quarta-feira, novembro 30, 2005

40 - Su-do-ku

Pensando bem, também fui arrebatado por essa loucura do Su-do-ku, não como dependente, mas por curiosidade, e certo é que a brincadeira não é fácil, mais depressa resolvia o cubo-mágico, do que esta encruzilhada de algarismos em grupos de 9 , valha-me Deus, para o que me havia de dar, mas acreditem que é um bom exercício de cálculo e observação…

Su-do-ku
A
primeira impressão que tive foi que se tratava de mais uma invenção nipónico-chinesa pelo embaralhado do jogo em si (se lhe posso chamar jogo). Mais tarde verifiquei que apesar de ter a sua ascensão em estes países, a sua origem terá surgido nos Estados Unidos, quem diria, quando de facto estas brincadeiras surgem quase sempre na Ásia, talvez por tudo isto, a maioria tenha os olhos em bico, quiçá…
No entanto é-me dado a conhecer que a designação é também atribuída a uma característica mordidela de rato, cuja transmissibilidade, pode mesmo levar à morte em alguns animais, ocorrendo esta quase sempre muito rapidamente num período entre 5 a 7 dias após a apresentação dos sintomas clínicos.
Será que é mesmo assim ou eu terei entendido mal ?
Quanto ao tratamento e se isso é possível - O paciente deve ser atendido na unidade de saúde mais próxima, mantendo-o em isolamento, em quarto com pouca luminosidade, evitar ruídos, proibir visitas e somente permitir a entrada de pessoal da equipa de atendimento.
Como me apercebi e dizia atrás, o nome é japonês, mas as origens aparentemente não são. De acordo com um artigo do “Observer”, este fenómeno de popularidade e que é o "cubo mágico do século XXI" pode ter mesmo surgido em Nova York...
De qualquer maneira aqui fica a curiosidade, certo é que o Sudoku é mesmo um grande quebra-cabeças simples mas que está fazendo a delícia de todos jovens e menos jovens, tornando-se rapidamente num fenómeno levando à grande impressão de quadrículas mais simples , até a livros com mais de 200 passatempos do tipo. Bem, é facto consumado, mas mesmo assim ainda prefiro as letras aos números, para mim números, em especial prefiro os que definem os €uros, não acreditam? Pois podem crer que é verdade…
Por hoje é tudo, aproveitem e componham lá o quadro que aqui deixo, espero pela resposta eheheh
A ideia é preencher todos os quadrados, linhas e colunas com números de 1 a 9 sem repetir. Parece fácil, mas dá para criar desafios com vários graus de dificuldade.
Até 6ª feira e bom feriado
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Fiquem bem / GW

terça-feira, novembro 29, 2005

39 - A Urgência de Viver...

"O que representam para mim as palavras que aqui deixo, e a importância que tal efeito tem em mim, só eu sei. Importante também o é, e muito , saber da aceitação de tais palavras junto daqueles que as acabam por ler, mais ou menos assiuduamente, mas muito mais importante é a recolha que faço aqui e ali de palavras com muito mais valor do que aquelas que eu escrevo e prova disso é o extracto de um texto que encontrei e que aqui deixo. As minhas palavras, comparadas com estas, são simples pontos de exclamação, e que eu aplaudo, tal é o efeito delas em mim..."

A URGÊNCIA DE VIVER
E
xistem certos momentos em que, mais do que nunca, sentimos a urgência de viver.
Teddy Kollek, prefeito de Jerusalém, propõe em sua autobiografia um décimo-primeiro mandamento: "Não serás paciente". À primeira vista, tal conselho parece ir contra uma das qualidades mais valorizadas pela humanidade – a paciência é uma virtude! No entanto, ao reflectirmos sobre as palavras de Kollek, percebemos que elas contêm uma grande sabedoria. A impaciência é necessária para remediar nossa tendência tão humana de protelar. Pois a verdade é que, em muitas áreas vitais de nossa existência, somos pacientes demais.
Esperamos demais para fazer o que precisa ser feito, num mundo que só nos dá um dia de cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã. Enquanto lamentamos que a vida é curta, agimos como se tivéssemos à nossa disposição um stock inesgotável de tempo.
Esperamos demais para dizer as palavras de perdão que devem ser ditas, para pôr de lado os rancores que devem ser expulsos, para expressar gratidão, para dar ânimo, para oferecer consolo.
Esperamos demais para ser generosos, deixando que a demora diminua a alegria de dar espontaneamente.
Esperamos demais para ser pais de nossos filhos pequenos, esquecendo quão curto é o tempo em que eles são pequenos, quão depressa a vida os faz crescer e ir embora.
Esperamos demais para dar carinho aos nossos pais, irmãos e amigos. Quem sabe o logo que será o ser tarde demais?
Esperamos demais para ler livros, ouvir músicas e ver os quadros que estão esperando para alargar nossa mente, enriquecer nosso espírito e expandir nossa alma.
Esperamos demais para enunciar as preces que estão esperando para atravessar nossos lábios, para executar as tarefas que estão esperando para serem cumpridas, para demonstrar o amor que talvez não seja mais necessário amanhã.
Esperamos demais nos bastidores, quando a vida tem um papel para desempenharmos no palco (….)

(In net: Henry Sobel)

segunda-feira, novembro 28, 2005

38 - Como sou e como me dou...

Cada gesto de amor que dispensamos, cada conhecimento que é por nós partilhado, é como um tijolo com o qual construímos cada dia das nossas Vidas. Tudo se decide e resume por aqui mesmo, nas escolhas e atitudes de cada dia, e de cada um…”

Fui um destes dias interpelado pela razão de expor aqui partes de mim e de quem faz parte da minha Vida. Quando decidi criar o Blog, sabia de ante-mão que iria estar exposto às mais variadas críticas. Porque considero qualquer tipo de crítica uma forma de aprendermos a rever o que fazemos e o porquê da mesma, assim como através dela sermos não só elogiados, mas também alertados para algo que possa não estar bem, aceito como sempre o fiz, qualquer palavra que a mim seja dirigida, limitando-me a fazer a apreciação que julgo conveniente, e a ilação que melhor se adaptará à minha forma de vida. Por isso agradeço sempre toda e qualquer forma de crítica venha de onde vier desde que seja explanada de forma correcta e sempre baseada numa condição de mútuo respeito.
Se um dia aqui expus parte de mim foi no intuito que pudesse servir de alerta, não sou um Jovem em idade, mas assumo a consciência que muitos não têm e, a vivência que tenho tido, pelo caminho que me foi dado a percorrer aliado em especial a uma acção de voluntariado constante, a qual me leva a conhecer a realidade em que vivemos, levando-me a pensar e a afirmar muitas vezes , não porque me peçam a opinião, mas sim porque o desejei em tempos, que tivesse sido alertado pelas pessoas que conviviam comigo, em vez destas, se “fecharem em copas”, optando simplesmente por um acto de repulsa e mal-dizer, como se o assunto da toxicodependência, fosse ainda tabu, ou pior ainda como se fosse uma forma de marginalizar quer o consumidor , quer os familiares ou amigos, como se eles tivessem sido “infectados” por um “vírius” a todos “pegajoso” ou mesmo mortal e assim serem colocados pura e simplesmente de lado.
Claro que numa situação de menos respeito, me custa, que uma pessoa que parece ter lido os meus textos, tenha agido provocatoriamente, com ofensas escritas em sala aberta, e passo a citar a sua frase:
“Vá mas é tomar conta da mulher e dos filhos, em vez de andar num chat, assim eles já não se metem na droga”.
Lamento que haja atitudes destas em pleno séc XXI , sei que sempre estarei exposto a estas situações, talvez movidas por ciúmes pelo facto de uma atenção que me é dada pela maioria das pessoas. Congratulo-me pelo que sou e pelo que me dou e da forma que o faço. Encontrar-me-ei sempre disponível para dar a mão a quem quer que seja, mesmo que seja atacado ferozmente por esse alguém, no entanto vejo-me no dever de aqui falar em tal acto, do mais absurdo que há.
No meu caso a situação de dependência deu-se sendo a pessoa já de maior idade, mas até poderia não ser, não seria por isso que eu assumiria em menos valor a atitude de Pai. Não foi pelo facto de ele (o adito) ser maior que me afastei dele. Antes pelo contrário. Sei e tenho consciência o quão difícil é para um adolescente ultrapassar numa situação de grave estado de saúde da mãe todos os obstáculos, quando ele próprio se sente desprotegido como se uma coisa muito importante lhe vá faltar, e aí, o associar-se na maioria das vezes a outros, acabe por passar de uma fase de experimentação e assim seguir um caminho sem retorno.
Infelizmente há pessoas que só servem para atacar de qualquer forma, quando alguém decide dar a cara e alertar para casos como este.
Talvez uns me digam para não ligar, talvez outros me incentivem a denunciar, certo é que sei que : “Aos outros eu não posso modificar… aos outros eu só os posso amar”…
Desculpem se hoje me desviei um pouco do que é habitual nos textos, mas é assim ...

Bom dia para todos, inclusive para quem assim se me dirigiu, .. e porque o Blog é aberto a todos.

