acima do joelho se tornavam infrutíferas, tanto mais que o apoio era dificultado pelo peso do gesso. Não deixei de verificar na teimosia de alguns em não ceder a passagem, os quais por vezes ao fazerem a aproximação à passadeira, se davam “ao luxo” de até virarem a cara para o lado. Num momento, vi 3 crianças de mochilas às costas que se aproximaram e uma delas após olhar para o trânsito, deu o braço ao sinistrado e com ele atravessou a passadeira, ao mesmo tempo que fazia gestos de gratidão aos condutores que acabavam por ceder à travessia, permitindo chegar ao outro lado. Pensei naquele gesto bonito e por momentos reparei em mim , ali especado a olhar, como que quase a prever o pior, mas apesar de tudo sem levantar o rabinho para ir ajudar a pessoa em causa. Há gestos simples que nos tocam e com eles aprendemos que nem sempre sabemos agir da melhor forma, foi preciso reparar no acto da criança, para colocar em mim a questão do porquê de não ter sido eu a ajudar e estar ali parado a apreciar tudo aquilo. Queremos tanto dar o exemplo e por vezes somos apanhados com estas atitudes que dignificam tanto quem as pratica, e depois de tomarmos nota, segredamos para os nossos botões: - Porque é que não fui eu capaz de agir e não tive o discernimento de dar a mão a quem realmente precisou… Estou sempre a aprender e cada vez mais reparo o quanto não sou suficientemente bom nas decisões e naquilo que faço…
Imagem retirada de : - www.cm-braga.pt/.../ imagens_questionarios/a3.gif
Um bom dia e boa semana
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Um Abraço / GW

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