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Um Abraço com Amizade / GW
Imagem reterida de : www.treknature.com/ images/photos/55/arcoiris-...

sexta-feira, novembro 25, 2005

37 - Liberdade (in)justificada...

Uma tentativa de golpe de estado de forças militares de esquerda, pára-quedistas, RALIS, etc. é derrotada por forças dirigidas pelo general graduado Ramalho Eanes. O presidente da república, Costa Gomes, decretou o Estado de Sítio na Região Militar de Lisboa, que vigorará até 1 de Dezembro.

Liberdade (in)justificada...

Bem, mas não é do 25 de Novembro de 1975 que eu quero falar, mas sim do 25 de Novembro de hoje e, mais uma vez sobre o processo Casa Pia. Não sei, posso apenas imaginar o que vai no Vosso pensamento, mas nota-se que os portugueses estão cada vez mais fartos dos atrasos verificados com processos, os quais pela sua importância pública e social deveriam ser tão céleres, quanto a necessidade de atribuir e encontrar culpas e através do seu peso no processo, ser então elaboradas as penas a aplicar, ainda mais quando é bem evidente que existem culpados. Fica no entanto, qualquer pessoa perplexa, quando um julgamento tem inicio cerca de 2 anos após as detenções, uma vez que começa em 2004, o que sem margem para dúvidas se reduz no facto de se ficar só com 1 ano para decorrer o julgamento antes que um dos detidos e neste caso, o principal arguido, possa sair em liberdade por ter à data de início do processo cumpridos já 2 dos 3 anos que limitam o tempo em prisão preventiva.
Bem, como já é normal acontecer, não sei se haverá apuramento de outros culpados, além da indigitação como arguidos. Sim, porque esta coisa de se estar “pendurado” à sombra de figuras públicas, “fino” extracto social, relações ao mais alto nível, seria quase de certeza o remexer em muita coisa que pode não interessar no momento.
Como cidadão custa-me crer que depois de tantos depoimentos contra, de tanta coincidência de factos, de tanto (re)lembrar de situações que trazem à memória traumas que já por si o tempo é difícil apagar, se continue a demorar tanto a decidir e a encontrar razão para culpar este ou aquele, pelos actos praticados. Depois há um facto que penso também terá contribuído para esta situação, o de alguns ex-alunos terem vindo a público denunciar o acontecido e sofrido, quando muitos dos crimes já estavam prescritos, só podendo assim, ser julgados os que foram cometidos depois de 1988. Recordo que a acusação referenciou no processo 744 crimes, em que só o réu principal, responde à sua conta, se não estou em erro, a 639 delitos, não esqueçamos que este arguido é indiciado como o elo de ligação entre os internos e todos os outros implicados e acusados de pedofilia.
Mas, como é sabido, o dia da liberdade chegou e agora fala-se na preocupação e do que pode acontecer ao dito cujo, fala-se em grupo de segurança próprio, olhem, na minha opinião fala-se demais, se agora receiam pela liberdade do arguido, podiam ter pensado nisso antes e optado de forma a que não viesse a acontecer o que está a acontecer.
Já agora, será que pensaram também nas pessoas externas ao processo e que vão viver o dia-a-dia com esta decisão, tal como as crianças, os adolescentes, os pais, os educadores e tantos outros que irão viver lado a lado com os implicados no processo. E se há uma recaída destes? E se o arrependimento só acontece nas palavras? Não basta pedir-se perdão, mas sim acima de tudo assumir-se e com vontade própria o querer integrar uma sociedade de uma forma que implique respeito, isso sim, e aí eu tenho algum receio que outras situações idênticas possam acontecer.
Lembro a agitação política gerada em volta deste processo, havendo até pronunciamento à mais alta instância, onde se afirma que sem dúvida as principais vítimas são e serão sempre as crianças (não temos dúvidas) e onde se solicita ao Parlamento que sejam estabelecidas leis severas para a violação do segredo de Justiça. Foi por causa da fuga e divulgação das informações do processo, que caiu o director da Polícia Judiciária relembro.
Muitas figuras famosas foram envolvidas e de uma ou outra forma implicadas no caso (parece-me que não existe fumo sem fogo…) uns, chegaram mesmo a estar em prisão preventiva, acabando por serem colocados em liberdade porque as provas não são conclusivas. E as situações em que há provas e mais provas, isso não conta? Em algumas situações houve vozes externas, que culpabilizam estar perante uma armação política, valha-me Deus… será que estas palavras terão mais peso que a voz dos adolescentes inocentes? .
Se me disserem que existem erros processuais, claro que os aceito, mas também gostava de ver mais esclarecidas algumas situações para as quais ainda não obtivemos qualquer respostas, ou pelo menos respostas conclusivas.
Por hoje é tudo, como é hábito, possivelmente só regressarei ao Vosso convívio literário na próxima 2ª feira, até lá, fiquem bem e tenham um óptimo fim de semana…

Fiquem bem,

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Um Abraço com Amizade / GW

quinta-feira, novembro 24, 2005

36 - Só por hoje, estou bem...

Numa das intervenções efectuadas na recente Convenção Nacional das FA , na qual fui participante, levada a efeito em Alcobaça, foi dado a conhecer a partilha que hoje aqui Vos deixo, palavras que são no fundo de todos nós e que nunca ninguém deve guardar para Si, se isolando, ficando deste modo exposto a uma situação que nos empurra para um abismo… Partilhar é óptimo, mas melhor ainda é sabermos que há quem escuta a nossa partilha.

ISOLAMENTO
Pensei em isolar-me quando senti a dor de ter um adicto em casa.
Assim como os adictos se refugiam nas drogas, para não terem de enfrentar a realidade, eu refugiei-me no isolamento, para não encarar o sofrimento, a dor e a luta; mentindo e procurando não ver a terrível realidade que tinha de enfrentar. Eu, precisava de calmantes, precisava de amortecer a dor para conseguir viver. O meu medo, a vergonha, a culpa, a raiva tudo o que iriam dizer de mim, conduziam-me à sombra da solidão.
Eu tinha medo de ser culpabilizado pela educação que tinha dado ao meu filho; julgava ter sido a melhor e afinal… tinha falhado redondamente.
A minha frustração era enorme, tinha depositado tantas esperanças nele, tinha-lhe traçado um futuro promissor e nada disso aconteceu.
A vergonha que eu tinha e sentia naquele tempo de ter um filho toxicodependente
Uma parte da minha vida, grande parte mesmo, tinha desmoronado completamente e eu estava apático, sem vontade de me levantar e começar de novo. Eu estava a afundar-me em auto-piedade e toda a família era arrastada comigo. Eu estava certo no meu sofrimento e todos os outros é que estavam errados, continuava sempre e só a pensar em mim, eu só pretendia fugir à realidade, tal como os adictos o fazem.
Um voz Amiga me chamou a participar nas reuniões. Através das partilhas no grupo comecei a sentir-me menos só. Afinal não era só Eu ! Que sensação de alívio ! Os outros estavam no mesmo barco que eu, e tinham um ar mais feliz, menos tenso, mais alegre. Eram honestos e humildes.
O desespero que eu sentia impedia-me de compreender e avaliar o problema e as minhas responsabilidades. Hoje, já não tenho vergonha de dizer o que sinto, os meus sentimentos de medo, culpa, vergonha, começam a desaparecer.
Começa a recuperação quando começamos a substituir estes sentimentos pela aceitação, humildade, honestidade e vontade de mudar. É a mudança de atitudes que se impõe.
Do isolamento inicial passei a ser solidário. Se eu fui ajudado, porque não ajudar os outros nas mesmas circunstâncias?
À medida que o tempo vai passando eu vejo “os novos” que chegam ás reuniões, os sentimentos que transportam e revejo-me na situação deles. Eu também já fui e já estive assim !
Afinal já dei alguns passos desde o isolamento de antigamente até à serenidade de hoje. Continuo no meu dia-a-dia, vou subindo lentamente, mais um degrau na minha recuperação.
Tenho notado que quando paro não fico no mesmo degrau, pelo contrário, até desço vários, que terei novamente de subir. Conto com o meu grupo, com as partilhas, com as ferramentas e a literatura que me é disponibilizada. Conto também, com um Poder Superior, porque sem Ele, não estaria agora aqui.”

Só por hoje , estou bem
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Um Abraço com Amizade / GW

terça-feira, novembro 22, 2005

35 - Quem te viu e quem TV

Quem não tem, TV por cabo ou parabólica e, está confinado aos canais nacionais, das duas uma, ou desliga a televisão e não há serão para ninguém após o jantar, ou aluga um filmezito na loja da esquina… de resto, pouco ou mesmo nada de jeito…

Quem te viu e quem TV
D
iz-se por aí, e pelos vistos acontece, em especial onde é possível, que a população está a abandonar o hábito de ir ao cinema, optando quem pode, por ficar instalado no confortável sofá da sua sala, hoje mais que transformada em sala de cinema. Sala essa onde não faltam as mais incríveis facilidades em equipamento, haja para tal dinheiro na mão, claro, porque os sistemas de “home-cinema” acrescidos de um plasma não se encontra ao alcance de todas as bolsas. A não ser que se opte por fazer parte da imensa lista de famílias com índice de despesas superior ao vencimento
Mas, face a tudo isto, e para quem ainda não pode optar por estes equipamentos, e para quem nem sequer está perto dos grandes centros, onde a sala de cinema mais próxima fica a uma distância impensável para haver uma deslocação que permita assistir, mais que não fosse a uma vez por mês a um filme, nesse aspecto , estamos feitos…
É um facto que já existem hoje outros meios, tais como as parabólicas ou a emissão por cabo. E os que não têm essa possibilidade? Por mim, apesar de estar abrangido pelo sistema de emissão por cabo, não é fácil desembolsar 700€uros ano, no mínimo, isto atendendo a que nem sequer posso assistir à Sportv ou aos filmes da Lusomundo, mas enfim…
Uma coisa é certa , para mim os 4 canais nacionais até chegavam, se fossem melhor estruturados e passassem outro tipo de programação, quando se dão ao luxo que alguma coisa mais interessante seja passada depois das 24horas, penso sim , que se deve tratar de uma melhoria urgente na programação e planeamento do que hoje nos estás pura e simplesmente a ser imposto. Actualmente, parece estarmos limitados a Quintas de não celebridades, recrutas de tropa que não existe e, ainda mais, a programas que só porque não atingem o objectivo, ficam por terra, declarando-se para tal uma simulação de incêndio , para acabar com o dito cujo.
Uma coisa é certa, teve o responsável deste último, a coragem suficiente para deitar abaixo algo que estaria aquém das expectativas, valha-nos isso.
Já nem vou falar num tal “fiel ou infiel”, que valha-me Stª Engrácia, se é aquele tipo de programa e de apresentador que vende, então meus Amigos, estamos muito mal em termos de apreciação. Mas sejamos realistas, também se nos massacram com filmes repetidos uns atrás dos outros, querendo obrigar-nos a bater o recorde de uma célebre espectadora que viu o Música no Coração mais de 350 vezes, então têm razão em fazer todas estas repetições. Face a tudo isto, resta-nos alguma Boa ficção portuguesa, trazida pela mão de alguns autores, muitos sabendo-se sabe-se lá com que ânimo, sabendo-se de ante-mão que pouca dessa produção será exibida, salvo raras excepções.
Mas que posso eu fazer, eu que nada posso… Se me dizem que as audiências são o que são e que é desse tipo de programa que a maioria gosta, terei que continuar confinado a esses direitos de opinião, e resignar-me a uma minoria, minoria essa que me deixa bem por saber fazer parte dela… Resta-me a cumplicidade que tenho com o "contra-informação".
E agora vou até casa, sentar-me no sofá, pegar no comando e … click , assistir a muitos mais 20 minutos consecutivos de publicidade. É obraaaaa


Desejo que estejam bem, algures por aí…
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Beijokas & Abraços / GW

segunda-feira, novembro 21, 2005

34 - Viagem sem regresso...

Estou perplexo quanto à importância (neste caso não importância) dada por certas pessoas, ainda mais nos tempos que correm, e que a todos diz respeito, no aspecto se prevenir, cumprir e fazer cumprir certas e determinadas regras fundamentais, no que diz respeito à saúde, não só a nossa, mas também a de quem nos rodeia. Assim e, porque me parece mais que óbvio, debrucei-me sobre um tema que deveria sempre estar presente, mas como diz o ditado “ Só nos lembramos de Stª Barbara, quando troveja…”

Viagem sem regresso...
Nunca devíamos esquecer o quanto é grave o não levarmos mais a sério os alertas que todos os dias chegam até nós sobre o flagelo que é o “síndrome de imunodeficiência adquirida, SIDA”, ao qual tantas e tantas vezes se faz ouvidos moucos, levando-nos quase a fazer uma vida de despreocupação sobre tal, como seja uma situação que aconteça só em relação a outros e nunca a nós.
É certo que há quem cumpra o exigido para não passar por tal, é certo também, que há os chamados “aventureiros”, que à partida, penso que não no seu perfeito juízo, partem para uma batalha da qual sairão derrotados, como se fossem para uma viagem não tendo a certeza do regresso. Ao falar aqui sobre o tema, não posso deixar de referir o quanto me deixa triste, o saber relatado num jornal, o caso recente de uma pessoa que mesmo havendo sido detectado estar infectada com o Vírus, continuou a “vender” o corpo como se nada lhe tivesse acontecido, arrastando consigo, numa luta em vão, que acabaria na própria morte, e ainda mais, nas consequências que tal acto trará para com quem ela conviveu. O que me repugna ainda mais, é saber onde pára a mentalidade de certas pessoas, nestes dias tão conturbados, em que quase diariamente se discute o peso de certas e determinadas doenças transmissíveis, e não sabem quando levados pelo ímpeto de praticar o acto sexual, não se previnem sabendo de ante-mão o tão grave que isso é, aliados por uma justificação absurda de que o sexo não será igual se for praticado com preservativo. Será que o que pode acontecer depois o justifica? Culpa de quem sabendo o estar infectado continuou praticar relações, com os mais diversificados parceiros, culpa sobretudo para quem aceita e assume uma relação deste tipo sem sequer se querer prevenir, sabendo que sexo, deverá ser praticado o mais seguro possível, não só tendo em atenção a nossa precaução, mas também ter-se a noção de que há ainda os outros com os quais convivemos e que não devemos nunca ignorar.
Diz o relato que li este fim de semana, que apesar de saber estar infectada, a pessoa em questão, levou por diante durante oito meses a prática de sexo, continuando a recorrer a anúncios de jornal para manter este tipo de actividade. Porquê ? Será que numa situação de desespero tudo vale, chegando mesmo a colocar de lado tudo e todos como se nada mais tivesse interesse !
È certo que muitos hoje estarão deveras preocupados, como se costuma dizer “casa roubada, trancas na porta”, só que o mal para desespero de muitos, está feito… O que se entendeu ou se pretendia como momentos de prazer, são hoje momentos de angústia, traduzidos numa culpa que nada fará voltar ao “antes”, onde quase nem existe consciência, que a pessoa abrangida pela doença, não será só a pessoa que acabou por morrer, mas que todos estarão dependentes de uma evolução, arrastando para um “abismo” decerto sem retorno, não só eles, mas todas as pessoas com quem mantiveram relações, como se essas relações quase sempre fortuitas , fossem o mais importante…
A verdade é que muitas das pessoas, acham que o uso do preservativo nada mais faz do que atrapalhar, e quase nunca se tem a ideia da amplitude de uma doença deste tipo, optando por sexo sem protecção. E outra coisa ainda, o que pode levar uma pessoa infectada e sabendo-se infectada a prosseguir numa caminhada de destruição? Só quem assim pratica o poderá dizer, e o que pensa no acto, e se pensa, porque a mim, tenho quase a certeza que não pensa no que daí poderá advir…
Mia uma vez somos hoje alertados do que já muitos deveríamos saber, mas que alguns ignoram... que a SIDA continua a alastrar, contando-se já mais de 40 milhões de infectados, no entanto, devemos estar conscientes e sempre alerta, para uma doença que já matou mais de 25 milhões de pessoas desde 1981.
Nos dias que correm, e isto é uma opinião pessoal, o conceito de liberdade adquirido, a emancipação de cada um, os contactos a que cada um de nós está mais acessível, leva a aproximações que muitas vezes poderão ter consequências e relações tidas como ocasionais, as próprias pessoas encontram-se mais libertas, a escolha entre o que não vai bem e o que pode ser melhor para nós, tem que nos dar e alertar a consciência dos actos em si e a sua consequência, não vamos tirar um bilhete sem retorno para uma morada que não queremos…
(imagem retirada de hiv-aids-poz.com/posters/ HIV-Hands )

Boa semana para todos
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Beijokas & Abraços / GW

sexta-feira, novembro 18, 2005

33 - Que Chat(os)..

feira, fim de semana à porta, procura-se fugir do rebuliço habitual do dia a dia, quase sempre se aproveita o tempo livre em casa, procurando refazer algo que ficou para trás, ou simplesmente dar uma passeata se ainda dá para isso. Quanto a mim, entrei nos dias difíceis do mês (ahahah , não é o que estão a pensar), mas com o aproximar do fim do mês há que refazer o magro orçamento, por isso, quedo-me simplesmente por uma passeata pelo areal da Praia se o tempo o permitir…

Que Chat(os)…
S
endo assíduo, mas não permanente de uma sala de Chat, tenho reparado constantemente nos ataques que são feitos ao tipo de escrita aplicada por algumas pessoas. Pelo motivo da utilização de palavras abreviadas, muitas delas com letras trocadas, erros comuns a quem utiliza um chat, não posso deixar de reparar, na forma como alguns usuários tratam mal outros, aplicando até mesmo frases de uma falta de educação extrema, quando querem fazer alguma aproximação a quem por não ter tanto conhecimento, ou simplesmente porque lhe apetece, escreve com erros, utilizando até outros símbolos representativos de certas e determinadas palavras.
Quanto a mim, embora conheça que há quem conteste permanentemente esse tipo de escrita, reconheço e sei que estou na maioria das vezes perante situações que acabam por dar um certo “gozo” a quem as transmite dessa forma. Agora, não venham chamar de “burros” ou “idiotas” quem assim procede, porque uma coisa é certa, se detectamos o erro e tão mal falamos dele, é porque deciframos o que a pessoa queria dizer, grave seria, se não soubéssemos, ou não conseguíssemos entender... Depois, apelida-se de tudo e mais alguma coisa quem pode até não saber escrever correctamente, é certo, mas porquê nós utilizarmos palavras tão cruéis a quem comete um erro, em vez de procurarmos identificar esse mesmo erro, e não denegrir quem o transmite.
Para mim é de uma extrema violência as palavras que certas e determinadas pessoas utilizam para dizer mal deste ou daquele, tirando partido de uma acusação ímpar que fazem, acabando mesmo por maltratar quem está.
Porque não pensam as pessoas antes de dizer mal e chamam à atenção quem comete esses mesmos erros, pois, é um facto que nem todos terão tido a oportunidade de estudar, ir mais além na aprendizagem , ou pura e simplesmente não terem tido acesso a um ensino eficaz…
Será que todos têm a obrigação de saber escrever como um professor? Quantos e quantos licenciados dão erros? Será que os erros de escrita demonstram a capacidade efectiva e, são comprovativos do bom desempenho de cada um na sua área?.
Há dias, reparava numa pessoa dita bem letrada, com não sei quantos “canudos” entrar numa briga desenfreada com alguém que numa sala de chat, trocava “c” com “s”, terminações em “ão” por “am” , até a troca da palavra "vezes" substituida por "x", entre muitas outras coisas que não vou lembrar agora. Mas porque não páram as pessoas para pensar, que os mais letrados, os tais que parecem não dar erros na escrita (mas também os dão, e muito), os mais sabedores e inteligentes no bem falar e bem escrever, quando não sabem sequer detectar uma avaria num automóvel, não sabem sequer mudar um pneu, não sabem localizar uma doença, não sabem retocar uma parede, ou até muito mais simples, não sabem sequer substituir uma lâmpada em casa…
A crítica é bem aceite quando com ela se tira partido, toda ela serve para nos dar a conhecer e detectar o que pode estar mal ou bem, os erros, esses, decerto as pessoas aprenderão a corrigir, se lhes for explicado a origem, de uma forma educada e nunca numa situação de escárnio ou mal dizer, pois é essa a forma de actuar dessas pessoas que tanto dizem mal dos outros , meus Senhores tenham dó...
Tem tanto valor para mim um pedreiro, um mecânico, um canalizador, um telefonista, como tem um médico, um advogado, um cientista, cada qual na sua especialidade, e mais não digo…
É preciso acima de tudo que nos entendam e não nos queiram obrigar a colocar uma passadeira vermelha, por onde passeamos as palavras.

Que a Vida Vos sorria e bom fim de semana,

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Beijokas & Abraços / GW

quinta-feira, novembro 17, 2005

32 - Verso &... Reverso

Há uns dias que andava para publicar este comentário, hoje finalmente resolvi fazê-lo, não só pela simpatia que tenho pelos meus “vizinhos” , mas também porque me parece justo fazer um certo reparo…

Verso e...
Congratulei-me ao saber da realização em Portugal , da entrega dos prémios MTV, ainda mais numa realização que se tem primado pelo beleza de espectáculo e como evento musico/social que é. A projecção internacional do País, num evento que à partida é transmitido para quase 400 milhões de espectadores em todo o Mundo, só pode engrandecer quem nele participa.
Fiquei curioso quanto à nomeação dos meus “vizinhos” The Gift , o que por si só, marcaria o dia 03 de Novembro como uma data histórica não só para o grupo, mas também para qualquer um que tenha tido esse privilégio. Uma noite que iria ser decerto memorável e que testemunharia o reconhecimento por todos pelo trabalho desenvolvido por esta banda de Alcobaça.
No entanto uma coisa me deixou triste, o facto de não haver uma actuação do grupo ao vivo, que de certo modo era mais que merecida, acabando por não estar incluída pela organização, é pena mesmo. Resta-nos a consolação pelo reconhecimento, cuja imagem da distinção, ficará para sempre gravada no percurso da banda. Espero sinceramente que todo isto sirva para um abrir de portas além fronteiras e não sejam relegados para um esquecimento como muitas vezes acontece. Que surjam os novos contactos e mais actuações, eles merecem e acima de tudo que não fiquem esquecidos pelo facto de serem portugueses…

Reverso...
Mas nem tudo o que brilha é eterno, senão vejamos… Há um evento organizado para homenagear os intervenientes na Gala de entrega dos prémios MTV, festança essa levada a efeito numa das mais badaladas casas da noite de Lisboa, só que, pasme-se, à entrada os elementos do grupo The Gift, são barrados, não são reconhecidos e pior ainda, pelo próprio produtor do evento, valha-me Deus, então não é que o tal produtor que, (minha santa ignorância também não conheço de lado nenhum), não (re)conhecia as pessoas que estavam convidadas para tal evento? Bem, simplesmente lamentável, tendo em atenção o local, e certo é que o tempo de espera sem qualquer explicação imediata, fez com que o grupo, pura e simplesmente desistisse da entrada, abandonando o local, (tiro o chapéu a esta atitude dos The Gift). Pois é, uma no cravo , outra na ferradura, o que seria uma noite memorável, acaba pelo não reconhecimento do grupo, por uma simples e única pessoa… Não há pachorra mesmo.
Não bastam as desculpas proferidas pela relações públicas, taróloga mais que conhecida (?) por todos nós, vir agora lamentar o sucedido, não basta dar a mão à palmatória, há situações que devem estar previstas em casos semelhantes e, haver mo mínimo uma resposta ou explicação imediata para tal…
É verdade que eu também não conheço de lado nenhum a maioria dos convidados. É um facto que ninguém é obrigado a conhecer todas as pessoas, mas meus senhores, tenham dó… Um evento desta natureza não glorifica ninguém o acontecer de uma actuação deste tipo.

Desculpem qualquer coisinha…
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Beijokas & Abraços / GW

quarta-feira, novembro 16, 2005

31 - Sonho ou pesadelo ?

Olhem que isto está bonito… Já há algum tempo que acordo resmungão, não é que transporte essa resmunguice cá para fora e a transmita aos outros, não é o caso, mas sinto-me resmungão comigo próprio, porque será? Há quem lhe chame síndrome do “PDI” , ai, ai, ai, que eu já começo a acreditar… Mas o certo é que embora não esteja muito preocupado, acaba no entanto por me deixar sizudo…

Sonho ou Pesadelo?
Nunca fui uma pessoa de sobressaltos ou pelo menos, daqueles que nos deixam preocupados ao ponto de procurarmos saber o porquê. Mas, digo-vos que ultimamente sinto-me mais que resmungão, não aquele resmungar de vir para o local de trabalho e transbordar de um mau humor, muito menos o ser para a família ou para os Amigos, mas aquela sensação de não ser suficientemente “bom” ou “compreendido”, e depois sentir essa tal resmunguice comigo, interiorizando algo que me deixa a bater menos bem ao longo do dia.
Tenho, ao longo do tempo em que isto me vem sucedendo, relacionado o facto de tal estar, com o surgir durante a noite de sonhos o mais esquisitos que já tive, e ainda por cima sonhos que viram pesadelo, do tipo: -Sonhar por exemplo que caímos desamparados por um poço que jamais tem fim, ou ainda sonhar que através de um poder superior, tal super-homem, viajo pelos confins do Universo. Acho tudo isto muito esquisito, ainda mais se tiver em consideração que nunca fui dado muito a estas coisas.
Assim, acontece que muitos desses sonhos tidos como “pesadelos”, acabam por causar uma angústia, decerto já vos aconteceu, mas no fundo podem ser esses sonhos, a razão de satisfações de desejos inconscientes. No entanto, perante tudo isto, o que ganhamos nós, se a realização do desejo dito inconsciente, acaba por ocorrer sem a participação da própria consciência? Muitas das vezes noto, ou pelo menos é a conclusão que retiro após análise, que me leve a uma explicação a este “fenómeno” não ser mais do que um desafogo que acontece durante o sono, de toda uma tensão acumulada em nós, e assim estes sonhos acabarem por funcionar para o inconsciente tal e qual como todo o resto do organismo funciona em nós em certas e determinadas condições. Já havia lido algures, opinião de especialista na matéria que “há um relacionamento sério entre as ideias simbólicas do dia-a-dia e o que acontece nos sonhos. Existem ideias recalcadas, disfarçadas, fantasiadas, que se realizam, embora sem a pessoa ter consciência disso, numa satisfação dos desejos reprimidos”.
Para este especialista uma das razões para os sonhos de angústia, ou pesadelos, é a produção de uma falha na elaboração do sonho. A prova disto, segundo ele, é o despertar de quem sonha e, aí acontecer a falha e o acordar num momento quando o sonho se começa a tornar doloroso, o que quase sempre acontece comigo…
Sempre disse que sou um Sonhador, mas a sonhar assim acabo quase por aceitar (muito a custo) a ideia que será mais o tal síndrome da “PDI” ahahah, cujo significado devem saber, mas que eu aqui não vou decifrar…
Fiquem bem,
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Beijokas & Abraços / GW

terça-feira, novembro 15, 2005

30 - Estar alerta...

Meus Amigos, porque o Blog foi criado com o intuito de aqui deixar mensagens, umas porque me fazem pensar sobre o dia-a-dia, outras porque decerto modo me dizem algo, algo que sinto muitas das vezes necessidade de partilhar com quem me lê. Assim, mais uma vez aqui deixo algumas palavras por um tema, quer em sinal de alerta, quer porque ao escrever sobre o que se segue me (re)lembra também o que vivi, e o tempo em que tudo para nós começou...

Estar alerta...
Recordo, há uns anos atrás, estava eu em casa, seriam sensivelmente umas 23h45mn, quando a campainha tocou e eu fui à porta. Fui abrir e , lembro-me que chovia torrencialmente e alguém me dizia: -Venha depressa, o seu filho teve um acidente. De repente meu corpo ficou gelado, era a primeira vez que passava por uma situação idêntica, e fiquei praticamente sem reacção. Após colocar os pés no chão e sentir o peso daquela realidade, acompanhei as pessoas que me tinham ido avisar, e dirigi-me ao local do acidente, não muito longe de casa. No momento, voltei um pouco atrás no tempo e veio-me à lembrança que já havia notado que algo não andava bem. Nunca esperamos que as coisas aconteçam com alguém chegado, certo é que me encontrava perante um facto consumado. As noites que eu notava andarem descontroladas, a falta de dormir, o ingerir de substâncias nocivas, tinham levado a uma falta de reacção momentânea a qual contribuiria para o acidente. Parece que estou ali, há onze anos atrás, olhando para o poste de betão partido, o carro capotado, cortado pela traseira, o amontoado da chaparia. Os gritos de aflição misturavam-se com a chuva forte que caía, o cheiro a gasolina espalhava-se pelo ar cujo receio de incêndio nos invadia. Todo o tempo que foi levado pelos bombeiros para desencarceramento me pareceu uma eternidade, jamais essa imagem será apagada de mim. Após alguns meses de recuperação, e longas conversas havidas sobre o sucedido, não me foi difícil reconhecer o quanto eu tinha sido facilitador para que tal acontecesse. Os filhos crescem, e procuramos que nada lhes falte, trocando muitas vezes a atenção devida por bens materiais como se isso tudo resolvesse. Eu sabia, além de ter dado por isso, já me haviam alertado, mesmo em casa era notório que algo não andava bem, e como eu me admirava de ele aos 19 anos andar tão “desmazelado”, sem auto-estima, sem conseguir ter um pouco de tempo para nós… Será que nós tínhamos um pouco de tempo para ele , me pergunto... Levámos tempo a aceitar o que nos estava a acontecer, tanto tempo, tempo mais que demasiado, que foi preciso alguns anos depois acontecer uma “cópia” do primeiro acidente para reflectirmos sobre o que nos estava a acontecer e pedirmos ajuda, quando nós próprios já nos estávamos também a afundar.
Hoje e após 4 anos de aceitação pelo que não podíamos modificar, temos noção do que aconteceu e consciência que a todo o momento pode acontecer uma reversão. No entanto, trocamos a parte facilitadora pelo Amor genuíno, procuramos sempre estar atentos, mas com a consciência de que a nossa experiência é de que a adição constitui uma doença progressiva, que se acaba por caracterizar como se diz, numa doença para toda a Vida. A progressão na mesma pode ser rápida ou lenta mas será sempre para pior, enquanto não se aceitar que se está perante essa realidade. Todos, quer aditos, quer familiares e amigos somos afectados, de uma ou outra forma, a Vida começa a não nos correr bem, a alegria deixa de coexistir, mau humor constante, já para falar em situações de dependência, colmatando exigências com o facilitar tudo o que nos pedem, tantas e tantas vezes sentindo-nos impotentes para tomar a decisão acertada, que passa pela aceitação da doença e enquanto isso não acontece sentirmo-nos fracos perante tal situação, acabando por aceitar o “jogo” que nos fazem o que acontece muitas vezes com contornos de ameaças…
Não quero escrever muito mais, o que a mim me diz muito pode não ter a mesma razão para outras pessoas. Tenho noção que cada caso é um caso diferente. Por mim, não esconderei de ninguém o problema em que me encontrei envolvido, procurando em vez de me refugiar a um canto, procurar dar a conhecer um problema que é de todos nós…
Fiquem bem e tenham um óptimo dia
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Beijokas & Abraços / GW

segunda-feira, novembro 14, 2005

29 - Direito à escolha...

As pessoas são aquilo que são e nunca aquilo que nós queremos que elas sejam, essa é a verdade, mas muitos de nós, ainda teimamos em querer “moldar” os outros à nossa semelhança sem nos darmos conta que cada qual tem uma Vida própria que deverá gerir como o seu interior ditar…

Numa sociedade em que nos julgamos estar bem inseridos, por vezes cometemos falhas sem nos apercebermos até que ponto elas podem ferir outrém, por querermos fazer valer a nossa opinião, como se fossemos conhecedores de tudo.
Senão, vejamos o relato que é feito num dos jornais diários sobre o namoro entre jovens do mesmo sexo, neste caso duas raparigas. Começa o relato por ser feito desta forma e passo a citar : “Eram amigas, tornaram-se namoradas. O romance talhado na rebeldia adolescente escandalizou a escola onde estudam…” mais adiante “Chamaram-lhes nomes no intervalo, fizeram queixa delas às respectivas famílias. Elas nunca imaginaram que ao abraço e ao beijo se podiam suceder as lágrimas.
É assim… é uma história como tantas outras, talvez o facto de serem raparigas tenha pesado mais, talvez a sociedade ainda não saiba aceitar o direito à diferença, onde devia estar sempre presente o lema “todos diferentes, todos iguais”.
Seria bom que as pessoas procurassem aceitar coisas , as quais não podem ser definidas por elas próprias no que diz respeito à vida dos outros.
Em mentalidades retrógradas ainda existem preconceitos quanto à maneira como cada um age e na forma que cada qual olha o outro se a sua escolha de parceiro, não se verifica com um sujeito do sexo oposto. Afinal, foi assim que nos ensinaram, foi assim que aprendemos, mas, a atracção por pessoas e em pessoas do mesmo sexo sempre existiu, tal como tantas outras situações aos olhos de muitos, anómalas para uns, tolerantes para outros, mas que no fundo sempre estiveram presentes, desde o aparecimento do Homem.
Agora, quando me é dado a conhecer através da leitura que fiz, do alarido provocado, com um acto de extrema repulsa, levado a cabo por docentes e funcionários da escola frequentada pelos adolescentes em causa, quando deveriam ser os mesmos a preservar e a apoiar a decisão das intervenientes, disponibilizar apoio e acompanhamento adequado para os problemas que as mesmas irão enfrentar na Sociedade, por uma falta de aceitação que devia ser de todos nós, baseadas num direito de Liberdade que assiste a todos…
Mas, infelizmente não é assim em todo o lado e os preconceitos persistem, e pior ainda , não só os preconceitos, mas também a “má-língua” em relação a tais factos, lamento que assim seja.
Vejam por exemplo a passagem a seguir, e qual a reacção de uma funcionária, a qual continuo a citar : “Eram as férias, não estava quase ninguém na escola e eu dei-lhe um beijo no recreio. Uma empregada viu e começou aos berros: ‘Estão a comer-se uma à outra, ali em baixo!”, conta, contrafeita, a mais velha e a mais faladora das duas...
Bem, algo está mesmo mal neste País, e o que se queria que fosse uma demonstração afectiva para com elas, num acto de apoio, de carinho pela opção tomada, se transformou num “terror” para ambas, como poderão sentir-se bem perante modos de actuar deste tipo, adoptados por terceiros para com elas… E a nossa vida própria, não conta? E o direito à escolha? Penso que seria bom esses Senhores, quer os Docentes, quer as auxiliares e outros, terem e aceitar outra postura, e quem sabe serem-lhe administradas umas aulas sobre o que é o “respeito mútuo”.

Boa semana para Vocês
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Beijokas & Abraços / GW

sexta-feira, novembro 11, 2005

28 - S.Martinho, castanhas e água-pé

Dia de S.Martinho, vai à adega e prova o Vinho...
Quem não comemora este dia? Tradição mais nas zonas de índole rural, o S.Martinho é retratado como uma festividade que se comemora ao redor de uma fogeira, onde no chão, entre a cinza quente, se colocam as castanhas a assar , que são "regadas" com a tradicional água pé. Apesra de não ser pessoalmente, muito apreciador da bebida , não passo sem comer umas quantas castanhas, mais que pretexto para me juntar aos amigos e familiares neste dia.
Hoje, como quase sempre o Sol fez-se brilhar, dando um toque especial a este dia e permitindo o apreciar de um azul Céu como já não via há uns dias, foi mesmo um Verão de S.Martinho.
Diz a lenda que ia S. Martinho galopando no seu cavalo e eis que de repente se levantou uma grande tempestade, de chuva e granizo, vento forte. Na sua cavalgada avista S.Martinho um mendigo a tremer de frio, então, não terá hesitado , desce da sua montada e, com a espada, rasgou a sua capa ao meio para que o mendigo se agasalhasse. Reza a lenda, como me foi dada a conhecer, que, naquele momento, o Sol (tal como hoje) espreitou por entre as nuvens para que nenhum dos homens passasse frio. Fala-se em Milagre... e desde então, o Verão de S. Martinho aparece todos os anos com um "ar da sua graça" (uns anos com mais Sol, outros com menos, mas sempre brilhante ), ao qual se associa sempre um pretexto para um magusto ao ar livre com castanhas assadas, água-pé ou vinho novo. Pelo que sei, não se conhece a relação entre S. Martinho e as castanhas; assim, provavelmente, será apenas uma coincidência de datas.
Dia 11 de Novembro é a data da morte deste cavaleiro de nome S. Martinho e é sensivelmente por esta altura que nos meios rurais se prova o vinho novo, é nesta data que quase por magia se nota uma alegria noa ar , alegria essa mais que propícia a festas em redor desta lenda. Das Castanhas, que há para dizer, smepre me recordo que desde sempre tiveram lugar à nossa mesa, tornando-se numa tradição comum. Já Idade Média, e então nas regiões mais desfavorecidas, os castanheiros eram conhecidos por "árvores-do-pão", devido ao papel importante que desempenhavam na alimentação. Em regiões como a Beira e Trás-os-Montes, quando as colheitas de cereais eram fracas, as pessoas recorriam às castanhas para se alimentarem durante grande parte do ano. Em vez de pão comiam castanhas e, como os Descobrimentos não tinham ainda trazido as batatas do continente americano, as castanhas desempenhavam um papel muito semelhante ao hoje ocupado pelas batatas (ou seja, serviam de acompanhamento à maioria dos pratos). Cozidas, assadas, ou piladas*, temperadas com erva-doce, recheio de patos e perús e até ingrediente de sobremesas e doces (como bolos, cremes, pudins e gelados), as castanhas aí estão para tornar mais saborosos os dias cinzentos de Outono.
E, agora Vos deixo, está na hora de ir preparar a minha saída e juntar a família e Amigos, para logo mais à noite nos deliciarmos com o nosso magusto.
Para o ano Há mais...
Um abraço com Amizade,
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General GW

quinta-feira, novembro 10, 2005

26 - Para quando o fim ?

Bom dia,
Há assuntos que me arrepiam, quer pela natureza dos mesmos, quer pelo sofrimento dos intervenientes. Como humano e Pai, entristece-me certos e determinados assuntos. Não basta já a falta de afecto com que muitas crianças vivem por esse Mundo fora, quanto mais serem e sentirem-se feridas para toda a Vida por outrém que mais não devia do que ser Seu semelhante e dar-lhe a mão...

Processo Casa Pia
V
olvidos 3 anos desde a detenção de um dos intervenientes no escândalo da Casa Pia, e principal arguido, é certo e sabido que não podendo ir além deste período a prisão preventiva, o mesmo acabará por ser colocado em Liberdade. È natural que façamos a nós próprios a pergunta, sobre o porquê da morosidade do processo de julgamento de modo a sabermos até onde nos leva o apuramento dos factos.
Decerto, não será por falta de tempo, pois com tanta notícia vinda a público sobre testemunhos demais evidentes, não se conseguir em tempo útil (leia-se, 3 anos) saber até onde vai a culpabilidade dos arguidos e qual o peso de cada um no processo. Bem, parece-me que isto vai acabar como tantos outros processos.
Como Pai, custa-me acompanhar o desenvolvimento da forma que ele quase todos os dias nos é dado a conhecer pela tv. Adolescentes que conseguem identificar cada pedaço de uma moradia que se encontra há muito fechada, relatando até como aconteceu esta ultima semana, numa visita feita a uma das casas referenciadas, as modificações levadas a cabo na mesma, mobiliários reconhecidos como não existentes na data dos abusos, chegando até ao ponto de dar pela falta de uma porta existente então e hoje desaparecida pelo retocar de uma parede, perante tanto facto para mim mais que evidente, só posso acreditar no relato desses mesmos jovens, que no silêncio que lhes vai na Alma, irão viver o resto das suas vidas com uma tormenta que eu jamais saberei a abrangência de tais actos, mas que eu admiro pela Sua coragem demonstrada.
São questões que só quem passa por elas saberá o quanto sofrimento isso lhe dá. Vejo isto como se um fantasma persiga essas crianças a toda a hora, de noite ou de dia, em assaltos de ódio até pela própria Vida, não lhes permitindo viver uma sem atropelos constantes de recordações negativas vividas.
Será que alguém vai ser condenado de forma a sentir na pele fortemente todos os danos psicológicos, morais e físicos a estas crianças ?
Nós, facilmente esquecemos as maleitas que vamos conhecendo, como se as coisas fossem de um só dia. E as crianças? Como ficam depois de tudo isto? Como prosseguirão a Sua Vida?
Que raio de pessoas somos nós, para muitas das vezes ficarmos impávidos e serenos, como se nada acontecesse, só nos remetendo para um juízo sério quando algo acontece a nós próprios ou aqueles que amamos mais, os nossos filhos ficam sujeitos a tais actos…
É demais evidente que as culpas existem, tanto mais quando um dos arguidos confessa, locais, momentos, passagens vividas então, apontando o dedo a este ou aquele “comparsa”, declarações de culpa muitas vezes batendo certas até, com o relato presencial de algumas crianças.
Torna-se inglório tanta vez, sentirmos a dor e nada podermos fazer, e pior ainda, muitas vezes termos conhecimento e não denunciarmos remetendo-nos a um silêncio, que mais tarde ou mais cedo se irá virar contra nós, por sabermos que podíamos ajudar e não o fizemos, só porque não aconteceu com nós próprios.
Ainda não há muito tempo, perto de mim, houve conhecimento de 3 irmãos terem sido violados pelo próprio pai, e após ouvido em tribunal, nada mais foi feito do que, ficar o progenitor )não sei se posso utilizar a palavra Pai), a aguardar julgamento em liberdade.
Quanto tempo será preciso mais, para que estes casos sejam tão céleres quanto o assunto exige. Vamos esperar para ver, e entretanto outros e outros casos vão surgindo, e tudo acaba por seguir um rumo não desejado, e que no fundo nos leva a transportar cá dentro do peito esta mágoa….

Um Bom dia para Todos
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General GW

quarta-feira, novembro 09, 2005

25 - Descriminação? será?

Por enquanto, e embora a crise que atravessamos se encontre generalizada, o dia-a-dia ainda vai passando sem grandes sobressaltos, sem mazelas de maior, podendo mesmo dizer-se que, apesar de não muito bem, se vai conseguindo sobreviver, bastando para isso muitas das vezes, o não sermos abandonados por esta vontade que nos faz levantar, a cada vez que caímos, a cada vez que algo nos é desfavorável…

Discriminação? Desagrado?
Passam duas semanas sobre o início das manifestações que tão abruptamente surgiram em algumas cidades dos arredores de Paris. A preocupação que antes quase não nos dizia “respeito” aos poucos está a alastrar a outros horizontes. Que a intenção dessas múltiplas manifestações tenha a mesma origem, já tenho dúvidas, talvez por detrás de reacções surgidas aqui e ali, por uma Juventude que se sentirá excluída, dizia eu, talvez já não sejam só eles, e como que aproveitando a “boleia” , estejam a surgir grupos semi-organizados, que pouco terão a haver com a situação inicial, que se vão envolvendo numa luta quase de guerrilha urbana , simplesmente pelo prazer de destruir.
Quando ao fim de 14 noites de violência explícita, depois de cerca de 10000 viaturas queimadas, edifícios destruídos, entre os quais escolas, creches, centros comerciais e empresas, começo a crer que muitos desses danos sejam causados para através deles não só destruir, mas também praticar o roubo de bens.
Quando há conhecimento do uso de armas numa violência desenfreada, onde há feridos de parte a parte, onde as proporções de tais actos se alargam já a outros países, será que a intenção dos diferentes grupos é a mesma? Será que as exigências são as mesmas? Ou o que podia parecer uma manifestação de Bairro já está para muito mais além que isso…
Ao ouvir o relato de um residente, quando o mesmo afirma, “Os manifestantes buscavam claramente nos causar o máximo dano”, pergunto: -Toda a situação e desagrado que envolve os manifestantes obriga a que haja tanta destruição? O ímpeto que leva a juventude a tais actos, não o consigo imaginar, mesmo que venham com isto, conquistar alguns benefícios, os quais possam passar por uma melhor aceitação e integração dos mesmos, mas nada no meu entender justificará tais actos e tais prejuízos.
È verdade que certas afirmações proferidas por representante do governo deitou “achas prá fogueira”, é verdade que algumas situações não deviam ter acontecido, mas no meio de tudo isto há algo que não bate muito certo. Há comunidades de emigrantes das mais variadas partes do Mundo, e quase sempre os intervenientes nestas situações passam pelos magrebinos, mulçumanos e outros de descendências tais.
E se por cada bairro, em cada grupo, de gente insatisfeita, se infiltrar um elemento de índole terrorista, externos à situação? Talvez seja isso que esteja a acontecer e, poucos ainda o tenham pensado. Trigo e joio misturado, deve tornar-se numa ração explosiva, e é isso que está a acontecer.
Bem, fico por aqui, talvez quem me lê, não partilhe da mesma opinião e eu me torne maçador, mas por enquanto, apesar da crise vivida no nosso “cantinho” ainda à “beira mar plantado” cá vamos andando sem grandes confusões.
(foto retirada da Net)

Um sorriso para Todos,
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Beijokas & Abraços / GW

terça-feira, novembro 08, 2005

24 - Nem tudo o que parece, é...

Aqui estou frente a este PC onde tantas e tantas palavras escrevi, umas guardadas algures na memória dos seus Gigabites, outras simplesmente desaparecidas ao som da tecla de “delete”. Mas, guardadas ou não, no momento em que as escrevi, elas marcaram e ainda marcam de uma ou outra forma, parte do meu sentir, essa sim, é a verdade que este desejo de escrever me transmite…
E Você como encara a questão ?...
C
aros Leitores e Amigos, ao passar os olhos por um dos muitos artigos que “borbulham” pela imprensa, deparei-me com o resultado de um estudo /inquérito que realça a diminuição de relações sexuais, onde se afirma mesmo estar o sexo fora de moda. Caramba, embora se fundamente o resultado num estudo verificado no Brasil , certo é que eu próprio me pergunto do porquê e até que ponto poderá ter ou não razão de ser esta situação, senão vejamos: -No meu entender e não queiram tomar isto como um exemplo, mas pelo contrário um parecer, é bem verdade que a vida de cada um no dia-a-dia teve alterações significativas. Em tempos que já lá vão (eu ainda sou do tempo…), a disponibilidade talvez fosse outra, não aquela disponibilidade para o sexo, porque essa parece-me que quase sempre ela se consegue, mas aquela disponibilidade partilhada em que ambos os intervenientes estão disponíveis para o acto. Há anos, no caso da mulher, apesar da labuta diária que desenvolvia no lar, o tempo livre seria outro, afinal de contas as pessoas trabalhavam mais perto de casa, em meios mais ou menos próximos, mas sem as condições de hoje, sem um cinema ou um teatro por perto, sem a televisão, sem zonas de lazer, onde ocupar algum tempo que ficasse livre, também a vida de então não permitia mais, é verdade. Talvez estivéssemos mais disponíveis pelo facto de se estar mais cedo em casa, de não haver que fazer, e todo o tempo que sobrasse fosse para passar na “cama” e só por isso as coisas aconteciam, talvez, quem sabe, tenha sido essa a razão de eu fazer parte de um grupo de 9 irmãos, e de haver então famílias muito numerosas. Porventura nesse tempo não se faziam sondagens como hoje, nem as pessoas quereriam falar, como se de tabu se tratasse, se assim for, como se pode chegar a uma conclusão e analizar 2 períodos de tempo tão distintos? E será que as pessoas há uns anos atrás seriam tão verdadeiras assim e não houvesse deturpação da assiduidade sexual, impelidas pela vontade de dizer mais do que realmente era?
Nos dias de hoje estamos numa situação de quase igualdade, homem/mulher (eu desejo que seja de total igualdade), as tarefas encontram-se mais distribuídas, a emancipação da mulher assim o permitiu, parece-me haver já uma boa aceitação desses factos, principalmente nas maiores concentrações urbanas. A azáfama do dia-a-dia reflecte-se numa ocupação com outros afazeres e é natural que as relações aconteçam menos, mas, atenção, serão elas feitas com menor carinho, com menor amor, com menor manifestação de afecto ? penso que não , a entrega tem que ser e deve ser feita de forma a que se tire o melhor partido da situação e não executada como se estivéssemos inseridos numa maratona, ou de forma mecanizada. É comum dizer-se que a qualidade é preferível à quantidade, por isso não me parece alarmante que se venha dizer que o sexo está fora de moda. Não me parece que a actividade em causa tenha sido relegada para um plano menos importante. Acho sim que se deve estar perante um fenómeno que passa não pela falta de gosto ou vontade de fazer amor, pois isso parece-me notório que exista, a verdade e essa sim , é que há menos tempo para entrega a essas mesmas intimidades, e que a mesma deve acontecer porque e quando é o momento certo para acontecer e não porque simplesmente se quer, sem pensar no outro.
Muitos dirão, mas não é só isto que conta! Claro que não, pois também é sabido que as pessoas são mais libertas, e cada vez mais ousadas, passam muito do seu tempo fora de casa e que as coisas acontecem e sobre essas poucas sondagens nos darão a conhecer o que se faz, mas que é verdade que a ocupação de parte a parte é cada vez mais evidente numa preocupação constante de melhorar o nível de vida, é um facto.
Não sou Psicólogo sentimental, nem para aí estou virado e muito menos me apresento como defensor destas ideologias, de modo a ser capaz de as debater com alguém, mas há muito de verdade em tudo isto. Será que o sexo por si só deverá ser entendido como um acto indispensável no amor, na união, no bem estar, e que um estudo sobre se o há mais ou menos vezes venha a ser demonstrativo do bem estar das pessoas ?. Acima de tudo será muito mais importante um bom entendimento, uma boa união, o saber ouvir, o saber falar, o avaliar o que possa estar mal e a capacidade para mudar em prol de uma melhor aceitação de uma vida que ser quer em comum…
O estudo referenciado diz respeito ao Brasil, então onde pára o calor brasileiro ? Por cá, bem, todos vão dizer que está bem, não é ?
Os estudos ou inquéritos feitos, serão mais importantes em outros aspectos decerto, que não neste. Por mim já há muito que retirei a TV do quarto, acabar por adormecer ao som de um filme e assim ficar, jamais fez parte de mim … (entenderam?).
Penso que seja muito mais importante um jantar a dois, num local, por exemplo onde se faça ouvir o enrolar das ondas do mar, e na água o reflexo do luar… ou mesmo até um passeio de mão dada ao final do dia, ou simplesmente um aconchego numa noite fria ...
Sonhador? eu ? claro que também o sou… mas faço os possíveis por tornar parte dos sonhos realidade.
( foto retirada da net)

fiquem bem, e tenham um bom dia
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Beijokas & Abraços / GW

segunda-feira, novembro 07, 2005

23 - Ai a minha Vida ...

Reparem bem no que se segue e que aqui escrevo e que vem na sequência do texto anterior, depois digam lá, este “gajo” não tem mais nada que fazer, mas olhem que é verdade, não aquela verdade de dizer que nada tenho p’ra fazer, mas sim porque o que estive a pensar e que agora Vos deixo aqui, é pura realidade e não acontece só comigo , mas de certeza muito mais também com alguns de Vocês, por isso à laia de brincadeira aqui fica…

“Penso, logo, exausto…”
Há dia numa das tantas conversas que mantenho com os colegas, daquelas tais, essas mesmo, em que pomos a “má língua” em dia, alguém se referia ao facto de algumas viaturas distribuídas aos directores da empresa estarem a passar os 4 anos, tempo útil pelo que sei (embora não seja a minha área) para o abatimento respectivo do Iva correspondente. Então veio à “baila” entre outras coisas a questão da atribuição dos subsídios de transporte. Agora vejam, em determinada altura foi estipulada uma certa distância a partir da qual se tinha direito a ajudas de custo, na forma de subsídio de transporte. Para minha mágoa eu não fui contemplado por uns míseros 120 metros, isto é , para mim , népias…
Como todo o ser Humano, penso, e ainda antes de estar exausto, comecei a deitar contas à vida e a que conclusão cheguei: -Vou reclamar uma indemnização pelos Kms percorridos em serviço, mas a pé… ahahah, isso mesmo, leram bem, senão vejam. Estou na empresa há 37 anos , logo isso dá mais ou menos 219 dias por ano, ou seja só aqui um total de 8103 dias , (37x219) acham muito ? pois é , é mesmo isto, (há quem ande o triplo), mas a melhor parte vem a seguir. Uma vez que do estacionamento até ao Gabinete percorro 500 metros ida e volta 2 vezes ao dia , dá cerca de 2km por dia, mas há mais… e as deslocações pela empresa, uma vez que se trata de uma unidade fabril com alguns hectares de área fabril. Deixem-me raciocinar que começo a ficar cansado, se aos Kms do trajecto atrás referido, juntar em média mais 1,5km pela fábrica, então já tenho por dia 3,5km… Deixa-me cá ver se ainda dei fazer as contas ou se terei de recorrer ao método do Guterres e solicitar a comparência de alguma secretária para as fazer.
Se tiver em atenção 3,5Kms por dia , multiplicando por 8103 dias (3,5x8103) , tenho um total de 28360Kms percorridos, ai meu Deus, para o que me havia de dar, e isto andando sempre a pé, mas há mais, porque muitas vezes há necessidade de sair pela empresa o que acumularia mais e mais kms, agora vejamos, quantas ½ solas gastarei aos 100, não faço a mínima ideia, mas que cheguei a uma bonita conclusão não há dúvida que sim, podia dar-me para pior. Mas não esqueço que há pessoas que no seu dia-a-dia não param e essas então nem sei que Vos diga. Pelo que sei na empresa, o único Colaborador não director que tem viatura para uso total, é o Contínuo ahahah, sim, sim, ofereceram-lhe uma bicicleta mas para uso interno, já não se pode queixar muito.
Portanto meus meninos, não venham dizer, o GW está maluquinho dde todo, vejam lá para o que lhe havia de dar, então sugiro, vamos lá fazer contas à vida porque isto é muita fruta, ou melhor , muitos Kms percorrido numa vida, e se precisarem de recolher umas assinaturas para solicitarem este subsídio contem comigo, mas não demorem muito, porque já começo a ficar cansado e as ½ solas já são mais que muitas, e já agora façam as Vossas contas também , mas não pensem demasiado, pois lá diria o Zé Povinho nas suas "filosofias". ..
Claro, “ penso, logo…exausto”

Como sempre, fiquem bem, e tenham uma boa semana...
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Um abraço com Amizade / GW

sexta-feira, novembro 04, 2005

22 - Eles falam, falam...

Mais um fim de semana e como tanta vez me coloco uma questão: -Apetece-me dar uma passeata por aí fora, mas torna-se inevitável olhar para o impacto que essas coisas representam na nossa carteira, mas como sempre, aproveito para Vos deixar umas palavritas relativas ao tema com os desejos de um bom fim de semana e que a Vida Vos sorria…

Trago o porta-moedas tão magrinho…
Isto fáz-me lembrar as palavras ditas em célebre anúncio de tv de uma entidade bancária . Dá para pensar, claro que dá, e haverá até quem já não faça contas à vida, porque isso só nos pode trazer mau estar pela situação que atravessamos, senão vejamos. –Há anos atrás apesar dos vencimentos auferidos ainda conseguíamos dar umas voltitas, relembro que não há muito tempo, na minha viatura (classe média), cada Km percorrido tinha um custo em combustível de cerca de 0,06€uros, o que na nossa antiga moeda daria cerca de 12$00, actualmente nem quero pensar, se numa velocidade mediana me fica por cerca de 0,075 €uros, já num trajecto em auto-estrada , se pisar o acelerador numa média ainda aceitável, já chega por vezes a ultrapassar os 0,10 €uros. Mas, o que mais me chateia pelas condições que temos, é que, por exemplo em auto-estrada ainda tenho que desembolsar cerca de 0,065 €uros por Km em portagens , pois é, é isso mesmo, agora quando se trata de transportes de bens e serviços necessários para a nossa vida e que temos que pagar a outrem , claro que tudo aumenta, tudo está dependente dos transportes e dos custos inerentes. Ainda recordo que fazia um abastecimento total por 30 e pouco €uros e hoje é praticamente o dobro, e isto não era há muitos tempo.
O que ainda não vi ninguém referir lá muito bem, é o que arrecada o Estado com tudo isto, mas claro que todos sabemos, ou pelo menos já ouvimos falar, mas que havemos de fazer, quem anda em viaturas do Estado, quem tem ajudas de custo para tudo, associadas a altos ordenados nem sequer dá por isso. Pelo que sei, ultimamente todos os aumentos verificados sem excepção, foram em muito superiores aos aumentos dos vencimentos, e isto, nos casos em que realmente houve aumento de vencimentos… E naqueles em que não houve sequer qualquer aumento e a paga que tiveram foi serem colocados quase ao abandono, quer por empresas que fecharam , quer por redução de efectivos, quer simplesmente porque o patrão já arrecadou o necessário e começa a ter receio de não poder ficar com os impostos no bolso, quando os deveria entregar ao estado, optando então pela simplicidade verificada de não haver sanções para fechos descontrolados.
É demais sabido que as receitas dos impostos aplicadas aos combustíveis estão a crescer cada vez mais em relação ao ano passado, fala-se em cerca de + 3,6%, mas será que é só ? e todas as consequências desses aumentos ? e o Pão ; os transportes ? a electricidade e tudo em geral, quanto é que as coisas de uso diário já aumentaram este ano? E o peso de tudo isso no nosso bolso ? Meus Amigos, a factura é sempre paga pelos consumidores, e acima de tudo pelo consumidor final que somos nós, os quais nada podemos deduzir sobre esses pagamentos de impostos que nos caem em cima a toda a hora e todo o momento. Já não vou sequer falar no aumento do Iva. Vem tudo isto a propósito de estar a pensar dar uma voltita no fim de semana, e claro ir até Espanha só para meter gasolina mais barata não me apetece, mas que nos revolta ver a petrolífera nacional a vender combustíveis em Espanha mais baratos que no seu próprio País, quando a mesma chega a ir daqui para lá, com a agravante do custo do transporte, valha-me Deus, alguma coisa está mal.
Portanto meus caros, resta-me ficar mais vezes em casa, na iminência de me tornar sedentário, mas que posso fazer. Olhem, aproveito e dou umas passeatas a pé, também faz bem , restando-me a consolação de uma pequena descida anunciada para hoje, pelo menos na 95 que é a que eu utilizo .
Por hoje é tudo e até 2ª feira, se ficarem por casa , vejam o Sporting ou o Benfica ahahah, se forem viajar , votos de boa viagem, em qualquer dos casos um abração e desejo de óptimo fim de semana.
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Beijokas & Abraços / GW

terça-feira, novembro 01, 2005

20 - Pão-por-Deus

01-11-2005 – Olá meus Amigos, pensavam que já tinha dado ao “slide” e desaparecido, foi uma simples ausência de fim de semana… na maioria das vezes o GW não deixará notícias em fim de semana, a não ser que ande com o PC portátil atrás de mim. Portanto, nem sequer Vos passe por essa cabecinha, porque adoro vir aqui para Vos melgar. Mas falando de coisas sérias (não se riam p.f.) como estamos de vontade para sair para a rua e reviver tempos antigos, e andar de porta em porta , pedindo o Pão-por-Deus, estão a rir ? pois bem , é isso mesmo que me está a dar vontade de fazer, e , juntar ½ dúzia de amigos, os mais afoitos e partir por aí fora…

“Pão-por-Deus”

Como é tradição, apesar de se notar cada vez menos participação da miudagem, celebra-se em Portugal, no dia de Todos os Santos. 01 de Novembro, esta tão característica visita às casas das redondezas, conhecida pelo pedir “Pão-por-Deus”
As crianças mais ou menos distribuídas por pequenos grupos, saem à rua para cumprir mais uma vez esta tradição. Acordam cedinho, e ainda com os olhos meio esbugalhados pelo mal dormir, saem de sacola na mão (alguns até levam suplente), se passeiam pela povoação, porta sim, porta também, chegando mesmo a deslocar-se às redondezas, de modo a que a justificação de tão grande caminhada seja compensada, com o regresso a casa, trazendo os seus sacos de pano recheados de romãs, batata-doce, castanhas, nozes, rebuçados, e por vezes até algumas moedas.
Apesar de se sentir mais esta festividade nas regiões do interior, também em outras zonas, há sempre uma ou noutra criança que procura seguir o que já no tempo dos seus pais e avós era um hábito. Acredito que a falta de se conseguir grupos, faça escassear a tradição, até porque, ainda me lembro, no meu tempo, poucos eram os que se aventuravam sozinhos, pois em pequenos grupos de 3 ou 4 crianças, o “investimento” se tornava mais rentável, quer pela algazarra que se fazia, quer porque a vergonha e a timidez não era tão notada, e depois, se havia um cão à porta era fugida quase certa pela rua abaixo, que até batíamos com os sapatos no rabiosqui de tanto correr, enquanto que em grupo nada temíamos.
Mas é ainda, um dia especial, nada que se compare com outros anos, mas que ainda dá prazer ver a alegria que os olhos da pequenada transmite, quando quase em uníssono, gritam ás nossas portas: -“Ti Maria, Pão-por-Deus”.
E eles se amontoam, na esperança que a mão-cheia que se lhe destina seja a mais “carregada”, deitando o olho para ver se alguém levava mais que outro, muitas vezes até chegando a reclamar na sua ingenuidade esse facto. E, de sacola às costas, já derreados pelo peso para tão tenra idade, depressa se encaminham a casa, para proceder à entrega, e assim ficarem livres para uma nova caminhada, porque o dia ainda vai a meio.
Era assim no meu tempo, é quase deste modo ainda hoje, sempre em grupos, como que houvesse uma situação planeada do dia anterior, tudo combinado ao pormenor e, à hora marcada lá estávamos prontos para “bater” casa a casa, na esperança de rapidamente se encher o saco.
É em muitos lugares, tempo também para recordar os que já partiram, aproveita-se a parte da tarde para se fazer uma visita ao cemitério, onde nesta data em particular se procura dar um toque especial nos arranjos de flores, nas campas dos familiares.
É assim, mais um dia que passa, mais umas recordações que brilham nos olhos dos mais velhos, mais uma alegria desenfreada na pequenada, traduzida no procurar arrecadar o máximo de guloseimas e outros bens,, que torne cada um como um Vencedor no meio dos seus amigos, pela quantidade amealhada, em cada vez que gritam… “Ti Maria, Pão-por-Deus…”
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Beijokas & Abraços / GW